🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Semana de altos e baixos

Em semana de ‘cabo de guerra’ entre boas e más notícias, Ibovespa termina em baixa e dólar tem alívio

Tensão EUA-China e dados econômicos abaixo do esperado nos Estados Unidos pesaram negativamente nas bolsas; pacote de incentivo da União Europeia e reforma tributária contribuíram para queda do dólar ante o real

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
24 de julho de 2020
18:58 - atualizado às 19:06
Imagem: Shutterstock

De um lado, avanços nas pesquisas de desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus, a aprovação de um pacote de estímulo trilionário pela União Europeia, o envio da reforma tributária pelo governo brasileiro ao Congresso e dados econômicos positivos (e surpreendentes!) no Velho Continente.

De outro, uma nova escalada de tensões entre Estados Unidos e China e dados econômicos abaixo do esperado na potência norte-americana.

Na disputa entre as boas e as más notícias (para o mercado) nesta semana, o lado mais negativo acabou levando a melhor, pelo menos na bolsa. Até a quarta-feira, o Ibovespa vinha conseguindo se manter acima dos 104 mil pontos - na terça, chegou a superar os 105 mil pontos na máxima intradiária -, mas nos últimos dois dias predominou a realização de lucros, levando o índice a fechar com queda de 0,49% na semana, aos 102.381,58 pontos.

Nesta sexta, após um pregão instável, em que alternou altas e quedas, o principal índice acionário da B3 fechou "de lado", com leve alta de 0,09%.

Já as bolsas europeias e americanas fecharam em baixa hoje. O Dow Jones perdeu 0,68%, indo aos 26.469,89 pontos; o S&P 500 caiu 0,62%, aos 3.215,63 pontos; e o Nasdaq teve baixa de 0,94%, aos 10.363,18 pontos. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 1,70%.

Com o dólar, a história foi um pouco diferente. A moeda americana fechou hoje em baixa de 0,15%, aos R$ 5,2060, acumulando queda de 3,24% na semana. O enfraquecimento da divisa, inclusive, foi global. A seguir, vou falar um pouco dos fatores que afetaram as negociações na semana.

Leia Também

Vacinas, pacotão europeu e reforma tributária

No início da semana, as bolsas no Brasil e no mundo foram beneficiadas pelos avanços nas pesquisas para o desenvolvimento das vacinas contra o coronavírus, que continua sendo o principal fantasma a assombrar a economia e os mercados.

Tanto a Pfizer e a BioNTech quanto a AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford obtiveram respostas imunes positivas dos voluntários dos seus estudos sem efeitos colaterais sérios. A China também reportou avanços nos estudos da sua vacina.

A notícia de que o governo americano já comprou 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech também foi bem recebida pelo mercado, dado que os Estados Unidos continuam sendo o país mais castigado pela pandemia de covid-19 no mundo.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, o país já tem mais de 4 milhões de casos registrados da doença, totalizando quase 145 mil mortes.

Do lado econômico, o que animou os investidores no início da semana foi a aprovação, pela União Europeia, de um pacote orçamentário no valor de 1,8 trilhão de euros, que prevê um fundo de ajuda (envolvendo doações e empréstimos) de 750 bilhões de euros.

A medida ajudou a fortalecer a moeda única europeia frente ao dólar, contribuindo para a fraqueza global da moeda americana na semana. Outro fator que favoreceu o euro foram os PMIs (Índices de Gerentes de Compras) dos países europeus divulgados nesta sexta.

O PMI composto da zona do euro subiu de 48,5 em junho para 54,8 em julho - maior patamar em 25 meses e acima das expectativas dos analistas. Na Alemanha e no Reino Unido, os resultados também vieram acima de 50 - marca que indica expansão da atividade.

Fraqueza do dólar e força do real

O dólar perdeu 1,66% na semana ante uma cesta de moedas fortes e também apresentou perdas ante a maioria das moedas emergentes, sendo que o real a que mais se fortaleceu ante a moeda americana na semana.

Houve pelo menos um fator doméstico que contribuiu para o fortalecimento do real: a entrega (finalmente!) da reforma tributária do governo ao Congresso na terça-feira. O projeto prevê basicamente a unificação de PIS e Cofins num novo tributo que teria alíquota única de 12%.

Mais do que a proposta em si, que é apenas um primeiro passo e focada em apenas dois tributos, o que agradou o mercado foi a sinalização de que as reformas estão novamente caminhando e a postura do governo de ter uma atitude menos belicosa em relação ao Congresso.

A postura de diálogo sinalizada na ida do ministro da Economia Paulo Guedes ao Senado para entregar pessoalmente a proposta foi bem vista, pois pode indicar que o ambiente está finalmente propício para a aprovação das próximas reformas.

Tensão entre EUA e China e dados americanos abaixo do esperado

Nos últimos dois dias, porém, dois fatores negativos pesaram nas bolsas americanas, europeias e também na B3. E na ausência de novos fatores positivos que pudessem impulsionar ainda mais os preços das ações, os investidores preferiram realizar os ganhos recentes. Afinal, até segunda-feira, dia 20 de julho, o Ibovespa já acumulava alta de quase 10% no mês.

O primeiro fator é geopolítico. Os Estados Unidos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston, Texas, acusando a China de espionagem comercial e militar. Os chineses retaliaram nesta sexta, fechando o consulado americano na cidade de Chengdu, capital da província de Sichuan.

Os investidores temem que essas novas tensões azedem o acordo comercial firmado entre as duas potências em janeiro. Ontem à noite, o presidente americano Donald Trump inclusive disse que o acordo comercial entre os países não é mais tão importante assim.

O segundo fator é econômico. Ontem, os EUA divulgaram um número maior de pedidos de auxílio-desemprego do que era esperado pelo mercado. Hoje, os PMIs do país também vieram abaixo das expectativas, embora tenham majoritariamente ficado acima de 50, indicando expansão da atividade. O PMI composto subiu de 47,9 em junho para 50 em julho, o de serviços avançou para 49,6 e o industrial foi para 51,3.

Esses dados piores que o esperado desanimaram os investidores quanto à recuperação econômica dos EUA diante da crise desencadeada pela pandemia de coronavírus.

Apostas em novo corte da Selic

Nesta sexta-feira, os juros futuros viram uma forte queda depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação.

O indicador foi de 0,30% em julho, ante 0,02% em junho. Apesar do avanço, o número veio menor que o esperado. Segundo o Projeções Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Estadão, a média das expectativas dos analistas era de 0,35%, e a mediana era de 0,51%.

Se por um lado isso indica que a recuperação econômica não tem sido no ritmo esperado, por outro abre espaço para o Banco Central efetuar um novo corte na taxa Selic na próxima reunião do Copom.

Nos últimos dias, os investidores já começavam a apostar que talvez não houvesse novo corte, como havia sido sinalizado anteriormente pelo próprio BC, simplesmente porque acreditavam que o IPCA-15 poderia surpreender para cima.

Com o indicador surpreendendo para baixo, os juros futuros apresentaram um dia de forte alívio. Confira o desempenho dos principais vencimentos:

  • Janeiro/2021: de 2,025% para 1,95% (-3,70%);
  • Janeiro/2022: de 2,96% para 2,82% (-4,73%);
  • Janeiro/2023: de 4,04% para 3,85% (-4,70%);
  • Janeiro/2025: de 5,55% para 5,39% (-2,88%).

Perceba que os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2021 chegam a precificar uma Selic abaixo de 2,00% no fim do ano. Até agora, 2,00% vinha sendo considerado o piso para a taxa básica de juros. É a primeira vez que o DI para janeiro de 2021 fecha abaixo de 2,00%.

Top 5

Confira as ações do Ibovespa que mais subiram nesta sexta-feira:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
IRBR3IRB ON8,34+6,24%
GGBR4Gerdau PN17,14+4,58%
SUZB3 Suzano ON 42,30+3,83%
ABEV3Ambev ON14,93+3,68%
USIM5Usiminas PNA7,55+3,28%

Veja também quais foram as maiores quedas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$) VARIAÇÃO
COGN3Cogna ON8,28-5,37%
RENT3Localiza ON44,70-2,57%
TIMP3Tim Participações ON14,41-2,44%
EMBR3 Embraer ON 8,02-2,43%
MRVE3MRV19,48-2,21%

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
GANHADORES E PERDEDORES

As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras

1 de maio de 2025 - 14:02

Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China

ÚLTIMA CHANCE

Ficou com ações da Eletromidia (ELMD3) após a OPA? Ainda dá tempo de vendê-las para não terminar com um ‘mico’ na mão; saiba como

1 de maio de 2025 - 12:44

Quem não vendeu suas ações ELMD3 na OPA promovida pela Globo ainda consegue se desfazer dos papéis; veja como

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

30 de abril de 2025 - 19:45

Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil

ABRINDO A TEMPORADA

Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?

30 de abril de 2025 - 11:58

Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram

Mundo FIIs

Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento

30 de abril de 2025 - 11:06

Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

MERCADO DE METAIS ESSENCIAIS

Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis

29 de abril de 2025 - 9:15

Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

VAI PAUSAR OU AUMENTAR?

Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste

28 de abril de 2025 - 14:02

Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

AÇÕES EM PETRÓLEO

Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI

26 de abril de 2025 - 16:47

Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.

CONCESSIONÁRIAS

Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1

26 de abril de 2025 - 12:40

Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira

BOLSA BRASILEIRA

Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano

26 de abril de 2025 - 11:12

Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.

3 REPETIÇÕES DE SMFT3

Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP

25 de abril de 2025 - 19:15

Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre

QUEDA LIVRE

Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea

25 de abril de 2025 - 18:03

No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar