Qual a função da Renda Fixa na sua aposentadoria?
Apesar das mudanças relevantes nas taxas de juros, a renda fixa serve como reserva de emergência e também terá um função fundamental quando você alcançar o montante essencial para “se aposentar”.
Olá, seja muito bem-vindo. Se você interrompeu o seu domingão de carnaval para ler este texto sobre renda fixa e aposentadoria precoce, então, meu amigo (ou amiga), me sinto na obrigação de fazer com que seu tempo valha a pena!
Só para recapitularmos, na semana passada, “batemos um papo” sobre FIRE (Financial Independence, Retire Early) com Warren Buffett, o maior investidor de todos os tempos.
Adorei os feedbacks de vocês e fiquei muito surpreso com a revolta dos membros da comunidade FIRE ao serem informados sobre os hábitos alimentares do mago de Omaha.
Muitos não acreditaram que ele vive “à base de hambúrguer, batata frita e Coca-Cola”, como escrevi.
Aos desconfiados, depois que terminarem o texto de hoje, dêem uma olhada neste vídeo…

Agora, sem mais enrolação, vamos ao tema deste domingo: a renda fixa morreu? Se a resposta for NÃO, qual seu papel numa aposentadoria FIRE?
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‘Morreu, mas passa bem’
Acertou o leitor desconfiado que se questionou: “se esse negócio de renda fixa não serve mais para nada, por que uma coluna inteira dedicada a isso?”
Apesar das mudanças relevantes nas taxas de juros, a renda fixa não morreu.
Sua primeira função numa aposentadoria FIRE é servir como reserva de emergência, ou - como eu gosto de chamar - “colchão de liquidez”.
É aquela ideia de que - antes de começar a investir em ativos de risco - você precisa acumular um capital que cubra pelo menos seis meses das suas despesas pessoais.
Pode ser mais? Pode sim, com certeza.
Pode ser menos? Poder pode, mas eu não recomendo.
Com a grana do colchão de liquidez você não deve correr risco em hipótese nenhuma.
A grana da reserva de emergência tem que servir para você lidar com qualquer contratempo importante: um problema de saúde, perda do emprego, ou coisas similares.
No extremo oposto, quando você já possui algum capital disponível, a reserva de emergência pode servir para comprar mais ações e fundos imobiliários quando os mercados estiverem em liquidação, tal como neste começo de 2020 atormentado pelo coronavírus.
E onde fica sua reserva de emergência?
Vou começar dizendo onde ela não deve ficar: na caderneta de poupança!
A melhor opção são os fundos DI, especialmente os que não cobram taxas de administração.
A seguir, para te ajudar, eu deixo uma tabela com meus fundos preferidos, indicando em quais plataformas você pode encontrá-los.

Obs: não tem um melhor ou pior entre eles, são todos intrinsecamente iguais, invista no que estiver disponível na corretora que você já utiliza.
Antes de avançarmos, uma observação importante sobre a reserva de emergência
A moleza do CDI acabou faz tempo, todos sabemos. Ganhar 14% ao ano na renda fixa não existe mais. Quem ganhou, ganhou. Quem não ganhou, não ganha mais.
Mas agora que a taxa Selic chegou aos 4,25% ao ano, a situação ficou um pouco mais complicada.
Neste patamar, considerando a alíquota de imposto de renda, você provavelmente perderá dinheiro ao ficar parado no CDI pelos próximos 12 meses.
Para entender do que eu estou falando, basta verificar a tabela abaixo, publicada nesta matéria do Seu Dinheiro.
(*) Projeção segundo o Boletim Focus.
Enquanto o Tesouro Selic projeta rendimentos de 3,21% para os próximos 12 meses (líquido do imposto de renda), a inflação estimada pelo mercado é de 3,40%.
Ou seja, os preços dos bens e serviços crescerão mais rápido que seu dinheiro parado no CDI. Isso significa, na prática, uma perda de poder de compra.
Existe uma alternativa?
Infelizmente, não.
Estou sendo direto e sincero contigo, mas não leve para o lado pessoal… nos mercados mais desenvolvidos do mundo, já funciona dessa maneira há muito tempo.
Quem deseja obter retornos reais precisa recorrer a ativos de risco, ou seja, investir em títulos longos, crédito privado, fundos imobiliários, ações e por aí vai.
E por falar nos títulos longos...
A renda fixa pode ser sua “fonte de renda” mais segura na aposentadoria
Vamos imaginar que eu tenha me aposentado hoje e pretenda permanecer mais 20 anos na vida boa.
Como eu protejo meu capital da inflação, acumulo um retorno real e ainda recebo rendimentos recorrentes para dar conta das minhas despesas de aposentado?
Se você consultar agora o site do Tesouro Direto, encontrará três respostas possíveis para minha pergunta.
- Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2030
- Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2040
- Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2055
Cada um dos títulos do Tesouro IPCA+ paga um cupom de 6% ao ano sobre o valor nominal investido.
Como os cupons são distribuídos semestralmente, isso equivale a 2,95% ao semestre, sempre corrigido pela inflação.
Então, se eu tiver acumulado o sagrado 1 milhão de reais, ao aplicá-lo no Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, receberei aproximadamente R$ 29.500 por semestre. Ou seja, uma renda incremental de R$ 4.916 por mês.
Quando chegar o dia do vencimento, recebo meu “principal” corrigido e o último dos meus cupons, contratado nos ido anos de 2020.
Entendeu por que a renda fixa não morreu?
Ela terá um papel muito importante na sua aposentadoria FIRE, especialmente quando você tiver alcançado seu objetivo.
Agora, se você está no processo de construção de patrimônio, eu não recomendo investir em títulos geradores de renda neste momento. Fique apenas com a recomendação para a reserva de emergência.
Nos títulos longos, o rendimento é garantido somente se você carregar os seus títulos até o vencimento. Nos exemplos que eu comentei, os vencimentos são em 2030, 2040 e 2055.
Vendê-los antes do prazo significa precificá-los de acordo com as condições vigentes no momento da venda… ou seja, estimativas das taxas de juros e da inflação para o futuro.
Isso pode acarretar lucro ou prejuízo na operação.
Portanto, o melhor momento para investir no Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais é quando você está disposto a permanecer com ele até o vencimento, recebendo a cada seis meses a sua renda, e retirando o capital principal (corrigido) no vencimento.
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