Os mercados lá fora funcionaram normalmente nesta quarta-feira. E o tom foi negativo
Novos temores quanto aos rumos das negociações entre EUA e China lançaram as bolsas globais ao campo negativo nesta quarta-feira. No mercado de câmbio, o dólar se fortaleceu em escala mundial
A parada dos mercados financeiros do Brasil nesta quarta-feira (20), em função do feriado do Dia da Consciência Negra, teve um timing bastante oportuno. Afinal, as bolsas mundiais operaram em queda generalizada durante todo o dia, enquanto o dólar se fortaleceu em escala global — os ativos locais, assim, ficaram de fora dessa onda negativa.
Como tem sido de praxe, as incertezas ligadas à guerra comercial entre Estados Unidos e China ditaram os rumos das negociações no exterior. Na terça-feira (19), o presidente americano, Donald Trump, voltou a dar sinalizações dúbias, afirmando estar contente com as negociações, mas ressaltando que, caso os diálogos não avancem, ele irá "aumentar as tarifas" incidentes sobre produtos chineses.
Hoje, a agência Reuters noticiou que a conclusão da primeira fase do acordo entre as duas potências deve ficar apenas para 2020. A notícia levou as bolsas americanas, que já vinham com desempenho negativo, a ampliarem as perdas na parte da tarde. Horas depois, o porta-voz da Casa Branca Judd Deere negou qualquer atraso e afirmou que as negociações seguem fazendo progressos.
As tensões sociais em Hong Kong contribuíram para aumentar ainda mais os atritos entre Washington e Pequim. Na noite passada, o Senado americano aprovou uma legislação que proíbe a exportação de itens como gás lacrimogênio e balas de borracha às forças policias da ex-colônia britânica — medida que enfureceu autoridades chinesas.
Assim, por mais que na semana passada o clima fosse de otimismo em relação às negociações comerciais — membros do governo dos EUA chegaram a dizer que a assinatura de um acordo de primeira fase estava bem encaminhada —, fato é que, desde então, não houve nenhuma evolução concreta nas conversas.
Pelo contrário: a percepção agora é a de que ambas as partes estariam fazendo reivindicações que não encontram ecos do lado oposto, fazendo com que os diálogos voltassem a travar. E, sem saber exatamente qual o status da relação entre americanos e chineses, o mercado opta por reduzir a exposição ao risco.
Leia Também
Estados Unidos
Considerando esses fatores, os mercados ocidentais apareceram quase todos no vermelho As bolsas americanas abriram em queda, aprofundaram as perdas durante a tarde e no fim do dia esboçaram uma leve melhora, sem força suficiente para fechar no positivo — veja abaixo um resumo dos principais índices de Nova York no fechamento do dia:
- Dow Jones: ↓0,41%
- S&P 500: ↓0,38%
- Nasdaq: ↓0,51%
E os ativos brasileiros?
Para quem quiser ter um termômetro do que poderá acontecer com o Ibovespa amanhã, quando os mercados do país voltarem do recesso, basta olhar para o comportamento dos recibos de ações (ADRs) de empresas brasileiras negociados em Nova York.
Alguns ativos de companhias do Brasil conseguiram destoar um pouco do tom dos principais índices acionários dos Estados Unidos, sustentando desempenho positivo nesta quarta. Isso abre espaço para que o clima negativo visto hoje nas bolsas globais seja de certa forma amortecido pelo Ibovespa amanhã. Mas, durante a tarde, os ativos que estavam em alta desaceleraram os ganhos, enquanto que os que vinham em baixa aprofundaram as perdas.
Veja como ficou o comportamento dos principais ADRs de companhias brasileiras no pré-mercado de Nova York:
- Petrobras (PBR): ↑0,17%
- Vale (VALE): ↓1,75%
- Itaú Unibanco (ITUB): ↓0,18%
- Bradesco (BBD): ↓0,70%
- Ambev (ABEV): ↑0,24%
- Embraer (ERJ): ↑0,18%
- Gerdau (GGB) ↓0,28%
- CSN (SID): ↓2,00%
O iShares MSCI Brazil Capped - o principal ETF de mercados brasileiros na bolsa de Nova York - virou o sinal durante a tarde e fechou no vermelho, prognóstico ruim para o pregão de amanhã por aqui. O ativo, conhecido como EWZ, caía 0,12% no fim do dia.
Europa e Ásia
No velho continente, o tom foi majoritariamente negativo desde o início do dia — o índice pan-continental Stoxx 600 fechou em queda de 0,41%. Eis um compilado das principais bolsas europeias nesta quarta-feira:
- DAX (Alemanha): ↓0,46%
- FTSE 1000 (Reino Unido): ↓0,84%
- CAC 40 (França): ↓0,25%
- IBEX 35 (Espanha): ↓0,39%
- AEX (Holanda): ↓0,42%
- FTSE (Itália): ↑0,06%
Os mercados asiáticos também foram impactados por essa onda de aversão ao risco em relação às negociações entre Estados Unidos e China. As principais bolsas do continente fecharam no vermelho, dando uma prévia do que iria acontecer nos mercados europeus e americanos:
- Nikkei 225 (Japão): ↓0,62%
- Shanghai Composite (China): ↓0,78%
- Shenzhen (China): ↓0,82%
- Hang Seng (Taiwan): ↓0,75%
- Kospi (Coréia do Sul): ↓1,30%
Dólar em alta
Esse clima de cautela generalizada também pode ser sentido no mercado de câmbio: lá fora, o dólar ganha força em escala mundial, com os investidores buscando proteção na moeda americana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta com as principais divisas do mundo — como o euro, a libra britânica, o iene japonês e o franco suíço, entre outras — fechou em alta de 0,04% nesta quarta.
Na comparação com as moedas de países emergentes, o tom é o mesmo: o dólar se fortaleceu ante o peso mexicano, o rublo russo, o peso colombiano, o peso chileno, o rand sul-africano e o peso argentino.
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
