Ibovespa sobe nos minutos finais e fecha dia em nova máxima histórica
As ações ordinárias da BRF foram a maior alta do pregão. Investidores estão atentos aos resultados do encontro entre EUA e China, em Pequim

Depois de operar a maior parte do dia em queda, a bolsa surpreendeu nos minutos finais e conseguiu não apenas fechar em alta, como ainda marcar um novo recorde histórico: encerrou o dia em alta de 0,36%, aos 92.031 pontos. O ímpeto para virar e bater o recorde veio de uma declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Pouco antes do fechamento dos mercados, ele soltou que uma proposta de reforma da Previdência vai ser apresentada ao presidente Jair Bolsonaro semana que vem.
Na abertura, pela manhã, a Bolsa de Valores de São Paulo estava animada, já chegando à casa dos 92 mil pontos. Mas antes de completar uma hora de pregão o Ibovespa virou para o campo negativo... E foi às mínimas, à beira de perder a marca dos 91 mil pontos. O que azedava o clima era a desvalorização dos papéis do bloco financeiro, influenciados por seus pares negociados nas bolsas de Nova York. Por lá, a revisão do preço-alvo de bancos como Goldman Sachs pelo Morgan Stanley pesou bastante e contagiou tudo no setor.
Gringos
Os analistas lembram da ausência dos investidores estrangeiros - um componente importante para a Bolsa "andar". De acordo com a B3, os não-residentes ingressaram com R$ 455,588 milhões no pregão da última sexta-feira. No entanto, em janeiro, o saldo negativo acumulado é de R$ 1,766 bilhão.
"Para dar o próximo pulo ainda é preciso amenizar mais lá fora. Por aqui, o mercado como um todo está muito volátil. Pode ser o viés não só dessa semana, como das próximas uma vez que estamos muito perto do topo histórico", ressaltou Rafael Gonzalez, sócio da Platinum Investimentos. "Faltam ações concretas do novo governo, pois definições políticas influenciam a bolsa local."
Câmbio
O dólar fechou o dia em queda acentuada de 0,46%, cotado a 3,71. Internacionalmente, todas as 24 principais moedas do mundo tiveram recuo em comparação com a divida americana. A do real foi a menor.
Um fluxo de venda de exportadores também ajudou a provocar a queda local do dólar, diz Jefferson Rugik, diretor superintendente da Correparti. "O dólar abriu em alta acompanhando a valorização da sua congênere do exterior e passou a cair com fluxo exportador, que está aproveitando para fechar as suas operações com a moeda acima dos R$ 3,71, em um início de mês sem grandes negócios", comenta Rugik.
Leia Também
Bancos
As ações do BB ficaram em terreno negativo por todo o pregão e, em muitos momentos contaminaram seus pares do bloco financeiro que também sofreram influência negativa de baixas de bancos negociados em NY. Os papéis ordinários do BB encerraram o pregão em baixa de 1,13%. Também em queda fecharam as units do Santander (-0,98%). Já ItauUnibanco e Bradesco subiram 1,27% e 0,61%, respectivamente. Fabricio Stagliano, analista de investimento, ressalta que as ações do BB chegaram a ser cotadas a R$ 49,00 e o recuo hoje também seria um movimento normal dentro do mercado.
Onerosa duvidosa
Ontem, a notícia de que a estatal deveria receber US$ 14 bilhões no acordo com a União na revisão da cessão onerosa, de acordo com informações do Valor PRO, fez as ações subirem momentaneamente.
Mas hoje, a Secretaria Especial de Fazenda informou que a proposta de acordo em torno do contrato com a Petrobras "ainda está em debate". Em nota, o órgão ligado ao Ministério da Economia nega que o valor já esteja definido e que haveria pagamento de US$ 14 bilhões à Petrobras pela União. Além disso, mais cedo, a companhia esclareceu que o valor a ser recebido no processo de revisão do contrato ainda depende de finalização de algumas etapas, como a conclusão da análise pelo TCU, aprovações pelo Conselho Nacional de Política Energética e pelos órgãos de governança da Petrobras.
Todo esse vai e vem de informações provocou oscilações nos papéis da Petrobras. No fim do dia, a Petrobras ON fechou em queda de 0,53% e a PN, em baixa de 0,60%. "Embora a questão esteja em aberto, o leque de possibilidades aumentou, podendo chegar até US$ 24 bilhões, o que tem gerou otimismo entre alguns analistas", apontou Álvaro Frasson, analista da Necton Investimentos.
A alta porém foi limitada, isso porque a questão segue em aberto em meio a especulações. O avanço do petróleo de mais de 1% também ajudou na performance das ações, mas não foi o bastante para segurar a desvalorização.
Levy e a Eletrobras
O interesse do governo em privatizar a Eletrobras, como informou nesta tarde o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, ajudou bem os papéis da companhia a subir. Há pouco, Eletrobras ON chegava a avançar 5,10% e PNB tinha alta de 3,35%.
Em coletiva de imprensa após a transmissão de cargo, hoje no Rio de Janeiro, Levy defendeu o modelo de desestatização como saída "diante dos desafios fiscais de muitos estados". Em seu primeiro discurso, na semana passada, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, também já havia dito que o novo governo vai dar continuidade ao processo de privatização da Eletrobras. O projeto de lei que reduz a participação da União na Eletrobras de 60% para 40% e transforma a estatal em uma empresa de capital pulverizado - ou seja, sem um controlador definido - foi enviado pelo governo do ex-presidente Michel Temer em janeiro de 2018. Porém, a proposta não chegou a ser aprovada na Câmara, pois os deputados evitaram temas polêmicos em meio ao ano eleitoral.
Frango chinês
As ações ordinárias da BRF foram a maior alta do pregão, com avanço de 6,21%. Os investidores estão esperando os resultados do encontro entre representantes dos EUA e da China, em Pequim, para evitar a guerra comercial entre os dois países. A disputa afeta diretamente as operações da companhia de alimentos. Pedro Parente, presidente da BRF, já explicou recentemente que houve uma crescente demanda de produtos brasileiros para a China em decorrência das tensões entre chineses e norte-americanos. Ele lembrou, no entanto, que a guerra entre os dois países encarece os grãos internamente.
Azul
As ações da Azul, que estavam em alta pela manhã, inverteram a direção e fecharam no negativo, a 1,64%.. Segundo operadores, as ações da Azul passam por realização nesta segunda etapa do dia. Ontem, após o fechamento do mercado, a empresa divulgou os resultados preliminares de dezembro de 2018. Em relatório, a Guide diz que os números reforçam a visão positiva em relação a companhia, que deve reportar um forte resultado no quarto trimestre do ano passado. A Guide, inclusive, reforçou o bom desempenho da companhia no mercado internacional, com forte crescimento de demanda.
Gol
Já a ação PN da Gol chegou a se posicionar entre as maiores quedas do Ibovespa. Diminuiu o drama e fechou com baixa de 1,64%, após a empresa divulgar ontem à noite estimativas financeiras do quarto trimestre de 2018, com margem operacional entre 19,5% e 20%.
De acordo com analistas, embora os números tenham mostrado crescimento em relação ao mesmo trimestre de 2017 (quando atingiu 13,3%), os resultados positivos ocorreram majoritariamente diante da incorporação das vendas de aeronaves. "Mantemos nossa recomendação neutra, já que a melhor estimativa para margem frente ao esperado para o período é possivelmente explicada por resultados não recorrentes ou menos previsíveis com vendas de aeronaves", destacam Bruno Amorim e Julia Guanaes do Goldman Sachs.
Usiminas
As ações PNA da Usiminas tiveram em queda de 2,88%. "Tanto a Usiminas quanto a CSN estão negociando reajuste de preços de aço com as montadores. Não sabemos se houve algum avanço nas negociações. O aumento previsto é entre 20% e 25%. Além disso, Usiminas tem um número razoável de ações alugadas e algumas pessoas podem estar apostando contra a companhia", diz Glauco Legat, analista da Necton Corretora. Há pouco, os papéis ON da CNS subiam 0,51%.
*Com Estadão Conteúdo
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Como declarar fiagros e fundos imobiliários (FIIs) no imposto de renda 2025
Fundos imobiliários e fiagros têm cotas negociadas em bolsa, sendo tributados e declarados de formas bem parecidas
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025
O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto