🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Estadão Conteúdo

EUA X CHINA

5G coloca Bolsonaro em saia justa política

Mesmo com a pressão norte-americana e a liderança chinesa no 5G, até agora o governo não editou nenhuma norma que restrinja a atuação da Huawei no Brasil

Estadão Conteúdo
13 de julho de 2020
9:55 - atualizado às 18:48
5G, Tim , Vivo
Imagem: Shutterstock

A liderança da chinesa Huawei na tecnologia 5G pôs o presidente Jair Bolsonaro em uma saia justa política. Pressionados pelos Estados Unidos, que acusam a companhia de atuar como um instrumento de espionagem do governo chinês, vários países do mundo decidiram proibi-la de fornecer equipamentos para as futuras linhas da telefonia de quinta geração.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre os governos que tomaram a medida estão Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Índia e Japão. O Reino Unido havia imposto um teto de até 35% na participação da Huawei em suas redes, mas há expectativa de que as restrições evoluam para banimento. Alemanha, França e Espanha, por sua vez, optaram por não restringir a atuação da companhia até agora.

No Brasil, essa decisão será de Bolsonaro, a quem caberá a edição de um decreto sobre o tema. Como toda política pública, cabe aos ministérios envolvidos opinar sobre o assunto, pois a decisão, qualquer que seja, terá que ter respaldo técnico, legal e jurídico. Pasta mais diretamente relacionada ao assunto, o recém-criado Ministério das Comunicações tem um posicionamento lacônico.

"A eventual imposição de limitações a um fornecedor de equipamentos de telecomunicações perpassa diversos órgãos de governo para além do Ministério das Comunicações, como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o Ministério da Economia e o Ministério das Relações Exteriores, cabendo a decisão final ao presidente", informou a pasta.

O Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, procurou sete ministérios na última semana para perguntar a opinião deles sobre o tema. O GSI e os ministérios da Economia, da Agricultura e de Ciência, Tecnologia e Inovações preferiram não comentar, assim como a Casa Civil, a quem cabe reunir a posição dos diferentes ministérios. O Ministério de Relações Exteriores não respondeu.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Guerra de bastidores

Se publicamente os ministérios não se pronunciam sobre o tema, nos bastidores há uma guerra sobre o tema. O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ligado à ala ideológica, tem deixado clara sua posição a favor de um alinhamento aos Estados Unidos e contrário à China em suas redes sociais. Sobre a pandemia do novo coronavírus, chamado por ele de "comunavírus", ele considera haver um plano para implantar o comunismo em organismos internacionais.

Leia Também

Já o vice-presidente Hamilton Mourão, por exemplo, já deixou claro ser contra qualquer restrição à Huawei. No ano passado, ele viajou à China, onde se encontrou com o vice-presidente da companhia e reiterou haver um clima de confiança com o país asiático. O tema também preocupa a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, já que a China é o principal destino das exportações de soja. Qualquer barreira à Huawei pode ter consequências diretas sobre o agronegócio brasileiro.

Liberal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito que quer as três fornecedoras - além da chinesa Huawei, a sueca Nokia e a finlandesa Ericsson - competindo para oferecer o melhor serviço ao País.

Nórdicas

Curiosamente, os EUA não têm mais um grande fabricante e contam principalmente com os serviços das duas empresas nórdicas. A Lucent foi comprada pela francesa Alcatel e, depois, pela Nokia; a Motorola saiu do mercado de equipamentos centrais; e a Standard Electric, que inclusive tinha fábrica e escritório no Rio, descontinuou o negócio de telecomunicações. As americanas Cisco e a Qualcomm permanecem no setor, mas não fazem equipamentos centrais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sobre a acusação de espionagem, Juarez Quadros, ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e ex-ministro das Comunicações, tem uma visão realista. "Todos poderiam espionar. A verdade é que temos de proteger as redes de telecomunicações a evitar situações de conflito. Então teríamos que impor salvaguardas que protejam o Brasil desse risco", afirmou.

Quadros avalia que o ideal seria o governo elaborar uma política pública que estabeleça protocolos de segurança de modo a evitar conflitos geopolíticos. "Se é para restringir, que se façam os atos necessários, porque estão ausentes leis, decretos e portarias nesse sentido. E é preciso ter embasamento legal e jurídico para uma decisão como essa."

O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, afirma que a pressão norte-americana vai contra a cadeia de suprimento global do setor e, se for bem-sucedida, certamente levará a aumento de preços. Ele destaca que a americana Apple, por exemplo, produz o iPhone na China. "Voltar a uma fase pré-globalização, em que cada país produz seu equipamento, reduz os ganhos de escala. Isso vai se refletir em preços mais altos. Será pior para todos", diz o analista.

Na avaliação dele, o Brasil tem muito a perder caso se curve à pressão dos Estados Unidos. "Não vejo por que não devamos resistir. A política externa brasileira deve buscar uma posição de neutralidade. Numa briga de gigantes, não devemos nos posicionar de um lado ou de outro", afirma.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Regra de segurança do Brasil não reprime nem privilegia empresas

Mesmo com a pressão norte-americana e a liderança chinesa no 5G, até agora o governo não editou nenhuma norma que restrinja a atuação da Huawei no Brasil. Em março, o GSI editou uma Instrução Normativa (IN) sobre segurança cibernética, com requisitos mínimos para o 5G. Entre as diretrizes está a garantia da integridade, confidencialidade e privacidade.

A norma do GSI também orienta as operadoras a contratar, dentro de uma mesma área geográfica, equipamentos de, no mínimo, dois fornecedores distintos. A prática, no entanto, já é adotada pelas principais teles brasileiras para 2G, 3G e 4G, por estratégia comercial. Essa Instrução Normativa está em análise na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Também está na Anatel a análise do edital do leilão do 5G, pelo direito de explorar frequências para transmitir o sinal. A disputa é restrita às teles - como Claro, Vivo, TIM, Oi e Algar, além de prestadores de pequeno porte - e não diz respeito a equipamentos usados.

Apesar das promessas de que a disputa ficaria para 2020, internamente, a agência sempre trabalhou com o prazo de 2021, corroborado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos bastidores, as teles são contra a restrição de atuação da Huawei no Brasil, onde a empresa chinesa já está há 20 anos. A estimativa é que a chinesa esteja presente em algo entre 40% e 50% das redes do País. Além disso, boa parte da estrutura atual pode ser reaproveitada no 5G.

Câmara teme retaliação ao agronegócio

A Câmara dos Deputados deve entrar no debate sobre a Huawei e a segurança das redes 5G. Presidente da Comissão de Agricultura e das Frentes Parlamentares Brasil-China e dos Brics, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) afirma que essa decisão deve ser tomada em conjunto entre Executivo e Legislativo. "Vou sugerir ao presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) que crie uma comissão para darmos transparência total a esse processo de 5G no nosso país. Temos que visar o que realmente seja o melhor para o Brasil", disse.

Pinato afirma que o Brasil deve tomar a melhor decisão em termos econômicos e tecnológicos no que diz respeito ao 5G, "independentemente de ideologias". "Se não há consenso sobre o que fazer, vamos fazer um debate franco", afirmou. Para Pinato, a ala ideológica está levando o governo "para o buraco". "O vice-presidente e a ministra Teresa Cristina não vão aceitar isso", acrescentou.

O deputado defende um debate técnico e transparente sobre o tema e afirma que o Brasil não deve ceder a pressões ou paixões. "A China não é nenhuma santa, mas os EUA têm interesse nessa causa. Não podemos fazer algo só porque o Trump (presidente dos EUA, Donald Trump) disse. O mesmo Trump que briga com a China comprou respiradores de lá e depois faltou para todo mundo. Não é briga nossa", afirmou. "Vamos entrar nessa briga para não ganhar nada e ainda por cima prejudicar o agro?", questionou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Estados Unidos apertam teles contra Huawei

Os Estados Unidos têm intensificado movimentos contrários à chinesa Huawei e pressionado operadoras em todo o mundo. Declarações públicas do secretário de Estado norte-americano, Michael R. Pompeo, foram distribuídas pela Embaixada dos EUA no Brasil com esse teor. A Huawei se defende das acusações e afirma nunca ter tido incidentes relacionados à segurança em 30 anos de operação em mais de 170 países.

Em nota oficial, Pompeo defende a adoção de "fornecedores confiáveis" para o 5G. "A maré está se voltando contra a Huawei à medida que cidadãos de todo o mundo estão acordando para o perigo do estado de vigilância do Partido Comunista Chinês", afirma.

O secretário cita medidas anunciadas pela República Checa, Polônia, Suécia, Estônia, Romênia, Dinamarca, Letônia e Grécia. Ele menciona ainda iniciativas adotadas por teles na França, Índia, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Reino Unido e Canadá. A nota destaca ainda que a Telefônica, dona da Vivo, também teria se comprometido a não usar equipamentos de fornecedores "não confiáveis".

A Huawei afirma ser uma empresa privada, com muitos empregados como investidores, além de investidores privados. Por ter capital fechado, ela não tem, porém, o mesmo grau de transparência das nórdicas Ericsson e Nokia, listadas em bolsa e com balanço auditado por empresas independentes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A empresa atua há 22 anos no País. "A segurança cibernética e privacidade do usuário são o principal foco de atenção da Huawei", reitera. A companhia fornece equipamentos para mais de 500 operadoras em todo o mundo e afirma ter 91 contratos confirmados no 5G até o primeiro trimestre deste ano.

Pesa contra a Huawei a Lei de Inteligência Nacional, de 2017, segundo a qual toda organização deve apoiar e cooperar com a inteligência do Estado. Para os críticos, essa legislação obrigaria as empresas que atuam no país a repassar informações ao comando do Partido Comunista, dentro e fora da China.

Sobre a suspeita, a Huawei afirma que suas soluções "estão de acordo com as leis de cada país em que atua" e que não trabalha "com qualquer governo ou instituição no sentido de criar 'backdoor' para produtos ou serviços". A Huawei informa que tem trabalhado para achar formas de "gerenciar" as restrições propostas pelos EUA.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EM REESTRUTURAÇÃO

Do fiasco do etanol de segunda geração à esperança de novo aporte: o que explica a turbulenta trajetória da Raízen (RAIZ4)

19 de agosto de 2025 - 6:04

Como a gigante de energia foi da promessa do IPO e da aposta do combustível ESG para a disparada da dívida e busca por até R$ 30 bilhões em capital

MAIS UM CAPÍTULO

Cade aceita participação da Petrobras (PETR4) em negociações de ações da Braskem (BRKM5), diz jornal

18 de agosto de 2025 - 20:00

De acordo com jornal Valor Econômico, a estatal justificou sua intervenção ao alegar que não foi notificada da intenção de venda

BAIXANDO A TEMPERATURA

Petrobras (PETR4) joga balde de água fria em parceria com a Raízen (RAIZ4)

18 de agosto de 2025 - 19:04

Em documento enviado à CVM, a estatal nega interesse em acordo com a controlada da Cosan, como indicou o jornal O Globo no último sábado (16)

MENOS É MAIS

David Vélez, CEO do Nubank (ROXO34), vende US$ 435,6 milhões em ações após resultados do 2T25; entenda o que está por trás do movimento

18 de agosto de 2025 - 17:29

A liquidação das 33 milhões de ações aconteceu na última sexta-feira (15), segundo documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA

BALANÇO

Lucro da XP (XPBR31) sobe a R$ 1,3 bilhão no 2T25, mas captação líquida despenca 70% em um ano

18 de agosto de 2025 - 17:15

A XP teve um lucro líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 18% na base anual; veja os destaques do resultado

AGORA VAI?

Copel (CPLE6) marca assembleia sobre migração para o Novo Mercado; confira a data

18 de agosto de 2025 - 15:51

Além da deliberação sobre o processo de mudança para o novo segmento da bolsa brasileira, a companhia também debaterá a unificação das ações

O BC ESTÁ DE OLHO

Banco Central aciona alerta de segurança contra possível ataque envolvendo criptoativos

18 de agosto de 2025 - 15:00

Movimentações suspeitas com USDT no domingo gerou preocupações no BC, que orientou empresas de pagamento a reforçarem a segurança

A DESPEDIDA ESTÁ MAIS PRÓXIMA

Credores da Zamp (ZAMP3) dão luz verde para a OPA que vai tirar a dona do Burger King da bolsa

18 de agosto de 2025 - 12:59

A oferta pública de aquisição de ações ainda precisa da adesão de dois terços dos acionistas minoritários

BOM COMEÇO DE SEMANA

Raízen (RAIZ4) dispara 10% após notícias de possível retorno da Petrobras (PETR4) ao mercado de etanol

18 de agosto de 2025 - 12:17

Segundo O Globo, entre as possibilidade estão a separação de ativos, acordos específicos de gestão ou a compra de ativos isolados

CRESCIMENTO SEM FIM?

Com salto de 46% no lucro do segundo trimestre, JHSF (JHSF3) quer expandir aeroporto executivo; ações sobem na B3

18 de agosto de 2025 - 12:11

A construtora confirmou que o novo projeto foi motivado pelos bons resultados obtidos entre abril e junho deste ano

INTERDITADO

Prio (PRIO3) anuncia paralisação de plataforma no campo de Peregrino pela ANP; entenda os impactos para a petroleira

18 de agosto de 2025 - 9:32

A petroleira informou que os trabalhos para os ajustes solicitados levarão de três a seis semanas para serem cumpridos

TEMPO DE TURBULÊNCIAS

Hora de dar tchau: GPA (PCAR3) anuncia saída de membros do conselho fiscal em meio a incertezas na liderança

17 de agosto de 2025 - 15:11

Saídas de membros do conselho e de diretor de negócios levantam questões sobre a direção estratégica do grupo de varejo

O FILME QUEIMOU

Entre flashes e dívidas, Kodak reaparece na moda analógica mas corre o risco de ser cortada do mercado

17 de agosto de 2025 - 11:39

Empresa que imortalizou o “momento Kodak” enfrenta nova crise de sobrevivência

BATATA ESQUENTANDO

Presidente do Banco do Brasil (BBAS3) corre risco de demissão após queda de 60% do lucro no 2T25? Lula tem outro culpado em mente

16 de agosto de 2025 - 17:09

Queda de 60% no resultado do BB gera debate, mas presidente Tarciana Medeiros tem respaldo de Lula e minimiza pressão por seu cargo

TERMOS DEFINIDOS

Compra do Banco Master pelo BRB vai sair? Site diz que Banco Central deve liberar a operação nos próximos dias

16 de agosto de 2025 - 16:38

Acordo de R$ 2 bilhões entre bancos avança no BC, mas denúncias de calote e entraves judiciais ameaçam a negociação

NOVOS (VELHOS) NEGÓCIOS

Petrobras (PETR4) avalia investimento na Raízen (RAIZ4) e estuda retorno ao mercado de etanol, diz jornal

16 de agosto de 2025 - 12:27

Estatal avalia compra de ativos ou parceria com a joint venture da Cosan e Shell; decisão final deve sair ainda este ano

ATENÇÃO, ACIONISTAS

Dividendos e JCP: Vulcabras (VULC3) vai distribuir R$ 400 milhões em proventos; confira os prazos

15 de agosto de 2025 - 18:15

A empresa de calçados vai distribuir proventos aos acionistas na forma de dividendos, com pagamento programado somente para este ano

OI, SUMIDA

Gol (GOLL54) segue de olho em fusão com a Azul (AZUL4), mas há condições para conversa entre as aéreas

15 de agosto de 2025 - 17:23

A sinalização veio após a Gol divulgar resultados do segundo trimestre — o primeiro após o Chapter 11 — em que registrou um prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão

WELCOME TO THE USA

Méliuz (CASH3) estreia nos EUA para reforçar aposta em bitcoin (BTC); veja o que muda para os investidores

15 de agosto de 2025 - 15:54

A nova listagem estreia no índice OTCQX, sob o ticker MLIZY, com o JP Morgan como banco depositário responsável pelos recibos nos EUA

AVALIAÇÃO DO 2T25

Cosan (CSAN3): disparada de prejuízos, aumento de dívidas e… valorização das ações? Entenda o que anima o mercado

15 de agosto de 2025 - 14:09

Apesar do prejuízo líquido de R$ 946 milhões, analistas veem fundamentos sólidos em subsidiárias importantes do grupo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar