Oi, Claro, Vivo e TIM se articulam com fintechs de olho em serviços financeiros
Possibilidade de unir essas duas pontas já era tendência há algum tempo, mas a pandemia do coronavírus e o lançamento do sistema de pagamentos eletrônicos Pix dão força a esse processo
Oi, Claro, Vivo e TIM estão se articulando para firmar parcerias com fintechs, de olho no crescente mercado de serviços financeiros. Para as operadoras, os acordos são uma chance de diversificar receitas, enquanto as fintechs podem ganhar escala rapidamente ao ter acesso a bases com milhões de clientes ativos.
A possibilidade de unir essas duas pontas já era tendência há algum tempo, mas a pandemia do coronavírus e o lançamento do sistema de pagamentos eletrônicos Pix dão força a esse processo.
Com o pagamento de auxílio emergencial a quase 60 milhões de brasileiros nos últimos meses, por meio do site e de aplicativos desenvolvidos pela Caixa Econômica Federal, um novo público foi apresentado aos serviços financeiros digitais.
O tamanho do programa de distribuição de renda também evidenciou que o sistema bancário tradicional deixa muita gente de fora. E é aí que entram as fortalezas das teles e das startups financeiras.
"Nunca houve um processo de bancarização tão acelerado quanto na quarentena", afirma o diretor de estratégia e transformação da Oi, Rogério Takayanagi. Em sua avaliação, o movimento vai facilitar o uso das plataformas das operadoras para distribuição de conteúdos digitais, especialmente os financeiros. "As teles estão voltando ao seu papel de distribuição de serviços."
A expectativa se baseia no fato de que há no País cerca de 45 milhões de pessoas sem conta bancária. Deste contingente, porém, 60% têm celular com acesso à internet. Ou seja: ao menos 27 milhões teriam condições de abrir uma conta digital de custo baixo.
Oi e Conta Zap
Oi e a fintech Conta Zap estão firmando uma parceria para o desenvolvimento de um serviço de conta digital, destinada a atender o público de menor renda.
O acordo teve início com um projeto piloto, com ações de cunho social para distribuição de doações a pessoas afetadas pela crise. O lançamento comercial do produto deve ocorrer no curto prazo, segundo Takayanagi.
O vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, Renato Chiuchini, afirma que a pandemia deixa como legado a introdução dos brasileiros às contas digitais.
"O auxílio emergencial acelerou a digitalização da base da pirâmide da população numa velocidade rápida e inesperada. Essas pessoas, ao perceberem que contas digitais têm menos custos e burocracias, vão ficar. Vai ser positivo para os setores."
TIM E C6
Antes da pandemia, a TIM fechou acordo com o banco digital C6. Por meio desse contrato, a tele poderá atingir participação de até 15% na fintech. Esse porcentual evoluirá à medida em que a TIM direcione clientes para o C6.
Na plataforma, eles podem fazer operação de recarga de pré-pago, pagamento de fatura do pós-pago ou abrir uma conta. Desde julho, mais de 200 mil novas contas foram abertas no banco.
Outro ponto que anima teles e fintechs é a chegada do Pix. A ferramenta de pagamentos digitais instantâneos tem tudo para ser a isca para a oferta de mais serviços, como financeiros, educação à distância e teleconsultas, por exemplo.
"Estamos trabalhando para buscar parcerias e oferecer vários serviços financeiros, como pagamentos por celular, crédito, investimentos, seguros, correspondentes bancários. Vamos ver como vai ser a adesão dos usuários ao Pix", afirma o diretor de serviços financeiros da Claro, Maurício Santos.
"Vamos oferecer nossa marca, conectividade, canais de vendas e atendimento e conhecimento do cliente. As fintechs entram com a operação financeira."
A Claro já lançou o SmartCred, serviço de crédito pessoal com parcelamento em até três anos, em parceria com o Banco Inbursa, do mesmo dono da Claro, Carlos Slim. Segundo Santos, os novos acordos podem vir a ser fechados com qualquer agente, sem exclusividade com o Banco Inbursa.
Na mesma linha, a Vivo tem a meta de oferecer mais serviços financeiros em parcerias com fintechs e vê a chegada do Pix como uma janela de oportunidade. "Teremos a marca e a responsabilidade de captar o cliente. A operação é com a instituição financeira", diz o diretor de serviços digitais e Inovação, Rodrigo Gruner.
O Vivo Money, de crédito pessoal, é o primeiro passo da companhia no ramo. O piloto do serviço foi ofertado de agosto de 2019 até abril de 2020, mas só para os clientes de planos controle ou pós-pago. O lançamento está previsto para este ano.
Pix
A um mês da chegada do Pix - ferramenta que promete revolucionar o sistema financeiro, com transferências de dinheiro na mesma hora para outra conta, disponível 24 horas -, as operadoras de telecomunicações já estão se preparando para a adoção da novidade. O início do registro das chaves Pix pelos usuários (como número do celular, e-mail, CPF, CNPJ) será em 5 de outubro, e o lançamento em 16 de novembro.
TIM, Vivo, Claro e Oi vislumbram usar o Pix para reduzir custos na arrecadação de faturas e recargas de pré-pagos. A ideia é que as faturas de planos de telefonia, internet e TV paga venham com QR-Code, por meio do qual o cliente pode usar o Pix para o pagamento instantâneo. A novidade deve começar a virar realidade ainda este ano.
O vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, Renato Chiuchini, diz que, juntas, as operadoras desembolsam aproximadamente R$ 1 bilhão por ano, somados os gastos com recolhimento dos boletos e comissões para parceiros (bancos, lotéricas, mercados, padarias, entre outros), em que são feitas as recargas de celulares pré-pagos. Esse é o valor máximo potencial de redução das despesas no longo prazo.
"O custo de recolhimento de cada boleto no mercado, em média, é de R$ 2. Se trocar isso pelo Pix, a expectativa é de uma redução relevante dos custos", afirma Chiuchini.
O Banco Central cobrará R$ 0,01 pela liquidação de cada dez pagamentos instantâneos na plataforma Pix. Resta saber qual valor será cobrado por cada um dos bancos comerciais. Tudo indica que haverá uma queda expressiva para o serviço em comparação com os boletos, ainda mais em um cenário de competição crescente entre as instituições financeiras.
"Toda essa cadeia de arrecadação e cobrança tem um custo alto para qualquer tele. Esperamos redução de custo, sim. Ainda não conseguimos dizer quanto, pois depende do preço final das transações, mas será significativa", diz Rodrigo Gruner, diretor de serviços digitais e inovação da Vivo.
As teles dizem também que o sistema de pagamentos instantâneos vai diminuir as complicações do processo de reativação de serviços para quem quitou com atraso as faturas e teve o sinal desligado. "Ao reativar os serviços hoje, assumimos um risco com base na promessa de pagamento", diz o diretor da Claro, Maurício Santos.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
Vem oferta de ações da Caixa Seguridade (CXSE3) por aí? Caixa autoriza estudos para possível venda de papéis da seguradora
A Caixa é dona de 82,75% do capital da seguradora, mas o possível follow-on não teria como objetivo alterar o controle da empresa
Surpresa de Páscoa: TIM Brasil (TIMS3) pagará R$ 1,31 bilhão em dividendos nos próximos meses; veja quem tem direito
Pagamento de cerca de R$ 0,54 por ação será efetuado nos meses de abril, julho e outubro
Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024
Salesio Nuhs contou para o Seu Dinheiro as principais apostas da fabricante de armas para este ano — e deu um “spoiler” sobre o que esperar dos dividendos em 2024
Grupo GPS (GGPS3) chega ao “bandejão da firma” com aquisição e adiciona bilhões em receita; ações sobem forte na B3
Com a GRSA, o Grupo GPS amplia a oferta no “cardápio” de serviços que oferece. A empresa vem enfileirando aquisições desde o IPO, em 2021
Conseguiu uma boa grana: Cemig (CMIG4) pode pagar mais dividendos após acordo bilionário com a Vale (VALE3), diz XP
Para a corretora, anúncio de venda da Aliança Energia para a Vale não surpreende, mas valor obtido pode turbinar dividendos da Cemig
Oi (OIBR3) tem prejuízo, queda de receita e Ebitda negativo no 4T23; empresa propõe novo grupamento para deixar de ser “penny stock”
Oi (OIBR3) teve prejuízo líquido de R$ 486 milhões nos últimos três meses de 2023 e fechou o ano com dívida líquida de mais de R$ 23 bilhões
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
Desse montante, segundo a Cemig, serão abatidos dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos ou aprovados até o fechamento da operação
Klabin (KLBN11) ou Suzano (SUZB3)? Uma delas está barata. Itaú BBA eleva preço-alvo das duas ações e conta qual é a oportunidade do momento
Tanto as units da Klabin como as ações da Suzano operam em alta na bolsa brasileira nesta quarta-feira (27), mas só uma delas é a preferida do banco de investimentos; descubra qual
Finalmente, um oponente à altura da Nvidia? Empresas de tecnologia se unem para combater hegemonia da gigante de IA
A joia da coroa da Nvidia está muito menos exposta: é o sistema plug and play da empresa, chamado CUDA, e é com ele que o setor quer competir
Sete anos após o Joesley Day, irmãos Batista retornam à JBS (JBSS3); ação reage em queda ao resultado do 4T23
A volta de Joesley e Wesley, que foram delatores da Lava Jato, acontece após uma série de vitórias judiciais da JBS e dos empresários
Leia Também
-
Oi (OIBR3) tem prejuízo, queda de receita e Ebitda negativo no 4T23; empresa propõe novo grupamento para deixar de ser "penny stock"
-
Lula e Macron lançam programa de investimentos de mais de R$ 5 bilhões; fotos dos presidentes viram meme na internet
-
Oi (OIBR3): tudo o que você precisa saber sobre o avanço das negociações com credores e a nova data da votação do plano de recuperação judicial
Mais lidas
-
1
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
2
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha