Estatais de saneamento querem flexibilizar regras para contratar empréstimos
Com regras mais fáceis para a entrada do setor privado, as estatais de saneamento querem que a concessão de empréstimos ao segmento seja menos rigorosa
Após a aprovação do novo marco legal do saneamento, empresas estatais do setor intensificaram uma ofensiva para convencer o governo federal a flexibilizar regras de contratação de empréstimos no setor público e abrir caminho aos financiamentos necessários para bancar investimentos vultosos nos próximos anos.
Hoje, as operações de crédito dessas estatais ficam sujeitas aos mesmos limites e regulamentos seguidos por Estados e municípios, muitos deles com finanças comprometidas e com o pior selo de classificação de risco junto ao Tesouro Nacional.
As empresas querem que o Conselho Monetário Nacional (CMN) retire os financiamentos às estatais de saneamento do cálculo do limite de exposição dos bancos ao setor público, hoje de 45% do Patrimônio de Referência (PR). Elas também são contra contabilizar essas operações nos limites anuais para operações de crédito de Estados e municípios — neste ano, o teto de R$ 7,5 bilhões em contratos sem garantia da União foi rapidamente consumido.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a área econômica é contra e entende que é precipitado adotar um 'waiver' (exceção) para essas operações antes mesmo de saber qual será o montante necessário.
Além disso, a avaliação é que uma medida nesse sentido pode ir contra princípios da própria Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), pois a contratação de empréstimos abre caminho para gastar mais, o que pode comprometer o cumprimento das metas fiscais.
A avaliação das empresas estatais, por sua vez, é que a ausência de uma regra específica para o setor é um entrave para as companhias competirem de igual para igual com o privado. As companhias públicas dominam hoje o mercado de saneamento. Essa concentração, no entanto, é ameaçada pelo novo marco legal, que obriga os municípios a abrirem licitação e abre portas para as empresas privadas atuarem com mais força no segmento.
Leia Também
A pauta da flexibilização é levantada pela Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e ganhou apoio do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR). Seria um tratamento semelhante ao dado a Petrobrás, Eletrobrás e suas subsidiárias e controladas, cujos financiamentos não precisam ser contabilizados pelos bancos na regra dos 45%.
"Estamos brigando no Conselho Monetário Nacional para realmente a gente conseguir com que o saneamento não entre no endividamento público", disse na semana passada o secretário nacional de Saneamento Básico do MDR, Pedro Maranhão.
"O que queremos é um leque para que as empresas possam trabalhar e ter essas opções. O objetivo do novo marco não é trazer novos esforços para buscar a universalização? Então, se esse for o trabalho, fantástico, temos que buscar ‘n’ opções", diz ao Estadão/Broadcast o presidente da Aesbe, Marcus Vinícius Fernandes Neves, que também chefia a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).
Neves argumentou que as companhias públicas já enfrentam uma série de limitações em relação aos negócios privados. Por isso, segundo ele, é preciso que o governo "facilite" o máximo possível para equiparar as condições entre o público e o privado. "Por que uma empresa privada vai acessar a Caixa (Econômica) com juros mais baratos e eu não posso acessar porque tenho limitação que me considera pública, quando sou independente?", questionou o presidente da Aesbe.
A capacidade de as empresas injetarem novos recursos no saneamento é um dos pontos cruciais do novo marco. O texto, que aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro, cobra comprovação de poder econômico-financeiro para fazer os investimentos necessários à universalização dos serviços. Se não conseguirem comprovar, perdem o negócio ou não conseguem fechar novos contratos.
Diagnóstico
Procurado, o Ministério da Economia informou que o pedido foi recebido, e a decisão cabe ao CMN.
"Neste momento, está sendo finalizado no âmbito do Ministério da Economia um diagnóstico sobre a situação fiscal e financeira dos Estados em face das complexas consequências da pandemia para que seja possível dimensionar eventual expansão do limite de exposição do sistema financeiro aos governos regionais. Isso é importante porque, como determina a LRF e resoluções do Senado Federal, os Estados devem ser garantidores das operações de crédito de suas respectivas estatais”, diz a nota. O MDR não respondeu até a publicação deste texto.
O presidente da Aesbe afirmou que houve uma "evolução crescente" de gestão das companhias estaduais nos últimos tempos. "Nós temos visto avanços em várias questões. Muitas empresas que não tinham capacidade para grandes valores, hoje têm", disse. Para ele, se as empresas públicas de saneamento são independentes, trabalham com recursos próprios e têm capacidade para tomar empréstimos, não faz sentido que os empréstimos concedidos a ela entrem no "rol do endividamento público comum".
Tchau, Oi (OIBR3): como a empresa que já foi uma “supertele” sucumbiu à falência? A história por trás da ruína
A telecom teve sua falência decretada na tarde desta segunda-feira (10), depois de quase uma década de recuperação judicial — foram duas, uma atrás da outra
MBRF (MBRF3) arranca na B3 antes do primeiro balanço após a fusão, mas ciclo pode estar prestes a virar; o que esperar do 3T25
Ciclo da empresa pode estar prestes a virar: o crescimento da oferta de carne deve crescer, pressionando novamente as margens mais à frente
Justiça decreta falência da Oi (OIBR3) e liquidação dos ativos: “a Oi é tecnicamente falida”, diz juíza
A juíza determinou a continuação provisória das atividades da Oi até que os serviços sejam assumidos por outras empresas
Shopee, Mercado Livre e TikTok Shop transformam o 11.11 em prévia da Black Friday
Com o 11.11, varejo estende as ofertas por todo o mês e disputa a atenção do consumidor antes da Black Friday
Média e alta renda ‘seguram as pontas’, enquanto Minha Casa Minha Vida brilha: o que esperar das construtoras no 3T25?
Balanços do terceiro trimestre de 2025 devem reforçar o momento positivo das construtoras populares em um ano marcado pelo avanço do Minha Casa Minha Vida; Cury e Direcional seguem sendo destaques na visão de analistas
Adeus, vista cansada! Como funciona o colírio que livra dos óculos quem desenvolve presbiopia
Aprovado pelo FDA, o colírio VIZZ promete dar fim temporário à “vista cansada”, melhorar o foco e reduzir o uso de óculos — mas exige aplicação diária
A era do ROE de 20% do Banco do Brasil (BBAS3) ficou para trás — e pode nunca mais voltar, mesmo depois do fim da crise, dizem analistas
Em meio a turbulências na carteira, especialmente no agronegócio, BB enfrenta desafios na busca por rentabilidade, e analistas revelam o que esperar das ações BBAS3
O CEO que causou polêmica com o fim do home office agora diz que não lê notificação no celular — exceto uma
“Se você me enviar uma mensagem durante o dia, provavelmente eu não a lerei”, diz Jamie Dimon, do JPMorgan
Ele abriu mão de bilhões no momento mais difícil da vida — e descobriu que o sucesso vai muito além do dinheiro
O cofundador do Reddit, Alexis Ohanian, vendeu cedo demais e acabou deixando bilhões de dólares na mesa, mas não parece incomodado com isso
É o fim da linha para a Oi (OIBR3)? Operadora pede que justiça avalie insolvência
A manifestação da Oi foi solicitada pela juíza Simone Chevrand que, no mês passado, adiou em dez dias a decisão sobre dar continuidade ao processo de recuperação judicial da companhia ou se optaria pela liquidação do grupo
Fundo imobiliário CPSH11 pede ao Cade uma avaliação para a compra de shopping da Riachuelo
Segundo comunicado, o negócio envolve a compra do Midway Mall, shopping localizado em Natal (RN) e considerado um dos principais do Nordeste
CVM questiona sigilo na recuperação judicial da Ambipar (AMBP3) e pede acesso aos documentos enviados à Justiça
Autarquia alega que ter acesso a essas informações é essencial para uma avaliação crítica de todos os interessados na recuperação — credores, investidores e o próprio regulador
A Vale (VALE3) pode mais: Safra sobe preço-alvo das ações e diz que dividendo bilionário está mais perto do que nunca
Segundo os analistas, a mineradora segue negociada com desconto em relação às concorrentes globais, e ainda pode apresentar resultados mais fortes daqui para frente
“Quem apostar contra a Petrobras (PETR4) vai perder”, diz a presidente da estatal. Mas o mercado também pensa assim?
A resposta dos analistas para essa pergunta não é um consenso; saiba o que está por vir e o que fazer com o papel depois dos resultados robustos do terceiro trimestre de 2025
Sequência do game mais vendido de todos os tempos é adiada de novo — e o medo do fracasso é um dos motivos
Com fracasso do Cyberpunk 2077 como referência, estúdio responsável pelo GTA 6 opta por ganhar tempo para alcançar o nível de qualidade esperado
Embraer (EMBJ3) está descontada na bolsa, e JP Morgan eleva preço-alvo para potencial de alta de até 42%
O JP Morgan atualizou suas estimativas para a ação da Embraer (EMBJ3) para R$ 108 ao final de dezembro de 2026. A nova projeção não está tão distante da anterior, de R$ 107 por ação, mas representa uma alta de até 27%. Incluindo a divisão EVE, subsidiária de veículos elétricos de pouso vertical, os chamados […]
Laranjinha vs. Roxinho na Black Friday: Inter (INBR32) turbina crédito e cashback enquanto Nubank (ROXO34) aposta em viagens
Inter libera mais de R$ 1 bilhão para ampliar poder de compra no mês de novembro; Nubank Ultravioleta reforça benefícios no Nu Viagens
Cemig (CMIG4) vira ‘moeda de troca’ de Zema para abater dívidas do Estado e destravar privatização
O governador oferta a participação na elétrica para reduzir a dívida de MG; plano só avançaria com luz verde da assembleia para o novo modelo societário
Petrobras (PETR4) ignora projeção, tem lucro 2,7% maior no 3T25 e ainda pagará R$ 12,6 bilhões em dividendos
Nos cálculos dos analistas ouvidos pela Bloomberg, haveria uma queda do lucro entre julho e setembro, e os proventos viriam na casa dos R$ 10 bilhões
Banco ABC Brasil (ABCB4) quer romper o teto histórico de rentabilidade e superar os 15% de ROE: “nunca estamos satisfeitos”, diz diretor
Mesmo com ROE de 15,5%, o diretor financeiro, Ricardo Moura, afirma que está “insatisfeito” e mapeia as alavancas para entregar retornos maiores