‘País é muito grande para ter só três aéreas’, diz presidente da Itapemirim
Em recuperação judicial, o grupo Itapemirim, conhecido pelo transporte rodoviário, se prepara para lançar sua empresa aérea, apesar da crise enfrentada pelo setor desde o início da pandemia
Em recuperação judicial, o grupo Itapemirim, conhecido pelo transporte rodoviário, se prepara para lançar sua empresa aérea, apesar da crise enfrentada pelo setor desde o início da pandemia. O presidente do grupo, Sidnei Piva, avalia que as perspectivas são positivas para a Ita Transportes Aéreos. A ideia é que a companhia comece a operar em março, com aeronaves modelo A320, e alcance cem aviões em 5 anos. "É inadmissível ter só três companhias aéreas de grande porte no Brasil", afirmou.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.
Como a crise da covid-19 afetou os resultados do grupo?
Estamos apostando em um crescimento significativo em novembro e dezembro e devemos recuperar parte das perdas com a covid-19. As ações de proteção tomadas no começo da pandemia e a continuidade no serviço de transporte garantiram um baque menor que o esperado. A perda deve ficar em 30% ante o ano passado. E 2021 vai ser totalmente atípico para o grupo: estamos projetando um crescimento de quatro a cinco vezes, por conta da entrada da companhia aérea.
Apesar de ser uma operação separada da empresa aérea, a Itapemirim está em recuperação judicial. Como está o processo?
Na empresa, nem chamamos mais de recuperação judicial. Para nós, é um plano de reestruturação e estamos próximos da liquidação, prevista para meados do ano que vem. Os pagamentos foram cumpridos rigorosamente e passamos para um plano de crescimento da empresa. A recuperação passou a ser um compromisso equacionado nas contas da empresa. Estamos saindo da pandemia mais fortes.
A recuperação judicial atrasou os planos para a empresa aérea?
Esse projeto existe desde meados de 2017, quando a canadense Bombardier nos procurou. Estavam buscando uma grife para o mercado brasileiro, nos encontraram e começamos a amadurecer a ideia. Não foi possível, pelos problemas da própria recuperação, que precisava ser aprovada. Mas uma equipe nossa foi desenvolvendo ideias mesmo assim e tivemos a oportunidade de falar do projeto para fundos de investimento no exterior. Acabamos entrando no ramo de táxi aéreo primeiro e o projeto da empresa aérea foi ganhando dimensão.
A recuperação pode atrapalhar a empresa de aviação?
Em nada. Além de serem operações separadas, a aérea vem contribuir para adiantar o processo de recuperação. A expectativa é que a aérea esteja operando em março. A empresa abriu um processo seletivo para contratar 600 funcionários, incluindo pilotos, copilotos e comissários. Tivemos 12 mil currículos aprovados.
Leia Também
Mas não é um risco começar a voar bem neste momento?
Não, a pandemia assustou no início, mas as medidas que tomamos nos prepararam. A gente tem um diferencial: vamos entrar com 2 mil agências de vendas de passagens. A ideia também é atrair um tipo de passageiro que já ande de ônibus e possa fazer conosco sua primeira viagem de avião, sem para isso praticar um preço que vai canibalizar as outras companhias. É inadmissível ter apenas três companhias de grande porte em um país como o Brasil, e ter mais companhias aéreas é algo que só melhora a competição. Vamos começar com dez aeronaves do porte do A320, da Airbus, para até 170 pessoas, mas vão ter capacidade reduzida adequada ao pós-covid-19.
Quais destinos irão oferecer?
Nesta primeira fase, a ideia é ter 80 voos diários para grandes centros. Nossas prioridades são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Já no primeiro ano, a aérea pretende atender 80% do território nacional e vamos ligar isso ao transporte rodoviário. Hoje, são 2,7 mil cidades em que a Itapemirim está presente.
A empresa vai oferecer conexões com seus ônibus?
Sim. E em tempo real. Ele desce no aeroporto já com a outra passagem comprada, no horário certo e com bagagem despachada. Isso vai poder ser feito tanto para cidades do interior quanto para outros Estados.
A ideia é casar as operações do grupo?
A nossa proposta é ser uma companhia de mobilidade, via um projeto ferroviário (o grupo tem fabricantes de trens e de componentes e quer disputar concessões de linhas de metrôs e VLT), rodoviário e aéreo. Vamos apresentar, a partir de março, uma unificação de modais, em que o passageiro terá a opção de escolher o destino, sem ter de usar cinco ou seis companhias para chegar.
Os planos de voo incluem rotas internacionais?
Primeiro, vamos fazer a lição de casa no mercado nacional. Não pretendemos, de início, fazer parcerias com outras empresas, mas, para 2022, vamos começar a olhar para fora, principalmente pensando em destinos na Europa e nos Estados Unidos. É difícil não pensar em Miami e Nova York - que viraram praticamente quintal dos brasileiros - e também estamos de olho em Portugal, Espanha, França e Inglaterra. A Ita, com certeza, estará com quatro destinos internacionais até o fim de 2022.
A empresa buscou financiamentos e anunciou aporte de US$ 500 milhões de um grupo árabe. Esse recurso foi confirmado?
O financiamento foi confirmado a partir do aporte de recursos de um fundo de Dubai. A única etapa que está faltando é conseguir todas as certificações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para podermos voar. Está tudo certo com os aviões, agora só faltam os detalhes mais técnicos, de documentação. Esse dinheiro chega antes do primeiro voo. Além disso, temos recursos próprios e estamos oferecendo para pequenos e médios investidores nacionais a possibilidade de investir.
E há planos de a empresa abrir seu capital?
Sim. A Itapemirim deve abrir capital a partir de 2024, está no nosso plano de negócios. Quem resolver investir na empresa hoje já terá isso no horizonte para os próximos anos.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%