🔴 11 FONTES DE RENDA EXTRA E ATÉ R$ 2.000 NO PRÓXIMOS 30 DIAS; VEJA COMO

Estadão Conteúdo
onde tudo começou?

Guedes brigou por Levy, mas depois não o queria mais à frente do BNDES

Escolha para a presidência do BNDES teve vício de origem e enfrentou resistência desde o início

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, e o ministro da Economia Paulo Guedes,
Joaquim Levy e o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes - Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A escolha de Joaquim Levy para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - da qual pediu demissão neste domingo, 16, após ameaça pública - teve vício de origem. O presidente Jair Bolsonaro e três dos seus auxiliares mais próximos na formação da equipe de governo cobraram explicações do então futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, assim que o nome do ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff e ex-secretário de Fazenda de Sérgio Cabral começou a aparecer no noticiário para a presidência do banco de fomento.

Bolsonaro chamou Paulo Guedes para um conversa com esses auxiliares de confiança, contrários à indicação de Levy. "Estão dizendo que você escolheu o cara errado", foi logo dizendo o presidente eleito. Os seis meses da gestão de Levy no banco foram marcados por atritos com o governo e funcionários.

Uma das preocupações do presidente era com a participação do Levy no famoso jantar, que ficou conhecido como a "festa dos guardanapos", em Paris, quando Cabral foi condecorado pelo governo francês. A foto do jantar, que custou R$ 1,5 milhão, virou um símbolo da farra da corrupção.

Irritado, Guedes pediu uma conversa sozinho com Bolsonaro. Fez uma defesa forte do ex-ministro do governo do PT, um executivo com influência internacional. Diretor do Banco Mundial na época, com passagens em organismos internacionais e no setor financeiro, Levy poderia trazer dinheiro de fora do País para ajudar nos investimentos em infraestrutura que seriam necessários para impulsionar o crescimento da economia.

Guedes botou Levy no telefone com Bolsonaro, que explicou que já esteve a serviço do País em vários governos. Levy acabou sendo nomeando com a chancela de Guedes e Bolsonaro na posse chegou a dizer que o ministro escolheu os nomes sem interferência política.

Não foi o que aconteceu. Em várias oportunidades de entrevista e "lives", Bolsonaro e seus filhos não perdiam oportunidade, de olho no seu público de apoiadores nas redes sociais, de cutucar o presidente do BNDES. Repetia sempre que era preciso abrir a "caixa preta" do banco, que foi marcado pela política econômica dos governos petistas por empréstimos bilionários para grupos empresariais envolvidos em escândalos de corrupção.

Bolsonaro cobrava nos bastidores uma posição mais firme de Levy sobre os empréstimos feitos para bancar obras na Venezuela, Cuba, Moçambique e Angola durante o governo do PT e que não estão sendo honrados.

O presidente do BNDES insistia que não havia nada que não tivesse sido mostrado. Preparou uma série de perguntas e respostas para detalhar os pontos. Não agradou o presidente e seus auxiliares, que seguiram cobrando a abertura da "caixa preta".

Com Guedes, os problemas começaram já em março, pouco tempo depois da posse. O ministro se mostrava arrependido da escolha de Levy e fazia planos para transferi-lo para um posto do Brasil fora do País assim que tivesse oportunidade.

A insatisfação de Guedes era grande com a resistência do presidente do BNDES em não devolver antecipadamente os empréstimos do Tesouro. Levy botava empecilhos. Mesmo depois da cobrança pública de R$ 126 bilhões dos empréstimos feita pelo secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Para Guedes, o dinheiro do BNDES era importante no objetivo de redução da dívida, uma promessa de campanha de difícil execução diante do avanço dos gastos. Um caminho mais fácil e rápido, já que do lado de cortes das despesas não seria possível.

A insatisfação do ministro era grande também com o ritmo de venda os ativos do banco. Levy alegava que o banco precisaria de recursos com a retomada da demanda. Também dizia que não podia sair vendendo suas participações a qualquer preço.

Levy não percebeu os recados de que Guedes tem como meta reduzir o tamanho do banco. A birra aumentou depois que ele criou duas diretorias na direção contrária à orientação do ministro. Na equipe de Guedes, Levy ficou com carimbo de ter sido cooptado pelo corporativismo dos funcionários do BNDES. Queria que ele tivesse sido rápido em demonstrar aos funcionários o seu novo tamanho e nos esclarecimentos as devoluções para o Tesouro e mostrar aos funcionários importância de pagar o Tesouro.

Levy não administrou a pressão ou não quis fazê-lo por suas convicções. Mas nada justifica a forma como presidente o "demitiu" publicamente ao lhe atacar com críticas publicas.

A queixa do presidente em relação à nomeação de Marcos Barbosa Pinto foi apenas uma desculpa bem arranjada para a saída de Levy. Bolsonaro usou do seu método habitual de forçar uma situação insustentável que force o subordinado a pedir demissão. Teve apoio do ministro.

O seu sucessor, seja quem for, assume uma batata quente, principalmente com o avanço silencioso da CPI do BNDES no Congresso. Terá pela frente a resistência dos funcionários. Cobiçado por muitos, o posto de presidente do BNDES nos últimos tempos mais parece uma cadeira elétrica.

Compartilhe

ÀS VÉSPERAS DA ELEIÇÃO

Entrada da casa própria vai sair de graça? Governo libera verba para que parlamentares quitem parte de imóveis do Casa Verde e Amarela em suas regiões

11 de setembro de 2022 - 13:04

Uma brecha na lei de criação do programa habitacional permitirá o uso de emendas parlamentares para reduzir ou quitar a entrada nos financiamentos

IMPASSE CONTINUA

Vitória do governo ameaçada? FUP vai à Justiça para anular resultado de assembleia que elegeu novo conselho da Petrobras (PETR4)

19 de agosto de 2022 - 20:20

A FUP vai centrar argumentação contra a eleição a conselheiros de dois nomes barrados pelo Comitê de Elegibilidade da estatal

A CONTRAGOSTO

Indicados pelo governo — incluindo dois nomes barrados pela Petrobras (PETR4) — são aprovados para conselho de administração da estatal

19 de agosto de 2022 - 16:22

Jônathas Castro e Ricardo Soriano foram rejeitados pelos órgãos de governança da companhia, mas eleitos hoje com os votos da União

Alguém tem que pagar...

Governo vai baixar preço do diesel e da gasolina com novo decreto, mas medida atrasará cumprimento de metas ambientais

22 de julho de 2022 - 13:08

A notícia é ruim para o meio ambiente, mas boa para os caminhoneiros: segundo o ministro de Minas e Energia o decreto provocará um queda de mais de R$ 0,10 na gasolina e no diesel

PRÉVIA DO BALANÇO

Petrobras (PETR4) registra queda na produção do segundo trimestre — veja o que atrapalhou a estatal

21 de julho de 2022 - 18:24

Considerado uma “prévia” do balanço, o relatório mostra que a petroleira produziu 2,65 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed)

SUGESTÃO REJEITADA

Governo ignora parecer da Petrobras (PETR4) e indicará dois nomes barrados pela estatal para o conselho de administração

20 de julho de 2022 - 20:00

Jônathas de Castro, secretário da Casa Civil e Ricardo Soriano de Alencar, Procurador-Geral da Fazenda Nacional, foram bloqueados por conflito de interesses

MAIS UM FIASCO?

Bolsonaro promete 50 embaixadores em reunião para falar de fraude em urnas eletrônicas, mas Estados Unidos, Japão e Reino Unido não confirmam presença

17 de julho de 2022 - 17:16

Os presidentes do STF e TSE também devem faltar ao encontro, convocado pelo presidente para discutir a nunca comprovada fraude nas eleições de 2014 e 2018

ELEIÇÕES 2022

As alianças se consolidam: Rodrigo Garcia e Tarcísio selam acordos na disputa por um lugar no segundo turno em São Paulo

8 de julho de 2022 - 11:55

Tarcísio de Freitas (Republicanos) consegue apoio de Kassab; Rodrigo Garcia (PSDB) fecha com União Brasil

DESESTATIZAÇÃO NA B3

Barrados no baile: com IPO suspenso pela justiça, Corsan e governo do RS estudam medidas para retomar privatização

7 de julho de 2022 - 19:33

Os planos da estatal de saneamento do Rio Grande do Sul foram barrados pelo Tribunal de Contas do Estado, que pede ajustes na modelagem da oferta

POLÊMICA NA ESTATAL

Caixa revela que sabia de denúncia de assédio contra Pedro Guimarães desde maio e aponta presidente interina

30 de junho de 2022 - 20:14

A Corregedoria aguardou até que o denunciante apresentasse um “conjunto de informações” suficiente para prosseguir com a investigação contra Pedro Guimarães

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar