O petróleo continua em sua trajetória de queda nesta terça-feira (21). O o contrato do barril do tipo Brent, negociado em Londres, cai abaixo dos US$ 20 pela primeira vez em 18 anos. Há pouco, o contrato para entrega em junho era negociado a US$ 19,70, uma queda de quase 23% ante o preço de fechamento de ontem.
O petróleo WTI, negociado nos Estados Unidos, também despenca. O contrato mais líquido, com entrega para junho, se desvaloriza 34,55%, sendo negociado a US$ 13,37 o barril. Mais cedo, a queda chegou a mais de 40%, levando o preço do contrato para perto de US$ 10 o barril. Ontem, o WTI para maio, que vence hoje, fechou com queda de mais de 300%, a um preço negativo pela primeira vez na história.
Mais cedo, os preços do petróleo chegaram até certo alívio em meio às notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vai fazer hoje uma teleconferência extra para debater a crise, embora sem a perspectiva de já sair alguma decisão.
Outra reunião, marcada para 10 de maio, estaria sendo articulada para debater novos cortes na produção. Mesmo assim, as perdas voltaram a se aprofundar na parte da tarde.
A queda nos preços da commodity no mercado futuro refletem a expectativa de uma demanda muito menor que a oferta em razão das paralisações para combate à pandemia do coronavírus no mundo. Com isso, os estoques dos consumidores estão cheios, e o custo da armazenagem, que está quase no limite, está ultrapassando os preços praticados no mercado.
A forte queda nos preços dos Brent pode impactar as ações da Petrobras, uma vez que a estatal usa como referência o petróleo negociado em Londres. Nesta terça, a bolsa brasileira permanece fechada em razão do feriado de Tiradentes, mas os recibos de ações da Petrobras (ADR) negociados na bolsa de Nova York recuam 4,15%. Já o EWZ, fundo de índice (ETF) de ações brasileiras, recua 4,00%.
*Com Estadão Conteúdo.