Diretor do FGC: “sempre é melhor prevenir do que improvisar”
Daniel Lima defende as mudanças previstas no texto de Resolução Bancária enviado pelo governo

Em sua primeira entrevista desde que assumiu o comando do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no fim do ano passado, Daniel Lima defende as mudanças previstas no texto de Resolução Bancária enviado pelo governo, no fim do ano passado, ao Congresso.
O texto prevê, por exemplo, o uso de recursos do Tesouro como último recurso para salvar grandes bancos numa eventual crise financeira.
Hoje, essa possibilidade é proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Temos de discutir em quais condições vamos usar o mecanismo, e não simplesmente proibir o mecanismo", diz ele. "Por uma questão política, a decisão pode ser outra. Mas, em se tratando de uma legislação, o Congresso é o foro adequado para a discussão."
Lima considera ainda que o sistema financeiro está hoje mais sólido do que no passado. O FGC tem a função de ressarcir os investidores em caso de quebra de um banco. Com um caixa de R$ 80 bilhões, cobre ativos como depósitos à vista, poupança e CDBs, entre outros.
O que o sr. acha do projeto de Resolução Bancária e como o FGC se encaixa nele?
Precisamos de um arcabouço que incorpore aprimoramentos que já foram realizados lá fora. Acho que é um texto tecnicamente muito debatido, maduro. A criação de um arcabouço mais robusto para enfrentar crises diminui a incerteza e colabora com um melhor ambiente institucional. E teremos à disposição ferramentas novas que hoje não dispomos, como o "empréstimo como último recurso", que prevê o uso do dinheiro do Tesouro. Temos de discutir em quais condições vamos usar o mecanismo, e não simplesmente proibir o mecanismo. Existem limitações que são oriundas da Lei de Responsabilidade Fiscal, como restrição de prazos nos empréstimos. Será preciso algum balanço entre diferentes alocações do recurso público. Tudo tem a ver com minimizar o gasto da sociedade e apoiar negócios que são viáveis.
Leia Também
Dado que o uso do recurso publico é polêmico, acredita que a forma de socorro está adequada?
O tratamento técnico está adequado, mas precisa de debate, porque se trata de uma decisão social. Quem decide é o Congresso.
Como o FGC é um fundo constituído por bancos, a resolução pode ter impacto nas contribuições das instituições ao fundo?
Teremos de esperar o texto final aprovado para entender quais são os impactos para o FGC. Quando olhamos especialmente para o grupo S1 de bancos, os sistematicamente importantes, não prevemos muito impacto porque está sendo constituído um fundo de resolução próprio para lidar com dificuldades dessas entidades.
Esse fundo já está sendo constituído, então?
Ele está previsto na proposta, mas já existe uma conta contábil que está recolhendo recursos para quando esse fundo for instituído.
Qual o volume do fundo?
O Fundo de Resolução está em torno de R$ 7 bilhões. A meta é 1% dos elegíveis. Portanto, se estamos considerando que os elegíveis somam R$ 2,3 trilhões, a meta é cerca de R$ 23 bilhões, a ser alcançada em dez anos. Para os bancos menores, eventual socorro vem de linhas de assistência do FGC, que estão segregadas do fundo. O FGC tem um patrimônio de R$ 80 bilhões, sendo R$ 60 bilhões para a cobertura de ativos e o restante representado por garantias e recursos para a assistência aos bancos menores.
Considera esse debate necessário neste momento, já que os bancos sistematicamente importantes no Brasil têm situação sólida?
Sempre é melhor prevenir e se preparar do que improvisar. Creio que o risco não existe, é baixo, mas é uma regulamentação muito importante.
Quais riscos o sr. vê hoje para o mercado bancário e financeiro?
As instituições financeiras são dinâmicas e têm sido capazes de navegar em vários cenários. Ao longo do tempo, a fiscalização tem feito um grande trabalho. Controles internos e governança têm melhorado.
Existe previsão de mudança no teto de cobertura de R$ 250 mil por CPF em caso de quebras?
Hoje, não. A cobertura está adequada para o contexto atual da indústria.
Considera que os bancos médios e de nicho estão mais saudáveis hoje do que no passado?
As novas tecnologias estão barateando algumas operações e, nesse sentido, existem determinantes que levam a uma maior saúde do sistema. Vejo elementos que mostram aumento do risco porque a competição está aumentando, do ponto de vista da análise econômica, mas do outro lado existe um avanço tecnológico enorme que reduz custos e melhora de governança. No filme, a indústria está melhor.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas
Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda
Ações baratas e dividendos gordos: entenda a estratégia deste gestor para multiplicar retornos com a queda dos juros
Com foco em papéis descontados e empresas alavancadas, a AF Invest aposta em retomada da bolsa e distribuição robusta de proventos com a virada de ciclo da Selic