Bomba fiscal bilionária exigirá coordenação política apurada; saneamento volta ao radar
Acredito que o resultado final dos vetos será positivo para o governo, com a manutenção daqueles que representam maior risco fiscal
Existem hoje 35 vetos pendentes no Congresso Nacional. O presidente do Senado e do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), pode convocar esta semana uma sessão entre as duas Casas para deliberá-los. Nesse mar de vetos, alguns são de grande risco para as contas públicas. Levantamento feito pela Arko Advice aponta que o custo total das principais medidas vetadas chega a R$ 122 bilhões.
Não é possível saber quais estarão na pauta, já que Alcolumbre só é obrigado a pautar os vetos recebidos há mais de 30 dias, já que trancam as demais votações. No entanto, o presidente do Congresso pode levar à mesa os vetos que desejar e não necessariamente os que atualmente trancam a pauta.
Veja, a seguir, os vetos com maior impacto fiscal. Em vermelho, aqueles com maior chance de serem derrubados. Em amarelo, os de risco médio. Em verde, os vetos que o governo provavelmente conseguirá manter.

O veto da desoneração talvez seja o mais preocupante para o governo. Há grande movimentação por parte do setor produtivo e de parlamentares para que a votação ocorra o quanto antes, sem dar tempo ao governo de articular a manutenção da decisão presidencial. A estimativa é que a derrubada do veto teria um custo de cerca de R$ 10 bilhões aos cofres públicos. Caso seja realmente derrubado, benefícios tributários que se encerrariam no fim deste ano seriam prorrogados até o fim de 2021.
Também de alto risco para o governo é a derrubada do veto que destinava R$ 8,6 bilhões, provenientes do extinto Fundo de Reservas Monetárias, a estados e municípios. Esse é um item com grande apelo entre os parlamentares, visto que a destinação dos recursos havia sido negociada com o governo durante a análise da matéria.
A bancada ruralista possui forte interesse no rebate para liquidação de crédito rural, vetado na Lei do Agro. Os abatimentos previstos nas operações de crédito de produtores do Norte e do Nordeste representam custos em torno de R$ 910 milhões.
Leia Também
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Acredito que o resultado final dos vetos será positivo para o governo, com a manutenção daqueles que representam maior risco fiscal. No entanto, para o saldo positivo se confirmar, a articulação política do Planalto precisa estar atenta. Até o momento a relação com o Centrão continua instável.
Levantamento feito pela Arko Advice mostra que, do dia 13 de março até a última sexta-feira (10), foram aprovadas 47 leis pelo Congresso Nacional. Em 21 delas, o que corresponde a 44% do total, houve vetos. Foram, ao todo, 187 dispositivos vetados. O número deixa claro que o alinhamento entre o Executivo e o Legislativo permanece longe do ideal.
Também teremos novidades quanto ao tema do saneamento. O presidente Jair Bolsonaro tem até quarta-feira (15) para sancionar o novo marco regulatório do setor. Apesar do acordo feito com o Congresso em torno de três vetos, o governo vem avançando em negociações fora desse compromisso, segundo fontes.
Um ponto que estaria nas conversações seria a manutenção do § 1º do art. 14, que dispensa autorização dos municípios para a privatização de empresa estatal. Tal situação passaria a ser regulada por decreto. Esse dispositivo fazia parte do acordo para veto. Outro ponto seria o art. 16, que permite a renovação de contratos de empresas públicas, em vigor ou expirados, com novo prazo contratual de até 30 anos.
Mais um tema de interesse do mercado pode ser votado na quinta-feira (17), quando o Senado colocará na mesa a MP nº 925, que libera ajuda para as empresas aéreas e os concessionários de aeroportos. A tendência é de aprovação. Após a conclusão da MP, o acordo entre o BNDES e as linhas aéreas deve ser anunciado.
Conforme fontes ouvidas tanto no Ministério da Economia quanto no BNDES, as tratativas estão na reta final. “Queremos aguardar a aprovação da MP nº 925 para saber exatamente em que pé estamos, para realizar os ajustes finais e tornar o assunto público logo depois”, disse uma das fontes ouvidas.
A potencial proposta ajuda mas não resolve os problemas das aéreas, afirmam investidores consultados. A proposta não será um “hand-out”. Aproximadamente R$ 2 bilhões devem ser disponibilizados para as três principais empresas (Latam, Gol e Azul). Um pouco mais da metade sairia do BNDES, 10% a 15% viriam de bancos privados e o restante seria captado no mercado de capitais.
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento
Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada
A ambição não funciona bem quando o assunto é ação, e o caso da Ambipar ensina muito sobre o momento de comprar e o de vender um ativo na bolsa
Caça ao Tesouro amaldiçoado? Saiba se Tesouro IPCA+ com taxa de 8% vale a pena e o que mais mexe com seu bolso hoje
Entenda os riscos de investir no título público cuja remuneração está nas máximas históricas e saiba quando rendem R$ 10 mil aplicados nesses papéis e levados ao vencimento
Crônica de uma tragédia anunciada: a recuperação judicial da Ambipar, a briga dos bancos pelo seu dinheiro e o que mexe com o mercado hoje
Empresa de gestão ambiental finalmente entra com pedido de reestruturação. Na reportagem especial de hoje, a estratégia dos bancões para atrair os clientes de alta renda
Entre o populismo e o colapso fiscal: Brasília segue improvisando com o dinheiro que não tem
O governo avança na implementação de programas com apelo eleitoral, reforçando a percepção de que o foco da política econômica começa a se deslocar para o calendário de 2026
Felipe Miranda: Um portfólio para qualquer clima ideológico
Em tempos de guerra, os generais não apenas são os últimos a morrer, mas saem condecorados e com mais estrelas estampadas no peito. A boa notícia é que a correção de outubro nos permite comprar alguns deles a preços bastante convidativos.