Quatro passos importantes para avaliar se uma empresa é bom negócio
Vou compartilhar com você quatro pontos importantes para ver uma empresa na bolsa

Vou compartilhar agora com você quatro pontos importantes para avaliar se uma empresa é boa:
Como eu avalio um negócio?
É uma pergunta muito complexa, não dá para responder rapidamente. Mas tem algumas coisas que são básicas.
Primeiro: eu tenho que entender o negócio, o que ele fabrica, o que faz, como vende e como ganha dinheiro. Tem que ser simples e fácil de entender.
O segundo ponto: qual é a vantagem competitiva dessa empresa? Ela fabrica, vende e ganha dinheiro, mas por que alguns competidores não podem fazer a mesma coisa, mais barato e diminuir a margem de lucro dela?
Geralmente, essas margens, essas vantagens competitivas são marcas, tecnologia, canal de distribuição. Então, é importante descobrir qual é a vantagem dessa empresa e porque ela ganha dinheiro.
Uma outra coisa importante é: essa empresa, negócio ou produto, vai existir daqui a 10 anos? Existe alguma expectativa de que o negócio pode desaparecer ou que continue crescendo no futuro? Se você acha que é algo para ganhar dinheiro hoje, mas que vai desaparecer, então é bom tomar muito cuidado.
Leia Também
O salvador da pátria para a Raízen, e o que esperar dos mercados hoje
Felipe Miranda: Um conto de duas cidades
E, finalmente, venho para a questão das pessoas. Quem é o dono, quem toca e qual o alinhamento dele com o negócio? Questões de governança já estão embutidas nesse ponto.
O dono tem de ter interesse em valorizar o negócio e isso que é a governança principal. Estar escrito em papel, para mim, não significa muito. E, automaticamente, já elimino estatais, porque não você sabe quem é o dono hoje, amanhã, daqui 10 anos.
Esse é um guia rápido. Ou seja, tem que ser um negócio fácil de entender, com uma vantagem competitiva, tem que ganhar dinheiro, hoje e no futuro, e tem que ter um dono alinhado com você.
O que é importante olhar no resultado de uma empresa?
Essa é uma pergunta complexa. Cada setor tem uma forma diferente de se avaliar o balanço, mas eu queria só deixar o meu ponto de vista, o que é importante olhar, de maneira geral.
Você consegue, através do balanço, entender como os donos ou os gestores se comunicam com o mercado em relação à realidade. Existe uma certa flexibilidade da maneira que você pode reportar cada conta. Você pode ser mais conservador ou mais agressivo, pode fazer provisões para o pior ou pode querer mostrar o melhor resultado possível.
Acho que uma das primeiras coisas que você pode olhar - e é genérico para todos - é como o management se comunica.
Se o management sempre mostra o cenário mais conservador, pode saber que os números da empresa tendem a ser melhores ou iguais ao que estão sendo mostrados. Acho que esse é o principal sinal.
Agora, balanço de banco, varejo ou serviço, são completamente diferentes. É muito difícil dar um indicador único que eu olho em cada um desses casos.
Devo comprar small caps, mid caps ou blue chips?
Não existe esse negócio de que o melhor é aplicar em small cap, mid cap ou blue chip. Acho que quando você compra um small cap, tudo que você quer é que ela vire uma mid cap. E quando você compra uma mid cap, quer que ela vire uma large cap. Você quer ganhar dinheiro.
De maneira geral, acredito que as small caps, quando bem compradas, têm potencial de alta maior do que uma blue chip. Em compensação, as small caps sempre vem com um risco maior.
Eu concentraria minha seleção em small caps se eu achasse que estamos muito próximos de um ciclo muito forte de alta.
Mas eu não faço esse tipo de estudo. Meu processo não começa por: “eu vou comprar small caps” ou “eu vou comprar mid caps” ou “eu vou comprar blue chips”.
Eu sempre olho o nome individualmente. Vejo o que dá para ganhar ou que dá para perder, e aí eu monto a minha posição.
As posições de small caps são naturalmente menores, porque elas têm menos liquidez para o meu fundo.
Então eu não parto do princípio: eu vou investir em small caps e depois eu compro small caps. Eu sempre olho o nome primeiro e não uso o tamanho da empresa como um critério de escolha ou de veto para poder investir.
Como avaliar a gestão de uma empresa?
O primeiro ponto é saber se a gestão está alinhada com o acionista. Se a pessoa não está alinhada, e for inteligente, é ainda pior. Um inteligente desalinhado é pior do que um menos inteligente. Mas uma vez que ele tiver do seu lado, é um ponto positivo de consideração.
Eu gosto muito de empresas em que o CEO é um grande acionista, ou seja, é um fundador – ou uma pessoa que esteve originalmente. Mas isso não é uma coisa que necessariamente deve acontecer.
Você tem empresas que conseguem trabalhar com uma gestão alinhada principalmente quando o dono está no conselho ou é presidente do conselho.
Mas, para uma pessoa física saber disso, acho que o interessante seria procurar fóruns de debate nos quais isso pode ser dito.
Nos relatórios de bancos é muito difícil você ver alguém falar abertamente sobre desalinhamento, porque isso gera um certo desconforto entre a instituição financeira e a empresa. Então isso é muito evitado. Mas em alguns fóruns de debates de investidor esse tema é muito claro.
Porém, quando a gestão é boa, aí sim você vai ver as casas de investimento elogiando muito.
Eu, pessoalmente, ao longo dos anos, fiz isso visitando essas empresas, conversando com os donos e, não só ouvindo a conversa, porque toda conversa é muito boa, mas avaliando a consistência entre o que eles falam e o que eles fazem. Mas nunca é um caminho fácil. Esse é um caminho de aprendizado e é uma coisa que você tem de fazer todo dia.
Por isso que quando você encontra uma empresa boa, que você conhece, um negócio você conhece, de pessoas que você confia e você monta uma posição, você tem que ficar nessa posição bastante tempo porque não é fácil encontrar todas essas características.
Isso são coisas que não estão em números, não dá para dizer uma regra, um número ou um indicador. É uma coisa que tem que ser: uma base de conhecimento aprendida mesmo.
Um abraço,
Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro
Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço
Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais
De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo
Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses
As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?
Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo
Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente
Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço
Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar
Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim
O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?
Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias.
Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque
Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin
Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito
Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo
De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras
Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado
Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?
A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.
Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília
Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores
Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump
Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro
O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump
Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem
Felipe Miranda: Em busca do heroísmo genuíno
O “Império da Lei” e do respeito à regra, tão caro aos EUA e tão atrelado a eles desde Tocqueville e sua “Democracia na América”, vai dando lugar à necessidade de laços pessoais e lealdade individual, no que, inclusive, aproxima-os de uma caracterização tipicamente brasileira
No pain, no gain: Ibovespa e outras bolsas buscam recompensa depois do sacrifício do último pregão
Ibovespa tenta acompanhar bolsas internacionais às vésperas da entra em vigor do tarifaço de Trump contra o Brasil
Gen Z stare e o silêncio que diz (muito) mais do que parece
Fomos treinados a reconhecer atenção por gestos claros: acenos, olho no olho, perguntas bem colocadas. Essa era a gramática da interação no trabalho. Mas e se os GenZs estiverem escrevendo com outra sintaxe?
Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale
Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem
A ação que caiu com as tarifas de Trump mas, diferente de Embraer (EMBR3), ainda não voltou — e segue barata
Essas ações ainda estão bem abaixo dos níveis de 8 de julho, véspera do anúncio da taxação ao Brasil — o que para mim é uma oportunidade, já que negociam por apenas 4 vezes o Ebitda
O amarelo, o laranja e o café: Ibovespa reage a tarifaço aguado e à temporada de balanços enquanto aguarda Vale
Rescaldo da guerra comercial e da Super Quarta competem com repercussão de balanços no Brasil e nos EUA