Quatro passos importantes para avaliar se uma empresa é bom negócio
Vou compartilhar com você quatro pontos importantes para ver uma empresa na bolsa
Vou compartilhar agora com você quatro pontos importantes para avaliar se uma empresa é boa:
Como eu avalio um negócio?
É uma pergunta muito complexa, não dá para responder rapidamente. Mas tem algumas coisas que são básicas.
Primeiro: eu tenho que entender o negócio, o que ele fabrica, o que faz, como vende e como ganha dinheiro. Tem que ser simples e fácil de entender.
O segundo ponto: qual é a vantagem competitiva dessa empresa? Ela fabrica, vende e ganha dinheiro, mas por que alguns competidores não podem fazer a mesma coisa, mais barato e diminuir a margem de lucro dela?
Geralmente, essas margens, essas vantagens competitivas são marcas, tecnologia, canal de distribuição. Então, é importante descobrir qual é a vantagem dessa empresa e porque ela ganha dinheiro.
Uma outra coisa importante é: essa empresa, negócio ou produto, vai existir daqui a 10 anos? Existe alguma expectativa de que o negócio pode desaparecer ou que continue crescendo no futuro? Se você acha que é algo para ganhar dinheiro hoje, mas que vai desaparecer, então é bom tomar muito cuidado.
Leia Também
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
E, finalmente, venho para a questão das pessoas. Quem é o dono, quem toca e qual o alinhamento dele com o negócio? Questões de governança já estão embutidas nesse ponto.
O dono tem de ter interesse em valorizar o negócio e isso que é a governança principal. Estar escrito em papel, para mim, não significa muito. E, automaticamente, já elimino estatais, porque não você sabe quem é o dono hoje, amanhã, daqui 10 anos.
Esse é um guia rápido. Ou seja, tem que ser um negócio fácil de entender, com uma vantagem competitiva, tem que ganhar dinheiro, hoje e no futuro, e tem que ter um dono alinhado com você.
O que é importante olhar no resultado de uma empresa?
Essa é uma pergunta complexa. Cada setor tem uma forma diferente de se avaliar o balanço, mas eu queria só deixar o meu ponto de vista, o que é importante olhar, de maneira geral.
Você consegue, através do balanço, entender como os donos ou os gestores se comunicam com o mercado em relação à realidade. Existe uma certa flexibilidade da maneira que você pode reportar cada conta. Você pode ser mais conservador ou mais agressivo, pode fazer provisões para o pior ou pode querer mostrar o melhor resultado possível.
Acho que uma das primeiras coisas que você pode olhar - e é genérico para todos - é como o management se comunica.
Se o management sempre mostra o cenário mais conservador, pode saber que os números da empresa tendem a ser melhores ou iguais ao que estão sendo mostrados. Acho que esse é o principal sinal.
Agora, balanço de banco, varejo ou serviço, são completamente diferentes. É muito difícil dar um indicador único que eu olho em cada um desses casos.
Devo comprar small caps, mid caps ou blue chips?
Não existe esse negócio de que o melhor é aplicar em small cap, mid cap ou blue chip. Acho que quando você compra um small cap, tudo que você quer é que ela vire uma mid cap. E quando você compra uma mid cap, quer que ela vire uma large cap. Você quer ganhar dinheiro.
De maneira geral, acredito que as small caps, quando bem compradas, têm potencial de alta maior do que uma blue chip. Em compensação, as small caps sempre vem com um risco maior.
Eu concentraria minha seleção em small caps se eu achasse que estamos muito próximos de um ciclo muito forte de alta.
Mas eu não faço esse tipo de estudo. Meu processo não começa por: “eu vou comprar small caps” ou “eu vou comprar mid caps” ou “eu vou comprar blue chips”.
Eu sempre olho o nome individualmente. Vejo o que dá para ganhar ou que dá para perder, e aí eu monto a minha posição.
As posições de small caps são naturalmente menores, porque elas têm menos liquidez para o meu fundo.
Então eu não parto do princípio: eu vou investir em small caps e depois eu compro small caps. Eu sempre olho o nome primeiro e não uso o tamanho da empresa como um critério de escolha ou de veto para poder investir.
Como avaliar a gestão de uma empresa?
O primeiro ponto é saber se a gestão está alinhada com o acionista. Se a pessoa não está alinhada, e for inteligente, é ainda pior. Um inteligente desalinhado é pior do que um menos inteligente. Mas uma vez que ele tiver do seu lado, é um ponto positivo de consideração.
Eu gosto muito de empresas em que o CEO é um grande acionista, ou seja, é um fundador – ou uma pessoa que esteve originalmente. Mas isso não é uma coisa que necessariamente deve acontecer.
Você tem empresas que conseguem trabalhar com uma gestão alinhada principalmente quando o dono está no conselho ou é presidente do conselho.
Mas, para uma pessoa física saber disso, acho que o interessante seria procurar fóruns de debate nos quais isso pode ser dito.
Nos relatórios de bancos é muito difícil você ver alguém falar abertamente sobre desalinhamento, porque isso gera um certo desconforto entre a instituição financeira e a empresa. Então isso é muito evitado. Mas em alguns fóruns de debates de investidor esse tema é muito claro.
Porém, quando a gestão é boa, aí sim você vai ver as casas de investimento elogiando muito.
Eu, pessoalmente, ao longo dos anos, fiz isso visitando essas empresas, conversando com os donos e, não só ouvindo a conversa, porque toda conversa é muito boa, mas avaliando a consistência entre o que eles falam e o que eles fazem. Mas nunca é um caminho fácil. Esse é um caminho de aprendizado e é uma coisa que você tem de fazer todo dia.
Por isso que quando você encontra uma empresa boa, que você conhece, um negócio você conhece, de pessoas que você confia e você monta uma posição, você tem que ficar nessa posição bastante tempo porque não é fácil encontrar todas essas características.
Isso são coisas que não estão em números, não dá para dizer uma regra, um número ou um indicador. É uma coisa que tem que ser: uma base de conhecimento aprendida mesmo.
Um abraço,
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados