Vai com renda ou vai sem renda?
Do ponto de vista do nosso bolso, geração de renda tende a ser entendida como um ganho de capital. Mas na prática existem algumas diferenças entre ambas; veja alguns exemplos

Welcome back!
De vez em quando, quero fazer como hoje... escolher uma dúvida dos leitores dessa coluna e me aprofundar no tema de modo que não reste nenhum “i” sem o seu pingo.
A dúvida de hoje veio da Aline, que está fazendo as aulas do Aposente-se aos 40 (ou o quanto antes) e me encaminhou uma pergunta muito boa.
Imagino que a dúvida dela possa ser a dúvida de outros leitores.
“Comecei a investir há pouco tempo e não estou familiarizada ainda com os termos do mercado. Gostaria de saber a diferença entre ganho de capital e geração de renda. Parecem significar a mesma coisa.”
É o famoso 'parece mas não é'
Para fazer justiça aos meus cinco anos de faculdade de economia, darei uma resposta de economista...
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DEPENDE.
Do ponto de vista do nosso bolso - que no final do dia, é o único ponto de vista que interessa - geração de renda tende a ser entendida como um ganho de capital.
Se eu tenho um imóvel (ou um investimento num fundo imobiliário), os aluguéis que eu recebo somam ao meu patrimônio. É um dinheiro de verdade, que pode ser usado para novos investimentos ou para consumo mesmo (sim, nem só de economias vivem os economistas).
Porém, na prática, existem algumas diferenças entre ganho de capital e geração renda. Vamos a um exemplo.
Com aluguel não tem erro
Para mim, todos os investidores pessoa física deveriam ingressar na Bolsa através dos fundos imobiliários.
É muito mais simples compreender que seu FII é dono de um prédio pelo qual você passa em frente todos os dias indo trabalhar, e que as suas receitas e despesas são os aluguéis e os custos de condomínio, do que compreender a complexidade de uma empresa de produção e exploração de petróleo.
Para simularmos um caso, vamos imaginar que você adquira 100 cotas de um FII hipotético, pagando R$ 100 por cota.
Temos aqui um investimento de R$ 10.000.
Para deixar esse exemplo completo, vamos imaginar que esse FII seja proprietário de um imóvel corporativo em São Paulo.
Por força da lei, os fundos imobiliários são obrigados (sim, essa é a palavra) a distribuir a seus cotistas um mínimo de 95% do lucro mensal dos empreendimentos.
Se esse nosso FII possui 1 milhão de cotas, e gera por mês R$ 1 milhão em lucros (receitas menos despesas), isso significa que cada cota têm direito a aproximadamente R$ 1,00 em aluguéis mensais (1 milhão de reais divididos por 1 milhão de cotas).
Como somos proprietários de 100 cotas, receberemos mensalmente R$ 100 do nosso fundo imobiliário.
Esses rendimentos mensais são isentos de imposto de renda, e são influenciados pelos custos e receitas dos imóveis do nosso fundo imobiliário.
Se, por exemplo, nosso fundo tivesse um único locatário e ele abandonasse nosso empreendimento, então o aluguel sairia de R$ 1 milhão para R$ 0.
Funciona exatamente da mesma maneira que se estivéssemos falando de um imóvel pessoal.
O ativo também muda de valor
Outra possibilidade de ganharmos dinheiro é com a valorização das nossas cotas.
Vamos imaginar que um ano depois da nossa aquisição as cotas tenham subido de R$ 100 para R$ 110.
Por quais motivos isso aconteceria?
O mais intuitivo deles é a valorização do imóvel do qual o nosso fundo imobiliário é proprietário.
Se a região está ficando aquecida e os aluguéis estão sendo fechados a preços mais elevados… então temos condições propícias para uma valorização.
Aos vendermos essas cotas por R$ 110, temos um ganho de capital de R$ 10 por cota.
Para os fundos imobiliários, todo ganho de capital é tributado em 20%. Ou seja, R$ 2 dos nossos R$ 10 ficam com nosso eterno sócio: o Fisco.
Portanto, as diferenças são…
Ganho de capital é a valorização do seu ativo em relação ao preço que você pagou por ele.
O ganho de capital é (quase) sempre tributado, sendo que a tributação ocorre somente quando você vende seus ativos.
Já a geração de renda, ao contrário, ocorre pelo período em que você permanece com o ativo; em geral, os ganhos com proventos são isentos de imposto de renda no Brasil (pelo menos por enquanto).
Além disso, a geração de renda possui alguma periodicidade. É mensal nos fundos imobiliários, e pode ser trimestral, semestral ou anual para muitas ações.
Agora, é importante notar que ativos geradores de renda, geralmente, não possuem alto potencial para ganhos de capital.
Não é que eles não proporcionem ganhos de capital, mas em geral, são ganhos mais modestos.
Da mesma maneira, um ativo com alto potencial de ganho de capital (ou seja, que pode se multiplicar por várias vezes) não costuma gerar muita renda ao seu proprietário (é bastante comum, inclusive, que não gere renda alguma).
A grande pergunta: é melhor gerar renda ou buscar ganhos de capital?
Outra vez, minha resposta de economista...
Depende.
Como a Aline visualizou no primeiro módulo do Aposente-se aos 40 (ou o quanto antes), eu e o Rodolfo apostamos num mix das duas coisas para alcançar uma aposentadoria precoce.
Alocamos parte do nosso patrimônio em ativos de geração de renda, parte em ativos para ganho de capital, e por último - aquele do qual todos se esquecem, mas cuja importância é vital - investimos também em ativos para proteção.
Se você quiser se aprofundar no tema e aprender como escolher ações, fundos imobiliários e até títulos de renda fixa com foco em geração de renda, eu vou te ajudar.
Como o curso do Aposente-se aos 40 (ou o quanto antes) está fechado para novos alunos, eu e o Rodolfo decidimos disponibilizar 300 unidades do livro que escrevemos juntos, o “Pequeno Livro da Grande Renda”.
Como o título não nos deixa mentir, é um livro pequeno (de 100 páginas), cujo foco é levar o leitor de nível iniciante ao avançado em termos de investimentos focados em geração de renda.
Como a ideia aqui é prover acesso à informação, pedimos para que a equipe de Seu Dinheiro distribua as 300 unidades a preço de custo (apenas a impressão e o frete para todo o Brasil).
Você pode garantir o seu clicando aqui.
Um abraço,
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