🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Estadão Conteúdo

mudanças no setor

Venda da Oi móvel concentrará ainda mais a telefonia

Mercado brasileiro seguirá o mesmo rumo visto nas maiores economias do mundo, nas quais restaram apenas três grandes operadoras

Estadão Conteúdo
13 de dezembro de 2020
18:29 - atualizado às 18:33
oi
Imagem: Shutterstock

Se confirmada, a venda da divisão de celulares da Oi para o consórcio formado por Vivo, TIM e Claro, em leilão marcado para amanhã, vai provocar a maior concentração no setor de telefonia móvel dos últimos 15 anos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Brasil experimentou concentração mais alta nos tempos do monopólio do Sistema Telebrás para telefonia fixa. Mas isso acabou em 1997, com a privatização e divisão da rede em 12 grupos com atuações regionais. Ao longo dos anos, porém, houve uma espécie de movimento reverso, com a junção desses grupos em conglomerados, como é o caso da própria Oi (antiga Telemar, que arrematou a Brasil Telecom).

Existe um termômetro de concentração usado por órgãos antitruste mundo afora, que é o Índice Herfindahl-Hirschman (HHI). Ele vai de 0 a 10.000 pontos, sendo que, quanto mais alto, mais concentrado. No Brasil, um cenário até 2.500 pontos é considerado de concentração moderada e, acima disso, requer análise aprofundada de riscos de abusos de poder, conforme parâmetros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O termômetro das telecomunicações no Brasil oscilou de 2.400 a 2.700 pontos entre 2005 e 2020 e vai subir para cerca de 3.300 se a venda da Oi Móvel para as rivais for confirmada. Será o maior salto já registrado no setor, de acordo com levantamento da consultoria internacional Omdia. "O mercado vai ficar nas mãos de três grupos nacionais: Vivo, TIM e Claro. Então, teremos uma concentração maior", diz o analista sênior da Omdia, Ari Lopes.

Essa trajetória é apontada por especialistas como um desdobramento natural para o setor, que persegue ganhos de escala para diluir os custos de instalação e atualização constante das redes. Basta observar as mudanças nas comunicações desde o 2G. Como quase toda a população já tem celular, não há mais consumidores novos para fisgar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na verdade, as teles vêm perdendo clientes desde 2014, quando deixou de ser importante para os usuários ter chips de várias operadoras para economizar nas chamadas, e muitos acabaram desligados.

Leia Também

"Há mais de cinco anos o setor não cresce. Nesse cenário, a consolidação é quase inevitável", afirma Lopes. "As empresas que não conseguiram alcançar escala são os alvos das aquisições."

Recuperação judicial

O caso da Oi se encaixa nessa lógica. A antiga supertele nacional entrou em recuperação judicial em 2016 com uma dívida de R$ 64 bilhões. Mais da metade disso foi renegociado, mas a própria direção diz que a operadora não terá condições de se sustentar no médio prazo sem vender as redes móveis - que tiveram lance de R$ 16,5 bilhões do consórcio de rivais.

A Oi tem 16% de participação no mercado móvel, atrás de Vivo (33%), Claro (26%) e TIM (23%). Sem dinheiro, a tele já ficou de fora do último leilão de faixas para tráfego dos sinais de 4G, o que prejudicou sua capacidade de aprimorar o serviço. Agora, seu futuro é incerto. No ano passado, a Nextel também sentiu o peso da falta de escala e acabou sendo vendida, em um situação pré-falimentar, para a Claro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Em tese, um grau de concentração mais alto implica diminuir a concorrência. Só que a Oi é uma empresa em recuperação judicial, com poucos recursos para investir e que pode sucumbir e sair do mercado de qualquer fora", afirma o ex-conselheiro do Cade e professor de economia na Fundação Getulio Vargas (FGV) Arthur Barrionuevo.

Segundo ele, o argumento de maior concentração não seria um impeditivo, por si só, para justificar a reprovação do fatiamento da companhia entre as rivais sob os olhos do Cade. "Qual benefício a Oi está oferecendo para telefonia móvel?", questiona Barrionuevo.

Já o consultor e ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Juarez Quadros tem uma visão mais cautelosa. "O consumidor poderia ser beneficiado, porque as empresas vão ganhar escala e investir mais em inovação e qualidade", diz. "Por outro lado, precisamos ver como fica a estratégia comercial. O consumidor pode não ser prestigiado nas ofertas de pacotes e sofrer algum aumento de preços."

Um ponto comum citado pelos especialistas para minimizar os efeitos da concentração do mercado é que as operadoras têm obrigações de cobertura e qualidade impostas pela Anatel. O órgão regulador é visto como um xerife atuante, que ajudou a reduzir as queixas da população na última década, quando a telefonia móvel foi massificada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Outras países

Se a Oi Móvel for dividida entre o consórcio formado pelas rivais Vivo, TIM e Claro, o mercado brasileiro seguirá o mesmo rumo visto nas maiores economias do mundo, nas quais restaram apenas três grandes operadoras.

É assim hoje nos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Itália, Canadá, Espanha, Portugal, Holanda, Austrália, México, Colômbia, Argentina e Uruguai.

O mercado com quatro grandes teles é menos comum, mas ainda é visto, como nos casos de Reino Unido, Índia, França, Rússia e Chile.

O levantamento foi compilado pelo consultor e ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Juarez Quadros. "A tendência de consolidação desse mercado é natural, tendo em vista as necessidades das empresas para ganho de escala e eficiência", diz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ENGORDANDO O BOLSO

Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações

19 de dezembro de 2025 - 16:10

A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social

FIM DE UMA ERA

Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência 

19 de dezembro de 2025 - 14:50

Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos

DE NEUTRO PARA VENDA

É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%

19 de dezembro de 2025 - 13:31

Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores

NA CONTA DOS ACIONISTAS

Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP

19 de dezembro de 2025 - 12:40

Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos

ENTENDA

Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios

19 de dezembro de 2025 - 12:15

Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo

TÍTULOS DE DÍVIDA

Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões

19 de dezembro de 2025 - 11:45

A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação

FELIZ, TRUMP?

Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação

19 de dezembro de 2025 - 10:50

Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance

MAIS AÇÕES NA CONTA

O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados

19 de dezembro de 2025 - 10:15

Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda

SINERGIAS

Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões

19 de dezembro de 2025 - 9:36

Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio

DIVIDENDOS E BONIFICAÇÕES

Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações

18 de dezembro de 2025 - 20:21

A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber

DE VOLTA AO RADAR

CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA

18 de dezembro de 2025 - 16:08

O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda

CORRIDA TECNOLÓGICA

Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA

18 de dezembro de 2025 - 14:55

Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips

DEVO NÃO NEGO, PAGO QUANDO PUDER...

Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%

18 de dezembro de 2025 - 13:08

Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho

DESTAQUE DO IBOVESPA

Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026

18 de dezembro de 2025 - 12:31

Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio

FIM DE UMA ERA?

Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’

18 de dezembro de 2025 - 11:45

Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp

GERANDO VALOR

Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes

18 de dezembro de 2025 - 10:33

O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social

SUCESSÃO A CAMINHO

Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte

18 de dezembro de 2025 - 10:03

Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria

APESAR DOS PROTESTOS

Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais

18 de dezembro de 2025 - 8:56

O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas

UMA BOLADA!

B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos

17 de dezembro de 2025 - 19:57

Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado

RENDA AO ACIONISTA

Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026

17 de dezembro de 2025 - 19:37

Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar