O bilionário Bill Gates se tornou alvo de teorias da conspiração ligando seu nome ao surgimento do novo coronavírus. Grupos de extrema direita usam um vídeo de 2015 para dizer que o fundador da Microsoft planejou uma pandemia para poder controlar o sistema de saúde global.
O vídeo que viralizou desde a eclosão da nova doença é uma filmagem de um discurso em que Gates alertava que o maior risco para a humanidade não era uma guerra nuclear, mas um vírus que pudesse contaminar todo o planeta.
Segundo a falsa teoria, o bilionário se aproveitaria do coronavírus ao apresentar uma vacina contra a covid-19, além de promover a vigilância da população.
Os boatos envolvendo Bill Gates são os mais difundidos entre todas as falsas notícias envolvendo o coronavírus, segundo a Zignal Labs, uma empresa de análise de mídia. O levantamento foi publicado pelo New York Times.
De acordo com o jornal, foram 16 mil postagens no Facebook este ano sobre bilionário e o coronavírus - curtidas e comentadas mais de 900 mil vezes. No YouTube, os dez vídeos mais populares com mentiras sobre Bill Gates em março e abril foram vistos quase cinco milhões de vezes, ainda segundo a publicação.
As acusações contra o bilionário ganharam forçam a partir do momento em que passou a rivalizar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diz o NYT.
Por semanas, o bilionário defendeu - na TV e em artigos - a política de isolamento social, expansão dos testes e desenvolvimento de vacinas. Gates ainda criticou as políticas do presidente - mas sem mencioná-lo nominalmente.
Além de fundador da Microsoft, o americano é conhecido pelo papel que desempenha diante das causas sociais. Desde 2008, quando se “aposentou”, deixando a presidência executiva da companhia, ele se dedica quase integralmente à Fundação Melinda Gates.
Já investiu bilhões em pesquisas para erradicar a poliomielite no Paquistão. Há pouco tempo, lançou uma privada inteligente, que não precisa de água nem de rede de esgoto. Ele prega agora o “capitalismo criativo”, que tem como um de seus objetivos beneficiar os mais pobres e reduzir a desigualdade no mundo.