Lá em cima, de novo: Ibovespa é puxado por bancos, alívio fiscal e NY e fecha acima dos 100 mil pontos
Principal índice acionário da B3 avança quase 2% e fecha acima da importante marca psicológica após mais de um mês. Dólar registra queda durante maior parte da sessão, mas vira em minutos finais com indefinição sobre pacote de estímulos

O Ibovespa deu mais um importante passo na sua recuperação após o choque da pandemia do coronavírus que chacoalhou o índice e os mercados globais em março.
O principal índice acionário da B3 exibiu alta vigorosa nesta terça-feira (20), tendo conseguido retomar o patamar de 100 mil pontos e chegado a sonhar até com o de 101 mil.
Isto porque, na máxima intradiária, o índice chegou a disparar 2,09%, para 100.720,06 pontos. Mas, no final, superar duas barreiras no mesmo dia pareceu demais para o Ibovespa, que fechou em alta de 1,91%, aos 100.539,83 pontos. No mês, registra alta de 6,3%.
A última vez em que o Ibovespa havia encerrado acima do patamar de 100 mil pontos ocorreu em 17 de setembro — na ocasião, fechou cotado a 100.098 pontos.
É verdade que o índice acumula queda de 13% no ano, refletindo a cautela com o risco fiscal, enquanto as bolsas americanas não só recuperaram as perdas em razão dos pânicos de março como renovaram máximas históricas.
Mas também é verdade que nas últimas sessões o ceticismo sobre a situação das contas públicas brasileiras tem ficado de lado, após falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de que o teto de gastos será mantido independentemente de novo programa social do governo ou extensão do auxílio emergencial.
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"Esse sinal de responsabilidade fiscal é favorável a esse movimento", diz Henrique Esteter, analista de investimentos da Guide.
"Aliado a essa sinalização, temos visto a recuperação de alguns papéis de setores, como o bancário, que demoraram a se revigorar", diz Carlos Eduardo Gomes, assessor de investimentos de renda variável da Acqua Investimentos, um dos cinco maiores escritórios de investimento filiados à XP Investimentos.
Os bancos foram os principais destaques da bolsa hoje, ficando entre as maiores altas percentuais do índice e puxando o Ibovespa.
Segundo um gestor de fundos, a alta dos bancos na sessão de hoje reflete o apetite de estrangeiros que estão voltando a comprar ações de empresas brasileiras.
Enquanto isso, o cenário externo também sustentou os ganhos vigorosos do Ibovespa, uma vez que as bolsas americanas recuperaram algumas das perdas de ontem com firmes altas hoje, na expectativa sobre pacotes de estímulos fiscais.
Top 5
Os papéis dos bancos foram destaques hoje, estando as ações de BTG Pactual e do Banco do Brasil entre as cinco principais altas da sessão.
"O estrangeiro está voltando a comprar Brasil", diz um gestor de fundos de uma gestora com mais de R$ 5 bilhões sob gestão, ao justificar a alta desses papéis. "Está mais animado com perspectiva fiscal e potencial de crescimento do PIB para 2021."
Segundo este gestor, a "economia está forte" e "os bancos estão bem descontados", o que explica o forte movimento dessas ações.
As ações preferenciais do Bradesco marcaram, por sua vez, o sexto maior ganho percentual do índice hoje (4,32%).
Ações da Petrobras, outro peso-pesado do índice, também subiram forte hoje, mais de 3,3%, em linha com a alta do petróleo Brent no mercado internacional. Confira as maiores altas percentuais do Ibovespa:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO | VARIAÇÃO |
EZTC3 | EZTEC ON | R$ 39,40 | 5,63% |
BPAC11 | BTG Pactual units | R$ 79,19 | 5,53% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 20,68 | 5,19% |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | R$ 32,01 | 4,61% |
RENT3 | Localiza ON | R$ 64,47 | 4,52% |
Veja também as maiores perdas do índice:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO | VARIAÇÃO |
TOTS3 | Totvs ON | R$ 28,59 | -1,07% |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 18,48 | -1,02% |
GOLL4 | Gol PN | R$ 19,70 | -1,05% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 26,30 | -0,87% |
CSAN3 | Cosan ON | R$ 70,30 | -0,76% |
Bolsas americanas encerram dia em alta
O movimento de forte alta do Ibovespa hoje também se relacionou ao otimismo no exterior, onde os investidores deram novo voto de confiança ao possível acordo por estímulos fiscais nos Estados Unidos entre o presidente Donald Trump e os democratas.
As bolsas americanas tiveramuma recuperação após o mau desempenho de ontem, quando mais uma vez os agentes financeiros apresentaram ceticismo sobre um acordo por medidas de suporte à economia do país, vistas como necessárias inclusive pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, para uma recuperação mais rápida.
O prazo final por um acerto se esgota hoje segundo as autoridades que negociam a medida. A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, disse no fim de semana que Trump tinha até esta terça para firmar um acordo com os democratas.
Durante a sessão dos mercados, o líder da maioria do Senado, o republicano Mitch McConnell, afirmou que qualquer acordo firmado entre Pelosi e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, irá ser votado na casa, o que deixou os investidores esperançosos sobre um pacote de alívio dos efeitos da covid-19 na economia.
No fim do dia, os índices se distanciaram das máximas, mas ainda exibiram altas consistentes. O Dow Jones subiu 0,95%, o S&P 500 avançou 1,07% e o Nasdaq teve alta de 1%.
Dólar pra um lado, juro pro outro
O mercado de câmbio terminou com sinal diferente do otimismo visto no Ibovespa ou mesmo nos juros, passando a subir conforme as bolsas americanas se distanciaram das máximas do dia.
A moeda americana operou em baixa durante a maior parte da sessão. Na mínima, chegou a se aproximar de uma forte queda de 1%, cotada a R$ 5,54.
O movimento estava em linha com o Dollar Index (DXY), índice que compara o dólar a uma cesta de divisas como euro, libra e iene, e hoje apresentou recuo de 0,36%.
Nos minutos finais, no entanto, o dólar virou, encerrando o dia em leve alta, de 0,18%, aos R$ 5,61.
Mais cedo, Alessandro Faganello, operador de câmbio da Advanced Corretora, chegou a afirmar que os sinais internos sobre o teto e o alívio no exterior ajudavam a moeda a cair. No entanto, também observou que as oscilações na taxa de câmbio são naturais em meio à expectativa de uma definição sobre o pacote de estímulos nos EUA.
"Esse movimento pode continuar", disse Faganello.
Os juros futuros, no entanto, emitiram sinal positivo, após leilão do Tesouro Nacional das NTN-Bs (títulos públicos pós-fixados com rentabilidade atrelada ao IPCA) para maio de 2023 ser considerado bem-sucedido, segundo a Broadcast. As taxas dos contratos terminaram a sessão em queda, tanto nos vértices curtos quanto nos longos.
Ainda assim, o cenário externo também ajudou a descompressão dos juros, com a busca por risco. "Acho que é mais exterior", disse Vladimir Vale, estrategista-chefe do Credit Agricole Indosuez. "As sinalizações ajudam, mas não tem nada de muito concreto", afirmou, sobre falas de Guedes e Maia. Veja o fechamento dos principais contratos:
- Janeiro/2021: estável em 1,96%
- Janeiro/2022: de 3,28% para 3,24%
- Janeiro/2023: de 4,65% para 4,55%
- Janeiro/2025: de 6,48% para 6,36%
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