Sem cautela: Ibovespa fecha na máxima do dia; Fed e economia dos EUA animam o mercado
O Ibovespa subiu mais de 2% e praticamente zerou as perdas acumuladas na semana passada. Uma nova injeção de recursos por parte do Fed, somada a um dado surpreendentemente forte da economia dos EUA, se sobrepôs à cautela com o aumento nos novos casos de coronavírus no mundo
![Selo Mercados FECHAMENTO Ibovespa dólar](https://media.seudinheiro.com/uploads/2019/11/Selo-Mercados-FECHAMENTO-715x402.jpg)
Os investidores pareciam estar pisando em ovos durante a abertura da sessão desta segunda-feira (29): o aumento nos novos casos de coronavírus no mundo inspirava cautela às negociações — e, como resultado, o Ibovespa e as bolsas globais não se mostravam muito dispostos a se afastar da estabilidade durante a manhã.
Pois a prudência vista nessa primeira etapa deu lugar a um princípio de euforia: ao fim do pregão, o Ibovespa avançava 2,03%, aos 95.735,35 pontos — a pontuação máxima do dia. Nos EUA, a confiança também tomou conta dos mercados: o Dow Jones (+2,32%), o S&P 500 (+1,47%) e o Nasdaq (+1,20%) tiveram trajetória parecida, fechando com ganhos firmes.
No câmbio, o clima estava igualmente tranquilo no fim da tarde: o dólar à vista, que chegou a operar em alta durante a manhã, encerrou a sessão em queda de 0,62%, a R$ 5,4265. Não foi um alívio intenso, mas, ainda assim, suficiente para trazer alívio à cotação da divisa.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás dos mercados nesta segunda-feira. Veja abaixo:
O que aconteceu para desencadear essa mudança de comportamento dos investidores? O que injetou tanto ânimo nos agentes financeiros, a ponto de ofuscar a cautela com o avanço da Covid-19?
Bem, não tivemos nenhuma notícia no lado da saúde pública em si — até circularam supostos avanços no desenvolvimento de uma vacina por um grupo farmacêutico chinês, mas essa possível novidade não causou comoção nos investidores. Assim, a sombra do coronavírus segue bastante presente no dia a dia dos mercados financeiros.
O que aconteceu foi que, mais que a imunização contra a Covid-19, os investidores parecem particularmente interessados num remédio para a economia — por mais que alguns desses tratamentos tenham efeitos colaterais no futuro. E a pílula mágica do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) novamente deu as caras.
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No início da tarde, o Fed anunciou que irá comprar mais títulos de dívida corporativa no mercado primário — um mecanismo que foi anunciado há algumas semanas. Na prática, a medida tem dois efeitos benéficos aos mercados: alivia a pressão financeira sobre as empresas e injeta dinheiro no sistema financeiro.
E essa injeção massiva de dinheiro na economia, tanto por parte do Fed quanto dos demais BCs do mundo, tem servido como um escudo para os mercados: com tantos recursos disponíveis por aí — e com escassas oportunidades na renda fixa —, parte relevante acaba sendo direcionada às bolsas e aos ativos de países emergentes.
Assim, com mais um sinal de que o Fed não vai deixar a peteca cair — ou, em outras palavras, não vai deixar as bolsas atravessarem grandes turbulências em meio às incertezas ligadas à pandemia —, a cautela vista no início do dia deu lugar a mais uma onda positiva.
E, para completar esse quadro mais favorável aos mercados, também tivemos uma surpresa positiva vinda da economia dos EUA: o índice NAR de vendas pendentes de imóveis subiu 44,3% de abril para maio.
Esse é um dado que não costuma fazer preço, mas, nas atuais circunstâncias, qualquer boa notícia é bem vinda. E, de fato, essa foi uma novidade inesperada: a previsão do mercado era de alta muito inferior, de 'apenas' 15%.
Juros e IGP-M
No mercado de juros, o tom foi de relativa tranquilidade: os DIs não se afastaram muito da estabilidade, tanto na ponta curta quanto na longa. O IGP-M em junho acelerou a 1,56%, ligeiramente acima das projeções de mercado — resultado que pode desestimular a continuidade dos cortes na Selic, mas que não afeta o cenário de juros baixos por um período prolongado no país.
- Janeiro/2021: estável em 2,07%;
- Janeiro/2022: de 2,97% para 2,95%;
- Janeiro/2023: de 4,12% para 4,05%;
- Janeiro/2025: de 5,82% para 5,76%.
Top 5
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
VVAR3 | Via Varejo ON | 15,38 | +7,63% |
EMBR3 | Embraer ON | 8,42 | +7,54% |
PCAR3 | GPA ON | 72,90 | +5,94% |
BRML3 | BR Malls ON | 10,15 | +5,29% |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | 33,44 | +5,09% |
Confira também as cinco maiores quedas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
BRFS3 | BRF ON | 20,87 | -2,70% |
TIMP3 | Tim ON | 13,77 | -1,85% |
CSNA3 | CSN ON | 10,55 | -1,49% |
KLBN11 | Klabin units | 20,25 | -1,27% |
VIVT4 | Telefônica Brasil PN | 48,20 | -0,70% |
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