Uma no cravo, outra na ferradura
Para alguns foi um ato corajoso. Para outros, uma irresponsabilidade. Seja como for, o Banco Central surpreendeu o mercado na semana passada ao sustentar que pretende manter os juros baixos por um longo período.
Essa sinalização sobre os próximos passos do BC é conhecida como “forward guidance”, no tenebroso dialeto usado na política monetária.
A expectativa dos analistas antes da reunião era que os diretores do BC viessem com um discurso mais duro ou até mesmo desistissem do forward guidance.
Afinal, a inflação bate à porta sem sutilezas e o risco fiscal coloca sérias dúvidas na capacidade de o Tesouro rolar a elevada dívida pública.
Mas na decisão em que manteve a Selic em 2% ao ano o BC foi na direção oposta ao apontar que o repique da inflação é temporário e que não houve mudanças no regime fiscal brasileiro.
O comunicado deu a impressão de que o BC estava “peitando” o mercado. Mas a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que foi divulgada hoje, traz outra leitura.
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No documento, os diretores se mostram bem mais preocupados com o risco fiscal. E dizem que podem reavaliar o forward guidance mesmo que o teto de gastos seja mantido.
A nova interpretação sobre a atuação do BC levou a uma recalibragem nas apostas do mercado para os juros. E não foram só as taxas que subiram. A bolsa e o dólar também fecharam o dia em alta, como mostra o Felipe Saturnino.
MERCADOS
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EMPRESAS
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COLUNISTAS
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