Cautela generalizada nos mercados faz o Ibovespa cair 3% e leva o dólar a R$ 5,54
O Ibovespa volta aos 78 mil pontos e o dólar se aproxima dos R$ 5,60, ajustando-se à maior aversão ao risco nos mercados nesta segunda

Passado o feriado do Dia do Trabalho, os mercados brasileiros voltam a operar normalmente nesta segunda-feira (4). E, na reabertura das negociações, tanto o Ibovespa quanto o dólar à vista assumem um tom bastante pessimista.
Por volta de 16h25, o principal índice da bolsa local recuava 2,71%, aos 78.321,52 pontos, ficando em linha com o desempenho das bolsas da Europa, que fecharam em baixa de mais de 2%. Nos Estados Unidos, contudo, o dia é de estabilidade nos mercados acionários.
No câmbio, o dólar à vista devolve boa parte do alívio visto na semana passada: no mesmo horário, a moeda americana subia 1,93%, a R$ 5,5437 — o real, assim, destoa das demais divisas de países emergentes, que apresentam um comportamento relativamente neutro nesta segunda.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica dos mercados brasileiros nesta segunda. Veja abaixo:
Essa forte onda de aversão ao risco vista por aqui se deve aos inúmeros fatores de estresse no radar dos investidores. Em termos globais, declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inspiram cuidado e reacendem os temores de novas turbulências políticas, mesmo em meio à pandemia de coronavírus.
Ao longo do fim de semana, Trump voltou a culpar a China pela disseminação da doença e afirmou que os EUA não vão mais cortar as tarifas comerciais impostas ao país, descumprindo os acordos feitos antes do surto global.
A fala do presidente americano mantém o viés negativo nos mercados acionários americanos — Wall Street funcionou normalmente na última sexta-feira (1) e teve baixas firmes na ocasião.
Leia Também
Rio Bravo: “Momento é de entrada em fundos imobiliários de tijolo, não de saída”
Aliás, a queda vista nas bolsas americanas durante o feriado também contribui para aumentar a pressão sobre o Ibovespa e os demais ativos domésticos nesta segunda: quase todos os recibos de ações (ADRs) de empresas brasileiras negociados em Nova York tiveram perdas firmes na sexta-feira, desencadeando movimentos de correção por aqui.
Tensão doméstca
Além de toda a cautela externa, também há uma forte prudência vinda do cenário local: o noticiário político contribui para manter os investidores em estado de alerta, altamente sensíveis a qualquer novidade vinda de Brasília.
Há dois pontos de turbulência: em primeiro plano, aparece a deterioração cada vez mais nítida nas relações entre o presidente Jair Bolsonaro e os demais poderes — nos últimos dias, ele tem centrado fogo no Supremo Tribunal Federal (STF).
No domingo (3), Boslonaro participou novamente de atos anti democracia e que pediam o fechamento do Congresso — uma postura que rendeu mais uma enxurrada de notas de repúdio de outras lideranças políticas e aumentou a percepção de crise em Brasília.
Ainda na capital federal, destaque para a aprovação, pelo Senado, do pacote de auxílio financeiro emergencial para Estados e municípios, no montante de R$ 125 bilhões — uma pauta que vem sendo chamada de 'bomba fiscal', dada a cifra elevada e a falta de contrapartidas para governadores e prefeitos.
Como o texto foi alterado pelos senadores, ele deve ser analisado novamente pela Câmara — o presidete da Casa, Rodrigo Maia, já sinalizou que pretende votar a pauta nesta segunda-feira. E, considerando o estado das relações entre governo e Congresso, deve-se esperar pouca disposição para aliviar o tom do projeto.
Essa combinação de fatores domésticos e externos provoca uma forte alta do dólar à vista e desencadeia um movimento de correção positiva nas curvas de juros futuros. Essa abertura dos DIs, no entanto, não diminui a percepção de que a Selic continuará sendo cortada no curto prazo:
- Janeiro/2021: de 2,79% para 2,80%;
- Janeiro/2022: de 3,62% para 3,67%;
- Janeiro/2023: de 4,81% para 4,91%;
- Janeiro/2025: de 6,55% para 6,63%.
Balanços em foco
No front corporativo, diversas empresas que compõem o Ibovespa reportaram nesta manhã seus resultados trimestrais, com destaque para a Gol — a companhia aérea viu seu prejuízo disparar a R$ 2,28 bilhões no período, pressionada pelo dólar em alta e pelo coronavírus.
Como resultado, as ações PN da empresa (GOLL4) despencam 10,40% nesta segunda e aparecem entre as maiores quedas do índice — veja abaixo a lista com os cinco papéis de pior desempenho no momento:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
AZUL4 | Azul PN | 15,06 | -13,45% |
GOLL4 | Gol PN | 11,11 | -10,40% |
EMBR3 | Embraer ON | 7,80 | -9,83% |
CSNA3 | CSN ON | 8,16 | -8,93% |
CVCB3 | CVC ON | 12,74 | -7,68% |
No lado oposto, poucas ações do índice conseguem sustentar desempenho positivo neste início de semana:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
VIVT4 | Telefônica Brasil PN | 47,62 | +4,32% |
TIMP3 | Tim ON | 13,16 | +3,13% |
ABEV3 | Ambev ON | 11,43 | +0,79% |
SUZB3 | Suzano ON | 39,65 | +0,61% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | 49,98 | +0,56% |
TRBL11 recebe R$ 6 milhões em acordo por imóvel que é alvo de impasse com os Correios — agora o FII está de olho na disputa judicial contra a estatal
Segundo o gestor da Rio Bravo, o acordo “é apenas o começo” e, agora, o fundo imobiliário busca cobrar os Correios e voltar a ocupar o galpão com um novo inquilino
Banco do Brasil (BBAS3) supera a Vale (VALE3) em um quesito na bolsa; saiba qual
Os dados são de um levantamento mensal do DataWise+, parceria entre a B3 e a Neoway
Fundo imobiliário MFII11 mira novo projeto residencial na zona leste de São Paulo; veja os detalhes
O FII vem chamando atenção por sua estratégia focada em empreendimentos residenciais ligados ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV)
Ibovespa renova máxima histórica e dólar vai ao menor nível desde julho de 2024 após dados de inflação nos EUA; Wall Street também festeja
Números de inflação e de emprego divulgados nesta quinta-feira (11) nos EUA consolidam a visão do mercado de que o Fed iniciará o ciclo de afrouxamento monetário na reunião da próxima semana; por aqui, há chances de queda da Selic
Fundo imobiliário do BTG quer vender cinco imóveis por mais de R$ 830 milhões — e já tem destino certo para o dinheiro
Criado especialmente para adquirir galpões da Log Commercial Properties (LOGG3), o BTLC11 comprou os ativos em 2023, e agora deseja gerar valor aos cotistas
GGRC11 ou Tellus: quem levou a melhor na disputa pelo galpão da Renault do FII VTLT11, que agora se despede da bolsa
Com a venda do único imóvel do portfólio, o fundo imobiliário será liquidado, mas cotistas vão manter a exposição ao mercado imobiliário
Fundo imobiliário (FII) aposta em projetos residenciais de alto padrão em São Paulo; veja os detalhes
Com as transações, o fundo imobiliário passa a ter, aproximadamente, 63% do capital comprometido em cinco empreendimentos na capital paulista
Fundo imobiliário Iridium Recebíveis (IRIM11) reduz dividendo ao menor nível em um ano; cotas caem
A queda no pagamento de proventos vem em meio a negociações para a fusão do FII ao Iridium Fundo de Investimento Imobiliário (IRIM11)
Ibovespa sobe 0,52% após renovar máxima intradia com IPCA e PPI no radar; dólar cai a R$ 5,4069
Deflação aqui e lá fora em agosto alimentaram a expectativa de juros menores ainda neste ano; confira os dados e o que mais mexeu com a bolsa e o câmbio nesta quarta-feira (10)
Ouro supera US$ 3.700 pela primeira vez e segue como o refúgio preferido em 2025
Ataque de Israel ao Catar e revisão dos dados de emprego nos EUA aumentaram a busca por proteção e levaram o metal precioso a renovar recorde histórico
Disputa judicial entre Rede D’Or e FIIs do BTG Pactual caminha para desfecho após mais de uma década
Além da renegociação das dívidas da empresa do setor de saúde, os acordos ainda propõem renovações de contratos — mas há algumas condições
Comprado em bolsa brasileira e vendido em dólar: a estratégia do fundo Verde também tem criptomoedas e ouro
Na carta de agosto, o fundo criado por Luis Stuhlberger chama atenção para o ciclo eleitoral no Brasil e para o corte de juros nos EUA — e conta como se posicionou diante desse cenário
Commodities e chance de juro menor dão suporte, mas julgamento de Bolsonaro limita ganhos e Ibovespa cai
O principal índice da bolsa brasileira chegou a renovar máximas intradia, mas perdeu força no início da tarde; dólar à vista subiu e ouro renovou recorde na esteira do ataque de Israel ao Catar
Fundo imobiliário GARE11 anuncia compra de dois imóveis por R$ 32,3 milhões; confira os detalhes da operação
O anúncio da compra dos imóveis vem na esteira da venda de outros dez ativos, reforçando a estratégia do fundo imobiliário
FII vs. FI-Infra: qual o melhor fundo para uma estratégia de renda com dividendos e isenção de imposto?
Apesar da popularidade dos FIIs, os fundos de infraestrutura oferecem incentivos fiscais extras e prometem disputar espaço nas carteiras de quem busca renda mensal isenta de IR
Rubens Ometto e Luiza Trajano bem na fita: Ações da Cosan (CSAN3), do Magalu (MGLU3) e da Raízen (RAIZ4) lideram altas da semana no Ibovespa
Se as ações da Cosan, do Magazine Luiz e da Raizen brilharam no Ibovespa, o mesmo não se pode dizer dos papéis da Brava, da Marfrig e da Azzas 2154
É recorde atrás de recorde: ouro sobe a US$ 3.653,30, renova máxima histórica e acumula ganho de 4% na semana e de 30% em 2025
O gatilho dos ganhos de hoje foi o dado mais fraco de emprego dos EUA, que impulsionou expectativas por cortes de juros pelo banco central norte-americano
Ibovespa renova máximas e dólar cai a R$ 5,4139 com perspectiva de juro menor nos EUA abrindo as portas para corte na Selic
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta sexta-feira (5), o principal relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, que veio bem abaixo do esperado pelo mercado e dá a base que o Fed precisava para cortar a taxa, segundo analistas
Ibovespa volta a renovar máxima na esteira de Nova York e dólar acompanha; saiba o que mexe com os mercados
Por aqui, os investidores seguem de olho nas articulações do Congresso pela anistia, enquanto lá fora a chance de corte de juros pelo Fed é cada vez maior
Ouro bate recorde pelo segundo dia seguido e supera US$ 3.600. Hype ou porto seguro?
A prata segue a mesma trajetória de ganhos e renova o maior nível em 14 anos a US$ 42,29 a onça-troy; saiba se vale a pena entrar nessa ou ficar de fora