A postura do megainvestidor Warren Buffett mudou. Se no início da pandemia a surpresa do mercado era o bilionário não ter comprado nada, agora o incomum é a Berkshire Hathaway passar dias sem anunciar uma aquisição.
Desde julho, a holding do bilionário já despejou ao menos US$ 19,6 bilhões em outras empresas - algo em torno de R$ 110,3 bilhões, seguindo a cotação de segunda-feira (28).
São participações em companhias de diversos setores - financeiro e tecnológico entre eles -, que ajudam parte do mercado a tomar suas posições em um momento ainda de muita incerteza.
No terceiro trimestre, a Berkshire Hathaway já comprou:
- US$ 10 milhões em ativos da Dominion Energy, companhia de energia americana;
- US$ 2,1 bilhões em ações do Bank of America em 12 pregões;
- US$ 6,2 bilhões em participação de cinco empresas do Japão;
- US$ 735 milhões em ações no IPO da Snowflake, plataforma de dados em nuvem;
- US$ 600 milhões no financiamento da aquisição da rede americana de TV ION Media pela EW Scripps.
A operação da ION Media tem em contrapartida o recebimento de 6 mil ações da empresa com um dividendo anual de 8%, pago trimestralmente. Somada essa às outras aquisições citadas, chega-se ao valor de US$ 19,6 bilhões.
Apesar da cifra volumosa, a holding do bilionário ainda tem dinheiro para gastar. No segundo trimestre, a Berkshire Hathaway informou ter encerrado o período com US$ 146,6 bilhões em caixa - eram US$ 137,3 bilhões no fim de março.
A companhia apresentou um lucro líquido atribuído aos acionistas de US$ 26,3 bilhões, alta de 86,8%.
Nos três primeiros meses de 2020, a holding de Warren Buffett não fez nenhuma aquisição relevante, em meio ao início da crise do coronavírus. Pelo contrário, o bilionário anunciou que a empresa havia vendido todas as ações de companhias aéreas.