Dólar cai a R$ 5,57 com sinais amenos em Brasília e falas de Campos Neto; Ibovespa sobe
Os indícios de maior alinhamento no cenário político e o entendimento de que o reajuste aos servidores será vetado anima os ativos domésticos. Além disso, a percepção de que o BC não deseja uma alta desenfreada do dólar contribui para trazer alívio ao câmbio
O processo de despressurização do dólar à vista continua nesta quinta-feira (21). A moeda americana recua mais de 1%, com o mercado reagindo positivamente aos sinais emitidos na reunião do presidente Jair Bolsonaro com governadores e às recentes falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. O Ibovespa também passa por alívio intenso.
Por volta de 16h30, o dólar à vista operava em queda de 1,96%, a R$ 5,5768, mas, na mínima, tocou os R$ 5,5588 (-2,29%) — a menor cotação intradiária desde 5 de maio. Com o desempenho do momento, a moeda americana já acumula baixa de mais de 4% nesta semana.
Na bolsa, o Ibovespa subia 2,10% no mesmo horário, aos 83.029,62 pontos, destoando da tendência global: nos EUA, o Dow Jones (-0,28%), o S&P 500 (-0,55%) e o Nasdaq (-0,68%) caem em bloco.
- Eu gravei um vídeo para explicar melhor a dinâmica por trás dos mercados nesta quinta-feira. Veja abaixo:
Ainda no Brasil, os investidores monitoram de perto os desdobramentos da reunião do presidente Jair Bolsonaro com diversos governadores, de modo a tentar uma reaproximação entre as partes. Esteve em pauta a questão do reajuste aos servidores púbicos, previsto na PEC de auxílio financeiro emergencial a Estados e municípios.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer que o item seja vetado pelo presidente, de modo a preservar as contas do governo e viabilizar a continuidade do processo de ajuste fiscal. Bolsonaro já deu a entender que vetaria o reajuste, mas antes quer acertar o tema com os governadores.
Os sinais vindos da reunião indicam que há um alinhamento entre o governo federal e as lideranças estaduais no sentido de vetar o reajuste, o que é comemorado pelo mercado. Além disso, a presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, também contribui para diminuir a percepção de tensão política em Brasília
Leia Também
Por outro lado, ainda fica no radar a possibilidade de divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 — o ministro do STF Celso de Mello disse que tomaria uma decisão até a sexta-feira (22) quanto à disponibilização do material.
O nov alívio no câmbio ainda tem um fator extra: ontem, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participou de uma live promovida pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e, entre outros pontos, tentou impedir as apostas contra o real — ele afirmou que a autoridade monetária continuará atuando no câmbio, podendo até mesmo aumentar a atuação se necessário.
A declaração foi entendida pelo mercado como um sinal de que o BC não vê como adequada a escalada do dólar à vista — na semana passada, a divisa chegou a encostar nos R$ 6,00 — e provoca mais uma onda de alívio à cotação da moeda.
EUA x China
No front externo, os agentes financeiros mostram-se cautelosos em relação às novas farpas trocadas entre EUA e China, que têm discutido a respeito de uma eventual 'responsabilidade' pela pandemia do coronavírus — e têm sinalizado a adoção de novas sobretaxas de importação, como 'moeda de troca'.
O clima azedou de vez a partir de um tuíte do presidente dos EUA, Donald Trump, usando palavras duras contra o governo de Pequim:
"Algum maluco na China divulgou um comunicado culpando a todos, exceto a China, pelo vírus que já matou centenas de pessoas. Por favor, expliquem a esse idiota que foi a 'incompetência da China', e nada mais, que causou essa matança global", escreveu Trump.
O tom mais agressivo usado pelo presidente americano eleva a percepção de que um reaquecimento da guerra comercial entre EUA e China está prestes a acontecer — e, considerando o atual estado recessivo da economia mundial, o mercado prefere adotar uma postura mais cautelosa lá fora.
Juros em baixa
O mercado de juros futuros passa por ajustes negativos nesta quinta-feira, acompanhando o movimento do dólar e também repercutindo as declarações de Campos Neto. Os movimentos dos DIs, contudo, são relativamente amenos, sem indicar uma grande mudança de postura dos investidores quanto às perspectivas para a Selic:
- Janeiro/2021: de 2,54% para 2,49%;
- Janeiro/2022: de 3,45% para 3,36%;
- Janeiro/2023: de 4,59% para 4,49%.
Top 5
Confira abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CCRO3 | CCR ON | 14,15 | +11,42% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 15,48 | +10,57% |
| ECOR3 | Ecorodovias ON | 12,22 | +9,20% |
| BPAC11 | BTG Pactual units | 46,53 | +8,28% |
| UGPA3 | Ultrapar ON | 16,70 | +8,02% |
Veja também as cinco maiores baixas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| IRBR3 | IRB ON | 6,99 | -8,15% |
| BEEF3 | Minerva ON | 12,45 | -5,40% |
| KLBN11 | Klabin units | 18,89 | -4,84% |
| MRFG3 | Marfrig ON | 12,46 | -4,59% |
| SUZB3 | Suzano ON | 38,45 | -4,47% |
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
