Cerca de quatro meses depois do desastre de Brumadinho, a Vale volta a chamar por problemas de segurança. A empresa informou hoje (15) ao Ministério Público de Minas Gerais e outros órgãos do Estado de que há uma nova barragem com risco iminente de se romper.
No documento, ela destacou que "foi verificada uma deformação [...] na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, passível de provocar a sua ruptura". Depois relatou ainda que "permanecendo a velocidade de aceleração de movimentação do talude norte da Cava da Mina de Gongo Soco, sua ruptura poderá ocorrer no período de 19 a 25 de maio".
Após a informação da Vale, o MPMG determinou que a empresa terá 6h para avisar ao órgão as medidas que serão adotadas. Essa é a segunda vez em que uma barragem de Barão de Cocais precisa ser evacuada urgentemente após o desastre de Brumadinho.
Diante da notícia, o mercado reagiu com preocupação. Os papéis ordinários (VALE3) da Vale começaram o dia em alta por conta da subida no preço do minério de ferro, mas terminaram o pregão com queda de 3,23%, cotados em R$ 46,40.
Posicionamento da Vale
Em sua defesa, a companhia disse que "a barragem Sul Superior está em nível 3 desde 22 de março e a Zona de Autossalvamento (ZAS) já havia sido evacuada preventivamente em 8 de fevereiro, totalizando 458 pessoas realocadas".
Em seguida, acrescentou que "todas as medidas preventivas para este cenário já foram tomadas, incluindo a realização de simulados de emergência com moradores da Zona de Segurança Secundária (ZSS). Também em março, a Defesa Civil e a Vale equiparam a ZSS com sinalização das rotas de fuga. Foram implantados pontos de encontro que funcionam 24h por dia com equipes preparadas para o pronto atendimento à população".
Segundo a companhia, ZAS é a região que está até 10 km ou 30 minutos do ponto de rompimento da barragem e que foi definida no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).