A petroquímica Braskem incluiu dois mil imóveis no programa bilionário de compensação financeira pelo fenômeno de afundamento e rachaduras do solo em Maceió (AL). A estimativa de setembro era de 800 imóveis.
Mesmo com a mudança, a empresa diz ao mercado que não espera alteração nos custos com o programa, estimados em R$ 3,3 bilhões - mas também não descarta novos gastos. O valor se soma aos R$ 4,6 bilhões já provisionados pela petroquímica.
A Braskem assinou em janeiro deste ano um acordo para compensar os moradores de Macéio, após ser alvo de ao menos R$ 40 bilhões em ações judiciais. A empresa seria a responsável pelo fenômeno que atingiu três bairros da região, com a exploração de sal-gema, segundo estudos do Ministério de Minas e Energia.
Na bolsa, queda
Em meio ao imbróglio e ainda com a pandemia, as ações da empresa (BRKM5) caíram mais de 20% no último ano - eram negociadas a R$ 21,32 nesta sexta-feira (10). Analistas do Morgan Stanley, no entanto, falam em compra dos papéis.
Em relatório no último dia 6, Bruno Montanari e Guilherme Levy elevaram a recomendação para os papéis de estável para compra, com preço-alvo de R$ 28,00. Para eles, haverá um equilíbrio maior entre oferta e demanda de petroquímicos nos próximos meses, beneficiando a Braskem.
Segundo os analistas, também entraria na conta um alívio da pressão que o barril do petróleo sofreu nos últimos meses (a commodity é a principal matéria prima da Braskem), o bom momento no mercado de resinas e o dólar em cotação favorável para exportação.