O Brasil visto da Antártida
Por esses dias, talvez você tenha lido por aí que cientistas de um projeto financiado pela NASA teriam descoberto indícios de um universo paralelo na Antártida onde o tempo passaria ao contrário.
Apesar de ser um ótimo título “caça-clique”, infelizmente (ou felizmente) não é bem isso. Não ousarei entrar em detalhes aqui sobre a física da coisa, mas parece que os cientistas apenas verificaram a existência do que pode ser uma nova partícula subatômica que não segue muito bem as leis da física já conhecidas (ou alguma coisa do tipo).
Rapidamente, porém, o incidente foi associado a teorias de universos paralelos que já existiam na Física e que nunca foram comprovadas, como a existência de um universo-espelho onde tudo acontece ao contrário: o positivo é negativo, a esquerda é direita e o tempo corre no sentido oposto.
Enfim, este longo preâmbulo foi apenas para dizer que, diante dos acontecimentos um tanto surreais que 2020 nos tem reservado, às vezes eu penso se não fomos sugados para algum tipo de realidade alternativa, uma “linha do tempo mais sombria” do que a que vivíamos até então.
Afinal, a velocidade com que as coisas mudaram, as nossas expectativas foram frustradas e os nossos planos, desfeitos, foi estarrecedora. E a julgar pelo que ainda promete vir por aí - o retorno das alfinetadas entre EUA e China, o bicho pegando em Hong Kong e o resultado ainda imprevisível das eleições americanas -, é possível que o ano de 2020 ainda nem tenha começado.
Não estou aqui para alarmar ninguém, mas para mim e muita gente mais tarimbada do que eu, o cenário à frente é muito incerto e até pessimista para os ativos de risco. E no Brasil, particularmente, a crise política e nossa situação fiscal deixam tudo ainda mais complicado.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Só que essa visão não é consenso. Nesta semana mesmo vimos o mercado reagir com uma boa dose de otimismo a acontecimentos que não foram exatamente uma mudança radical de fundamentos.
E hoje o Credit Suisse divulgou um relatório que parece ter sido emitido diretamente do fictício universo paralelo da Antártida. Os próprios analistas admitiram, no texto, que sua visão surpreendentemente otimista em relação às ações brasileiras é controversa.
Em alguns pontos, eles até concordam com o restante do mercado, mas em relação a um aspecto, o Credit está mais confiante que a média. O Victor Aguiar conta para você o racional por trás do relatório que está recomendando a compra de ações brasileiras.
Tava bom, tava ruim, agora parece que piorou
Depois de alguns dias ensolarados, hoje o tempo fechou sobre os mercados novamente. O otimismo dos últimos dias, que levou a bolsa para cima e o dólar para baixo, foi substituído pela realização de lucros e pelo retorno da cautela no câmbio. O dólar subiu quase 2%, fechando em R$ 5,38, muito motivado pelas tensões entre os Três Poderes da República. O que mudou dos últimos dias para cá, eu não sei, mas como dizia Chicó, só sei que foi assim. O Victor Aguiar te explica em detalhes tudo que afetou o pregão de hoje no Brasil e no mundo.
Vai entender…
A Boeing anunciou, na noite de ontem, a retomada da produção do 737 MAX, seu “avião-problema” que ficou proibido de voar no mundo todo após dois acidentes fatais. A fabricação do modelo estava suspensa desde janeiro. Apesar das aeronaves que já estavam encalhadas e da forte crise que abala o setor de aviação, a notícia foi bem recebida pelo mercado num primeiro momento. Eu hein.
Ajuste para baixo
Os Estados Unidos revisaram para baixo o PIB do primeiro trimestre, que já teve reflexos da pandemia de coronavírus. Segundo o Departamento de Comércio americano, a economia do país encolheu 5,0% no período, e não 4,8%, conforme medido anteriormente. Também houve revisão dos dados de emprego.
Socorro na maquininha
A Caixa informou que, a partir desta quinta-feira, beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600 concedido pelo governo poderão pagar suas compras com os recursos recebidos em maquininhas de cartão. A ideia é reduzir o uso de dinheiro vivo e a ida dos beneficiários às agências para a realização de saques. Saiba como vai funcionar.
Notícia boa
Oito grandes empresas do setor de alimentos e bebidas firmaram uma coalizão para apoiar o pequeno varejo na reabertura do comércio . Chamado de Movimento Nós, a corrente reúne as gigantes Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelez International, Nestlé e PepsiCo e prevê um investimento de R$ 370 milhões. É claro que não se trata de filantropia - essas empresas têm interesse em preservar a rede de distribuição dos seus produtos. Mas não deixa de ser uma atitude construtiva em meio ao caos.
Efeito coronavírus
A Previ, maior fundo de pensão do Brasil, pode fechar o ano com déficit e sem bater a sua meta de rentabilidade, disse o diretor de investimentos do fundo, Marcelo Wagner, em entrevista ao Estadão. Diante da crise nos mercados, o fundo suspendeu a decisão de vender ativos da carteira de renda variável, como ações e participações em empresas. Para Wagner, outros fundos de pensão do país podem ver efeitos semelhantes, neste ano, em razão da pandemia. Saiba o que a Previ está fazendo para enfrentar a crise.
Rombo recorde
O Governo Central, composto de Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou o maior déficit primário para o mês de abril desde o início da série histórica, em 1997. O rombo foi de nada menos que R$ 92,902 bilhões. Em abril do ano passado, o resultado havia sido positivo em R$ 6,526 bilhões. Apesar do número assustador, a expectativa do mercado era de um déficit ainda maior.
Um grande abraço e ótima noite!
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.
A temporada de balanços já começa quente: confira o calendário completo e tudo que mexe com os mercados hoje
Liberamos o cronograma completo dos balanços do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados nesta semana
CNH sem autoescola, CDBs do Banco Master e loteria +Milionária: confira as mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matérias sobre o fechamento de capital da Gol e a opinião do ex-BC Arminio Fraga sobre os investimentos isentos de IR também integram a lista das mais lidas
Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas
Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD
A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais
O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje
Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)
Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos
Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança
Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança
A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje
Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
