🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Dualidade

Otimismo e pessimismo na mesma sessão: o Ibovespa fechou nas máximas, mas o dólar também subiu

O Ibovespa e o dólar à vista fecharam em alta nesta segunda-feira, numa sessão marcada por um noticiário cheio de incertezas no front doméstico e uma postura mais cautelosa no exterior

Yin Yang mercados Ibovespa dólar bull bear
Imagem: Shutterstock

Na filosofia chinesa, o Yin-yang é o princípio que exprime a dualidade da existência. Ele parte do princípio de que todos os elementos do universo são compostos por duas energias opostas e complementares — e a interação dessas forças é responsável por gerar transformação.

É um conceito que pode ser aplicar a tudo: desde questões filosóficas, como a paz interior, até temas mais concretos, como a cotação do dólar à vista ou o comportamento do Ibovespa — e a sessão desta segunda-feira (13) deixou clara a inclinação taoista do mercado financeiro.

Por um lado, tivemos uma ala otimista e que mostra confiança numa recuperação relativamente rápida da bolsa. Por outro, vimos um grupo mais pessimista e que busca proteção para dias mais duros adiante.

Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, a interação entre Yin e Yang não resulta em zero. O Ibovespa, por exemplo, fechou em alta de 1,49%, aos 78.835,82 pontos, na máxima do dia — dando vazão à postura confiante. Já o dólar à vista avançou 1,75%, a R$ 5,1833, extravasando a descrença.

Essa é uma estratégia clássica em tempos de forte incerteza: os investidores continuam posicionados na bolsa, mas, ao mesmo tempo, correm para a segurança do dólar. A ideia é diversificar a carteira, de modo a estar bem alocado independente do que acontecer no futuro.

Se o cenário mais duro se concretizar, a tendência é de queda nas bolsas e alta no dólar; caso o panorama mais tranquilo se consolide, é provável que o comportamento dos mercados seja o oposto: bolsa em alta, câmbio em baixa.

Leia Também

  • Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica por trás dos mercados nesta segunda-feira. Veja abaixo:

Ou seja: quem não quer vender ações e correr o risco de perder um rali no futuro, faz essa manobra. Se tudo der errado, o dólar se valoriza e as perdas na bolsa são parcialmente amenizadas; se a alta no mercado acionário ocorrer como planejado, os ganhos vão se sobrepor à desvalorização do câmbio.

Yin-yang. A interação das forças gera fluidez — e o Ibovespa e o dólar à vista não ficaram parados hoje.

Otimismo e pessimismo

Pode-se dividir a sessão de hoje em dois fronts, o externo e o doméstico — e ambos trouxeram elementos preocupantes à mesa. Por aqui, os olhos e ouvidos estiveram atentos a Brasília, buscando qualquer informação de bastidor referente ao governo e ao Congresso.

Em primeiro plano, há a discussão acalorada em relação ao auxílio emergencial aos Estados e municípios. Um projeto em tramitação na Câmara pode destinar bilhões aos governadores e prefeitos sem a exigência de contrapartida — e, por isso, vem sendo chamado de 'bomba fiscal'.

No entanto, o governo tenta reverter a situação: já encaminhou às lideranças partidárias no Congresso uma contraproposta que destinaria até R$ 40 bilhões em recursos diretos aos Estados e municípios — uma quantia relevante, mas menor que a do projeto que pode ser votado pela Câmara.

Ao longo do dia, não houve grandes avanços nesse front: o cenário permanece incerto e não é possível cravar qual será o desfecho da questão — o que abre espaço para projeções otimistas e pessimistas por parte do mercado.

E esse não foi o único foco de apreensão em Brasília nesta segunda-feira. Há também a nova escalada nos atritos entre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente Jair Bolsonaro — ontem, Mandetta deu entrevista à TV Globo e voltou a criticar a falta de alinhamento nos discursos oficiais do governo.

Informações de bastidores dão conta de um descontentamento por parte do governo em relação à postura do ministro. No entanto, nenhuma declaração oficial nesse sentido foi dada até o fechamento dos mercados — o que apenas contribuiu para aumentar a incerteza no ar.

Exterior defensivo

Lá fora, o tom foi de maior prudência: no front do coronavírus, 1,9 milhão de pessoas já foram infectadas no mundo, com 118 mil mortes, de acordo com dados da universidade americana Johns Hopkins.

Além disso, o rápido avanço da doença nos EUA colocou o país no topo da lista de contaminações, com mais de 570 mil pessoas diagnosticadas com a Covid-19, e de óbitos, com cerca de 22 mil falecimentos em decorrência da doença — informações que, embora esperadas, diminuíram o ânimo dos investidores.

A cautela no front da pandemia se sobrepôs ao otimismo em relação ao acordo fechado pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que decidiu cortar a produção da commodity em 9,7 milhões de barris ao dia, por dois meses, a partir de 1º de maio.

No entanto, relatos de que a Arábia Saudita reduziu os preços da commodity vendida no exterior reduziram a animação dos investidores em relação ao acordo da Opep. E, nesse contexto, o petróleo fechou sem direção única: o Brent subiu 0,95%, mas o WTI caiu 1,54%.

Além disso, há a percepção de que muitos países aumentaram os estoques ao longo de março e, assim, a demanda internacional deve continuar fraca — o que, na prática, reduz os efeitos do corte de produção anunciado pela Opep, ao menos no curto prazo.

Juros em baixa

No mercado de juros futuros, o dia foi de pouca movimentação. Os investidores seguem apostando em novos cortes na Selic para estimular a economia — e a projeção de recuo mais intenso do PIB em 2020 pelo boletim Focus dá sustentação a essa tese.

Mas, considerando os níveis já bastante baixos dos DIs, o espaço para novas correções negativas nas curvas é limitado. Veja abaixo como ficaram os contratos mais líquidos nesta segunda-feira:

  • Janeiro/2021: de 3,14% para 3,09%;
  • Janeiro/2023: de 5,02% para 4,90%;
  • Janeiro/2025: de 6,63% para 6,56%.

Top 5

Confira as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
COGN3Cogna ON4,87+6,33%
MRFG3Marfrig ON9,39+5,98%
VVAR3Via Varejo ON5,43+5,44%
BRAP4Bradespar PN30,37+5,10%
GOAU4Metalúrgica Gerdau PN4,96+5,08%

Saiba também quais são as maiores baixas do índice:

CÓDIGONOMEPREÇO (R$)VARIAÇÃO
SMLS3Smiles ON13,51-5,52%
BPAC11BTG Pactual units40,00-4,19%
LAME4Lojas Americanas PN20,69-2,86%
YDUQ3Yduqs ON26,30-2,77%
HGTX3Cia Hering ON14,06-2,70%

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
JUNTANDO OS TIJOLINHOS

Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa

30 de abril de 2025 - 13:57

Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3

TCHAU, QUERIDA?

Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora

30 de abril de 2025 - 12:48

Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava

ABRINDO A TEMPORADA

Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?

30 de abril de 2025 - 11:58

Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram

TREINO ATIVO

Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas

30 de abril de 2025 - 11:08

Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

VAI PAUSAR OU AUMENTAR?

Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste

28 de abril de 2025 - 14:02

Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

Conteúdo Empiricus

Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são

25 de abril de 2025 - 14:58

Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

DE OLHO NA VIRADA

Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado

25 de abril de 2025 - 10:27

Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar