Equipe econômica vê ‘Dilma 3’ no pró-Brasil
Ironia expõe a insatisfação da equipe econômica com o programa de investimentos lançado pela ala militar do governo
A área econômica do governo apelidou o Plano Pró-Brasil de "Dilma 3" por prever a ampliação do gasto público para a retomada econômica por meio de obras em infraestrutura. A ironia expõe a insatisfação da equipe econômica com o programa de investimentos lançado pela ala militar do governo em conjunto com os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).
A referência "Dilma 3" é uma alusão ao que seria uma continuidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que teve duas etapas durante os governos do PT e cujos gastos podiam ser abatidos do esforço necessário para cumprir a meta fiscal.
O PAC 1 foi lançado em 2007 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já a segunda etapa, o PAC 2, veio em março de 2010, na antessala da campanha eleitoral que elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff, quem efetivamente colocou a nova fase em prática.
Depois da desastrosa apresentação do Plano Pró-Brasil, sem dados técnicos e com gráficos considerados apenas ilustrativos, o clima na área econômica era de alívio pelo fato de nenhum integrante da equipe ter sentado à mesa ao lado do ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, endossando o anúncio. Um integrante da equipe econômica disse que só faltou colocar o "selo" de "Dilma 3" no Pró-Brasil.
A comparação com os programas de gestões petistas virou motivo de assombro até mesmo nas equipes que trabalham no plano. Na ala daqueles que defendem a iniciativa, há quem peça a aceleração dos prazos anunciados por Braga Netto, com estruturação até julho, detalhamento dos projetos até setembro e implementação a partir de outubro.
O alerta disparado na área técnica, porém, é que adotar essa via rápida para tirar o plano do papel pode levar o governo a repetir os mesmos erros do passado, com imprecisões nos efeitos esperados e nos custos estimados.
Leia Também
As obras do PAC foram alvo de críticas porque, entre outros motivos, começavam com um orçamento e, quando terminavam, tinham um custo duas ou três vezes maior. O temor entre técnicos é que isso se repita caso a ala política ou militar do governo force a barra para turbinar o plano na ânsia de dar uma sinalização de retomada.
Sem critérios
Outro sinal de alerta é que os próprios órgãos que mapearam mais de 11 mil projetos paralisados por falta de dinheiro enfrentam dificuldades para justificar a inclusão dessas ações no escopo de um programa de recuperação da economia após uma pandemia. Na prática, o próprio governo ainda não encontrou critérios e argumentos para despejar agora o dinheiro nessas obras.
As dificuldades para colocar o plano em prática podem ser aliadas da equipe econômica, uma vez que a estratégia do ministro da Economia, Paulo Guedes, é buscar o alinhamento dentro do que pode ser feito diante das restrições fiscais, mas barrar os "excessos".
A avaliação é que a posição mais dura do ministro na reunião de apresentação do plano na quinta-feira, 23, no Palácio do Planalto barrou o anúncio de detalhes do programa que poderiam dificultar um ajuste interno no seu tamanho.
Guedes deixou claro que não aceita "piruetas fiscais" no teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação e que alguns defensores do plano querem "driblar" para alavancar as despesas com infraestrutura. A resposta veio depois. Na coletiva de anúncio do plano, o ministro da Infraestrutura falou sobre o problema, buscando uma conciliação nas relações estremecidas.
"Podemos até perder, mas vamos perder lutando e mostrando a direção correta", disse um auxiliar de Guedes.
Outro auxiliar do ministro ressaltou que, nos momentos mais tensos com o Palácio do Planalto, o jeito Guedes de atuar é não bater de frente e ajustar o discurso nos bastidores. Ele deixou claro, no entanto, que não há espaço para aumentos exagerados de gastos e mudança no teto.
A equipe econômica tem defendido que o grande motor da retomada precisa ser a iniciativa privada e que as propostas dos ministérios serão analisadas de acordo com o espaço existente no Orçamento. A avaliação é que o teto é a âncora que permite a manutenção dos juros em patamar reduzido e que o Brasil não vai retomar se "perder a âncora e virar um barco à deriva".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Checklist do Enem: o que levar, o que deixar em casa e o que só vai te dar dor de cabeça
Documento de identidade e caneta esferográfica preta são itens obrigatórios, e há itens de vestuário que são proibidos
“Valores conservadores são o tema das eleições. Não é economia. Não são valores liberais. Conservadores tomaram tudo”, diz Paulo Guedes
Ex-ministro da Economia acredita que o mundo vive um novo momento de desordem em que os conservadores estão à frente das mudanças
Lula confirma que irá disputar as eleições em 2026: “vou completar 80 anos, mas tenho a mesma energia de quando tinha 30”
Em visita à Indonésia, Lula confirmou que pretende disputar um quarto mandato; pesquisas mostram o petista na liderança das intenções de voto
Brasileiros não apoiam exploração de petróleo na Foz do Amazonas, diz pesquisa — e afirmam que Lula deve proibir perfuração
Levantamento feito pelo Datafolha pressiona governo por definição clara antes da COP30, enquanto Petrobras aguarda liberação do Ibama
Barroso anuncia aposentadoria e vai deixar cargo de ministro do STF
Com a decisão, Barroso encerrará um ciclo de 12 anos no STF
Eleições 2026: Lula mantém liderança em todos os cenários de 2º turno, e 76% querem que Bolsonaro apoie outro candidato, diz pesquisa
Levantamento Genial/Quaest indica resistência à nova candidatura do presidente, enquanto eleitorado bolsonarista se divide sobre o futuro político do ex-presidente
Derrota para o governo: Câmara arquiva MP 1.303 e livra investimentos de aumento de imposto de renda — bets também saem ilesas
Deputados retiraram a votação do texto da pauta e, com isso, a medida provisória perde a validade nesta quarta-feira (8)
Pesquisa Genial/Quaest mostra popularidade de Lula no maior patamar do ano após crise com EUA
Aprovação sobe a 48%, impulsionada por percepção positiva da postura do governo diante de tarifas impostas por Trump
Imposto de renda sobre CDB, Tesouro Direto, JCP e fundos ficará em 18% após avaliação por comissão do Congresso Nacional
Medida provisória 1.303/25 é aprovada por comissão mista do Congresso e agora segue para ser votada nos plenários da Câmara e do Senado
Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo
Telefonema de 30 minutos nesta segunda-feira (6) é o primeiro contato direto entre os líderes depois do tarifaço e aumenta expectativa sobre negociações
Lula e Trump: a “química excelente” que pode mudar a relação entre o Brasil e os EUA
Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec, analisa os efeitos políticos e econômicos de um possível encontro entre os dois presidentes
Com Tarcísio de Freitas cotado para a corrida presidencial, uma outra figura surge na disputa pelo governo de SP
Cenário nacional dificulta a nomeação de candidatos para as eleições de 2026, com impasse de Bolsonaro ainda no radar
Comissão do Senado se antecipa e aprova projeto de isenção de IR até R$ 5 mil; texto agora depende dos deputados
Proposta de isenção de IR aprovada não é a do governo Lula, mas também cria imposto mínimo para altas rendas, programa de renegociação de dívidas e prevê compensação a estados e municípios
Senado vota regulamentação dos novos impostos sobre consumo, IBS e CBS, nesta quarta-feira (24)
Proposta define regras para o novo comitê gestor do IBS e da CBS, tributos que vão substituir impostos atuais a partir de 2027
O que Lula vai dizer na ONU? Soberania e um recado sutil a Trump estão no radar
A expectativa é que o discurso seja calibrado para o público global, evitando foco excessivo em disputas políticas internas
Câncer de Bolsonaro: o que é o carcinoma de pele encontrado em duas lesões removidas
Ex-presidente recebeu alta após internação por queda de pressão, vômitos e tontura; quadro exige acompanhamento médico periódico
LCI e LCA correm o risco de terem rendimentos tributados, mas debêntures incentivadas sairão ilesas após negociações no Congresso
Relator da MP que muda a tributação dos investimentos diz que ainda está em fase de negociação com líderes partidários
“Careca do INSS”: quem é o empresário preso pela PF por esquema que desviou bilhões
Empresário é apontado como “epicentro” de fraudes que desviaram bilhões de aposentadorias
STF condena Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão; saiba quais opções restam ao ex-presidente
Placar final foi 4 a 1 para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado
Aprovação de Lula sobe para 33% e chega ao maior nível desde dezembro de 2024, diz Datafolha
O índice de reprovação do petista ainda é um dos maiores entre presidentes desde a redemocratização a esta altura do mandato, mas, na comparação direta, Bolsonaro sai perdendo