Após “império da irracionalidade”, recuperação na bolsa é saudável, diz BNP Paribas Asset
Para Aquiles Mosca, executivo da gestora do BNP Paribas, os momentos de maior pânico do mercado global ficaram para trás, apesar da recaída da semana passada
Os momentos de maior pânico do mercado global – como se viu em fevereiro e março com a sequência inédita de “circuit-breakers” – ficaram para trás, apesar da recaída da semana passada. Esta é a visão do chefe da área comercial do BNP Paribas Asset Management, Aquiles Mosca.
Para ele, a forte recuperação que se vê desde abril, após o pior março para a bolsa desde 1998 após um nervosismo generalizado, se apresenta como “saudável” e se justifica a partir de um ajuste do pessimismo.
Mosca enxerga a recalibragem das expectativas dos investidores como uma das explicações do movimento mais comprador no Ibovespa nos últimos dois meses.
“O mercado estava em verdadeiro pânico, quando impera a irracionalidade”, me disse o representante da gestora, que possui R$ 57 bilhões sob administração no Brasil.
Ele citou o disparo de três circuit-breakers em uma mesma semana na B3 como um dos sinais da elevada tensão nos negócios. Este fato inédito veio em meio a um movimento de manada, em que os investidores se desfizeram de ativos para obter liquidez assim que possível.
No pior momento da crise, a bolsa chegou a cair de 119 mil pontos, em 23 de janeiro, para 63 mil pontos, exatamente dois meses depois.
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“O que vimos desde então foi uma correção saudável desse pânico, que havia trazido os preços de ativos de empresas sólidas para muito abaixo do que é razoável” – Aquiles Mosca, BNP Paribas Asset Management.
Esse novo cálculo para os cenários da renda variável por parte dos investidores, menos pessimistas, é uma parte importante da história. No entanto, existem outros componentes que pesam, diz Mosca.
No momento atual, outro fator que se junta a essa complexa equação que dá origem aos vaivéns do mercado financeiro é a reabertura de economias na Ásia e na Europa.
Afetadas pelo coronavírus antes que o Brasil e os Estados Unidos, essas regiões retomaram as atividades com o relaxamento do isolamento e voltaram a animar as perspectivas para a economia global, aliviando a tensão financeira.
“Essa alta sustentada também reflete esse início dessa luz no fim do túnel no exterior”, disse ele.

A ameaça somos nós
O que ameaça este cenário de recuperação da bolsa? Nós mesmos, segundo o executivo do BNP Paribas.
A incerteza econômica quanto ao Brasil ainda nubla o cenário em parte. E por duas razões: tanto porque o grau de retração do PIB não é claro em meio à continuidade da quarentena, como pelas dúvidas sobre por quanto tempo mais será exigida a quarentena em regiões diferentes do país.
“Este cenário de recuperação aqui não é claro, estamos em franca expansão da doença, então, esse é um risco a essa alta.”
Mas como o mercado sempre olha para frente, apesar de a situação interna não ser das mais claras e previsíveis, o alívio vem da saída da quarentena no exterior, que ajuda a dissipar o nevoeiro de incertezas, segundo Mosca.
Se o recente turbilhão político que varreu Brasília, incluindo o Executivo e o Judiciário, deu notícias que adicionaram ao estresse da Faria Lima, um ponto positivo disso tudo é que o governo não deixou de sinalizar o seu comprometimento com uma agenda pró-mercado.
“Há uma sinalização forte ainda de responsabilidade fiscal, de que as medidas de auxílio são temporárias.”
Setores na bolsa
E quais as apostas na bolsa da equipe de gestão de fundos do BNP Paribas em meio à crise? Mosca não mencionou nomes, mas chamou a atenção especialmente para empresas de e-commerce, digitalizadas e com logística de entrega para os seus consumidores finais. Isso inclui os supermercados que se aproveitam do cenário de circulação restrita das pessoas.
Segundo Mosca, a carteira da BNP Paribas Asset teve ajustes desde o início da pandemia no sentido de elevar a posição em empresas como essas e diminuir as de empresas mais afetadas por um cenário de deterioração da atividade econômica.
O próprio setor bancário no país, por conta de sua digitalização e de seu perfil defensivo, é apontado por ele como outra indicação de alocação.
A forte depreciação observada no real também tornou interessante manter opções de exportadoras na carteira. Uma boa parte da alta da bolsa provém desses setores, de empresas dedicadas a commodities, segundo ele.
“O investidor deve se posicionar nesses setores para estar preparado seja para uma recuperação global, que já começa a acontecer, seja para uma nova realidade, de pouca gente na rua”, disse ele.
Uma parte cada vez maior da carteira do investidor tem que estar em ações, uma vez que os rendimentos de renda fixa “mal conseguem cobrir a inflação”, diz Mosca.
Para o investidor que tem um horizonte menor do que 12 meses, no entanto, ele recomenda pouca exposição ao risco, em uma aplicação conservadora em fundos de investimentos atrelados a crédito privado de empresas high-grade, com posição de caixa forte.
“Mas, quem olha para o horizonte maior que 12 meses, não tem muita alternativa para o investidor: tem que para a renda variável, escolher bons gestores e ter tolerância ao risco, porque é investimento de longo prazo.”
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