Com educação financeira, gestoras querem atrair clientes
Apesar do crescimento do investidor local na Bolsa neste último ano e da fuga do investidor de fora, os estrangeiros ainda são 45,2% dos investidores na Bolsa
Com a saída de R$ 7,1 bilhões de investimento estrangeiro da Bolsa e com a queda da Selic (a taxa básica de juros), o investidor local está ganhando um papel mais relevante no mercado acionário.
De um lado, a redução dos juros tem forçado os investidores a deixar a renda fixa (como títulos do Tesouro) para que seus aportes tenham um bom retorno. Muitos querem recorrer às ações - ativos mais voláteis e que podem apresentar rendimentos mais altos que os da renda fixa -, mas ainda não compreendem esse mundo. Do outro lado, a Bolsa de Valores quer atrair um maior número de pessoas físicas e, para isso, anunciou na semana passada a redução de tarifas para o pequeno investidor.
No meio dessas duas pontas, estão as gestoras de investimento, que, para conectá-las, estão produzindo conteúdo de educação financeira - especialmente nas redes sociais - para estimular o ingresso de pessoas física nos investimentos de risco.
Ao dialogar com o público que tem vontade de investir mas não teve acesso a informações amplas sobre o mercado de ações, as gestoras esperam deixar as pessoas confiantes e, assim, angariar novos clientes.
Diante da acirrada disputa por clientes, as gestoras estão adotando algumas estratégias de fidelização do público. A Easynvest, plataforma independente de investimentos, está repaginando a forma com que produz conteúdo e, para isso, contratou o jornalista Dony De Nuccio e o economista Samy Dana, ambos ex-GloboNews. Eles estão comandando o novo canal de análises do mercado financeiro, cuja previsão de lançamento é o primeiro trimestre de 2020.
A Easynvest tem um milhão de contas e, no cadastro de novos clientes, 40% deles passaram por alguma rede social da empresa antes de tomar decisões, conta o gerente sênior de marketing, Anderson Paiva.
Outra corretora que está apostando em novos conteúdos é a Ativa Investimentos, que contratou o jornalista Guto Abranches, também ex-GloboNews, para apresentar dois programas no canal do YouTube.
Já a gestora Constellation, que sempre contou com uma forte presença de investidores estrangeiros em sua clientela, criou um novo serviço para atrair os investidores locais, diz o fundador e chefe de investimentos, Florian Bartunek.
Em dezembro, a gestora lançou um curso de nove vídeos no canal Constellation University, no Youtube, mostrando o dia a dia da equipe, desde a escolha de ações até detalhes mais técnicos, como a projeção de lucro de uma empresa que está na Bolsa. "Há a falsa sensação de que não é preciso estudar para investir. Vou na Bolsa, compro uma ação e pronto. Mas ninguém entra em um avião e vai logo pilotar", diz Bartunek.
Momento
Uma dúvida entre aqueles que querem entrar no mercado acionário é por que fazer isso agora, justamente no momento em que o investidor estrangeiro está deixando o País. Há riscos que o brasileiro não está considerando e dos quais os estrangeiros estão fugindo?
Segundo Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV, a forma com que o brasileiro enxerga o Brasil é diferente da dos estrangeiros. "Quando falamos de grandes números (de fuga de capital) estamos falando de investidores institucionais. Eles comparam o Brasil com qualquer outro país do mundo", diz. "E esse efeito das crises da Argentina e do Chile pode ter tido um impacto negativo quando se trata de América Latina."
Já o brasileiro, que, segundo ela, não considera tanto a diversificação internacional, analisa quase todas as oportunidades de investimento dentro de casa: renda fixa, variável, fundo de investimento. E, com a taxa de juros baixa, a renda variável costuma ser mais atraente. Além disso, a grande maioria dos bancos também aposta que, dado o cenário econômico brasileiro, as empresas devem continuar avançando na Bolsa neste ano, o que torna o investimento no mercado acionário atraente.
Apesar do crescimento do investidor local na Bolsa neste último ano e da fuga do investidor de fora, os estrangeiros ainda são 45,2% dos investidores na Bolsa. Em 2018, no entanto, eram 47,2%. As pessoas físicas - que atingiram o recorde de 1,5 milhão em 2019 - são 18,2%, ante 17% em 2018. Tudo indica que ainda há muito cliente brasileiro para as gestoras atraírem e disputarem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta
Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos
Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23
O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed
Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB
As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional
Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17
O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.
Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo
Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Leia Também
-
Bolsa hoje: Dólar perde força e fecha abaixo de R$ 5,20; Ibovespa reduz as perdas da semana com "empurrão" de Petrobras (PETR4)
-
A bolsa está valendo menos? Por que esse bancão cortou o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) — e você deveria estar de olho nisso
-
Bolsa hoje: Nova York e Petrobras (PETR4) contaminam Ibovespa, que fecha próximo da estabilidade; dólar tem leve alta a R$ 5,25