Nubank, Gympass e outras startups brasileiras ganham o mundo
Startups são desenhadas e estruturadas para explorar o mercado mundial, seja a partir do primeiro dia de fundação ou de forma gradual, conforme vão amadurecendo
Criada em Porto Alegre, a plataforma de comunicação Rocket Chat precisou de menos de um dia para atrair 30 mil usuários no mundo todo. Nascida para atender o mercado interno, a empresa descobriu que sua demanda estava no exterior e, em quatro anos de existência, tem seus produtos comercializados em 150 países. A curitibana Pipefy, uma plataforma de gestão de processos, ganhou seus clientes internacionais nos primeiros dias de criação e hoje tem sua marca em 156 nações.
O caminho seguido pelas duas empresas faz parte da estratégia de uma nova leva de startups que já nasce com DNA global. Elas são desenhadas e estruturadas para explorar o mercado mundial, seja a partir do primeiro dia de fundação ou de forma gradual, conforme vão amadurecendo.
Essas companhias representam, na avaliação de especialistas, uma nova cultura do empreendedorismo brasileiro, que durante anos apostou apenas no mercado doméstico. A mudança se deve, em especial, ao apoio financeiro de grandes fundos de investimentos, que elegeram o Brasil como o principal mercado na América Latina.
“Antes era muito difícil conseguir dinheiro para esse modelo de negócios. Ninguém investia. Hoje, o cenário é diferente”, diz o sócio da gestora Redpoint eventures, Romero Rodrigues, fundador do Buscapé. Exemplo disso é que só no ano passado, os fundos - chamados de venture capital - investiram US$ 1,3 bilhão (R$ 5,3 bilhões), volume 51% superior ao de 2017.
O movimento de internacionalização está apenas no início e deve continuar em ascensão, sobretudo com o surgimento no Brasil de novos “unicórnios” - empresas que alcançam a marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado. A cada companhia que entra para esse grupo de empresas bilionárias, mais dinheiro chega para o universo de startups, que já conta com sete membros - Nubank, Movile, Stone, 99, PagSeguro, Gympass e Loggy. É um ciclo virtuoso que ajuda na expansão dos negócios.
Um exemplo é a Gympass, que recebeu aporte de US$ 300 milhões em junho e usará parte dos recursos na expansão internacional. Criada em 2012, a plataforma de assinatura de acesso a academias já está em 14 países e quer acelerar sua presença global. “Decidimos iniciar a internacionalização quando vimos que os clientes brasileiros já estavam satisfeitos”, diz Juliano Ballarotti, vice-presidente da empresa.
Leia Também
Mudança de cultura. Na avaliação de especialistas, o País demorou para entrar nesse movimento de internacionalização por causa do tamanho de seu mercado. “Ao contrário de Israel, Argentina e Colômbia, o Brasil tem um mercado interno muito forte e grande; então, é natural que os empreendedores voltem suas atenções para cá e deixem o ambiente internacional de lado”, afirma Michael Nicklas, sócio da empresa de investimentos Valor Capital.
De uns tempos para cá, no entanto, essa visão tem mudado, afirma Nicklas. “Há a impressão de que, se não correr, alguém pode pegar a ideia e dominar o mercado”, afirma o executivo, cuja gestora - criada pelo ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel - já investiu em 30 startups no País.
Foi com esse pensamento que o banco digital Nubank anunciou, em maio, a abertura de uma subsidiária no México e, em junho, comunicou sua chegada à Argentina a partir do ano que vem. “Poderíamos ficar só no Brasil, mas temos grandes ambições”, diz David Velez, fundador da empresa.
Ele afirma que a internacionalização do banco seguiu alguns cuidados. Primeiro, ela deveria ocorrer no momento certo, quando a operação estivesse sólida, gerando caixa e numa curva firme de crescimento. No México, diz ele, a oportunidade é maior do que no Brasil, uma vez que a penetração de cartão de crédito é de apenas 10% e a desbancarização, de 70%.
A maturidade do mercado, por sua vez, tem agradado aos investidores. “Vemos uma postura bem diferente daquela do passado, e um dos motivos é que o ecossistema das startups está muito bem desenhado”, diz Romero Rodrigues. Para ele, não existe receita de bolo. Mas a internacionalização depende muito do modelo de negócios, que precisa sanar aflições globais.
A exemplo da Pipefy e da Rocket Chat, a solução desenvolvida pela catarinense Resultados Digitais tem mercado global. A empresa criou uma plataforma de marketing digital voltada a pequenas e médias empresas e já conquistou 13 mil clientes, em 20 países. A demanda levou a startup a abrir escritórios em Bogotá (Colômbia), Cidade do México e São Francisco (EUA). “Queremos capturar a oportunidade de ser o primeiro a chegar em algum mercado, mas não queremos confundir pressa com velocidade”, diz Juliana Tubino, vice-presidente da empresa.
A chefe de startups e ecossistema do Cubo, centro de inovação do Itaú, Renata Zanuto, concorda com Juliana: “A internacionalização é um movimento natural das empresas, uma nova tendência no Brasil, mas, para dominar um mercado, é preciso dominar direito para não ficar no meio do caminho.”
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais