Os segredos da bolsa: Decisão do Copom e balanços ditam o sobe e desce das ações
Indicadores econômicos relevantes para todos os gostos darão o tom de uma semana que, assim como a passada, tem tudo para ser bastante volátil

O Ibovespa passou por mais um mês de recuperação em julho. Assim como aconteceu em maio e junho, o principal índice do mercado brasileiro de ações subiu mais de 8% no mês passado. Apesar de o principal índice da B3 estar se recuperando a olhos vistos, emoção foi o que não faltou na montanha-russa da bolsa.
Na sexta-feira, o Ibovespa deu um susto com uma queda de 2% cravados. Tudo bem que foi mais por causa dos ajustes de fim de mês e de alguma realização de lucro do que qualquer outra coisa. Mas se você acha que sua cota de volatilidade já se esgotou, é melhor ler o que os próximos dias reservam para os ativos financeiros no Brasil.
Mudança na perspectiva de rating dos EUA, reunião do Copom, balanços de grandes empresas no Brasil e no exterior e indicadores econômicos relevantes para todos os gostos darão o tom de uma semana que, assim como a passada, tem tudo para ser volátil nos mercados financeiros locais, especialmente no que se refere aos sinais de recuperação econômica em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
Copom é o destaque da semana
O evento mais esperado da semana é, sem dúvida, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A expectativa é de que os diretores do BC promovam mais um corte na taxa básica de juros.
A taxa Selic encontra-se atualmente a 2,25% ao ano, no menor nível da história. É quase unânime entre os analistas a previsão de que a taxa será cortada a 2%.
Juros (ainda) mais baixos tendem a beneficiar especialmente as ações das empresas ligadas à construção civil. A reunião do Copom começa na terça-feira e termina depois do fechamento dos mercados na quarta.
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No lado dos indicadores econômicos, os dados da produção industrial brasileira em junho ajudarão melhor a entender qual letra vai combinar mais com o tipo da reação esboçada pela economia brasileira à pandemia. Pode ser que sinalize um L, um U, um V, um W… Em ordem alfabética, pra ninguém reclamar de favorecimento quando vierem os números na manhã de terça-feira.
Adiados no fim de julho, os números da PNAD contínua virão à tona na manhã da quinta-feira. Como os números do desemprego aparentemente ainda não apareceram na PNAD com todo o seu vigor, a tendência é de que o índice continue subindo, mesmo que outros indicadores sugiram que o fundo do poço não tem um alçapão.
Na manhã de sexta-feira, será a hora de conhecer os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho.
Agenda da semana no Brasil
Entre os indicadores econômicos locais mais importantes, figuram a produção industrial brasileira em junho, a inflação em julho e os dados trimestrais de desemprego.
Segunda-feira
- O Banco Central oferece até R$ 4 bilhões em títulos públicos em operação compromissada. A oferta, com recompra em três meses, será realizada das 12h às 12h30.
- O Banco Central inicia a rolagem dos contratos de swap cambial com vencimento em 1º de setembro de 2020.
- Às 15h, o governo brasileiro divulga os dados consolidadas da balança comercial referentes a julho.
Terça-feira
- O IBGE divulga às 9h os dados da produção industrial brasileira em junho.
- À tarde, o BC inicia a reunião de política monetária.
Quarta-feira
- O Banco Central domina a cena na quarta-feira. Às 14h30 sai o IBC-Br, índice de atividade econômica que sinaliza os caminhos do PIB. Às 18h será divulgada a decisão de política monetária do BC.
Quinta-feira
- A FGV inicia a série de indicadores do dia com os números do IGP-DI em julho às 8h.
- O IBGE divulga às 9h a PNAD contínua, com destaque para os números trimestrais de desemprego, cujos estavam originalmente previstos para serem divulgados na semana passada.
- Sem horário definido, a Anfavea dá publicidade aos números da produção total de veículos no mês passado.
Sexta-feira
- O IBGE divulga às 9h os números do IPCA em julho.
O Brasil rumo aos 100 mil mortos por covid-19
Enquanto alguns países se preocupam com uma eventual segunda onda do novo coronavírus e garotos-propaganda travestidos de políticos promovem remédios ineficazes contra a pandemia, o Brasil caminha para atingir nos próximos dias a estarrecedora marca de 100 mil mortes por covid-19 sem nenhum sinal de que os índices de contágio e óbito estejam próximos de diminuir.
Em relatório conjunto divulgado na sexta-feira, a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) advertiram para consequências devastadoras – tanto sociais quanto econômicas – se a curva de contágio não for controlada o quanto antes na região.
Até a noite de domingo, o Brasil ostentava a desabonadora marca de mais de 93 mil mortos entre 2,7 milhões de casos confirmados de uma doença sabidamente subnotificada. Em números absolutos, o Brasil segue somente atrás dos EUA, com seus 160 mil mortos entre 4,6 milhões de infectados.
Segundo os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins, a covid-19 já infectou quase 18 milhões de pessoas em todo o mundo, deixando um rastro de mais de 680 mil mortes.
Nova CPMF no radar
No campo político, atenção para a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro de testar as águas em relação à criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF.
A versão presidencial é de que se trata de um balão de ensaio solto no ar apenas para mostrar ao ministro Paulo Gudes que não há respaldo do Congresso a uma nova CPMF.
Mas como as declarações do presidente e os fatos costumam tomar direções diametralmente opostas, não custa duvidar nem das intenções de Bolsonaro nem da capacidade do Congresso de castigar o Brasil.
Rating AAA dos EUA em perigo
Seja como for, os mercados financeiros locais devem iniciar a semana sob o peso da alteração anunciada pela agência de classificação de risco de crédito Fitch na perspectiva do rating soberano dos Estados Unidos.
Na sexta-feira, depois do fechamento dos mercados, a Fitch reafirmou o rating AAA dos EUA, mas revisou a perspectiva para a nota de crédito do país de estável para negativa.
Além da alteração na perspectiva, a Fitch anunciou suas projeções para o PIB dos EUA. A agência prevê retração econômica de 5,6% este ano seguida por alta de 4% em 2021.
Na semana passada, dados do PIB do segundo trimestre revelaram uma contração econômica 32,9% na comparação com o mesmo período de 2019. Trata-se do pior resultado desde 1947.
Peguemos o impacto da crise do coronavírus sobre a economia norte-americana, adicionemos uma pitada de pesquisas de intenção de voto colocando o presidente Donald Trump como azarão numa campanha à reeleição que até poucos meses atrás parecia garantida e não nos espantemos com eventuais discursos xenofóbicos e anti-China vindos de Washington pipocando pelos noticiários.
Agenda da semana no exterior
Entre os indicadores econômicos estrangeiros mais relevantes, o PIB do Japão, divulgado na noite de domingo, e a decisão de juro do BoE são os principais destaques da semana.
Segunda-feira
- Os índices dos gerentes de compra da indústria da China, dos EUA e da zona do euro referentes a julho devem lançar nova luz sobre os termos da recuperação das principais potências econômicas do planeta.
Quarta-feira
- Nos Estados Unidos, destaque para a divulgação dos dados de emprego no setor primado (ADP) e para os estoques de petróleo do Departamento de Energia.
Quinta-feira
- O destaque do dia é a decisão de juro do Banco da Inglaterra (BoE) em um momento de manutenção de taxas de juro extremamente baixas e amplas medidas de estímulo pelas principais autoridades monetárias do mundo. Nos EUA, atenção para os pedidos de auxílio-desemprego.
Sexta-feira
- Os números do desemprego e de crédito aos consumidores nos EUA devem dar o tom do encerramento da semana nos mercados financeiros.
Empresas do Ibovespa agitam agenda de balanços corporativos
Entre os balanços financeiros, a divulgação de resultados referentes ao segundo trimestre de 2020 segue a todo vapor no Brasil e no mundo.
Os destaques locais ficam por conta de diversos componentes do Ibovespa, entre eles, o Itaú Unibanco, o Banco do Brasil, a Embraer, a Braskem, a Klabin, a Gol e a Gerdau, entre outros.
No exterior, a atenção estará voltada para os números da Berkshire Hathaway, da BP, da Disney, da Toyota e da Lufthansa. Os investidores também estarão atentos aos dados da Moderna em meio às pesquisas por uma vacina capaz de deter a pandemia do novo coronavírus.
Segunda-feira
- Antes da abertura: Itaú Unibanco, BB Seguridade, Porto Seguro, Gol (Brasil), Société Générale (França), HSBC (Reino Unido), Berkshire Hathaway (EUA);
Terça-feira
- Antes da abertura: Alpargatas, Comgas, Iguatemi (Brasil), BP (Reino Unido);
- Depois do fechamento: Disney (EUA);
Quarta-feira
- Antes da abertura: AES Tietê, Braskem, CPFL, Eletropaulo, Embraer, Gerdau, Klabin, SulAmérica, Totvs (Brasil), Commerzbank (Alemanha), Moderna (EUA);
Quinta-feira
- Antes da abertura: Banco do Brasil, Banco BMG, Gafisa, Intermédica, Multiplan (Brasil), Toyota (Japão), Lufthansa (Alemanha)
Sexta-feira
- Antes da abertura: Sanepar (Brasil)
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