Diante de um resultado acima do esperado para o Produto Interno Bruto (PIB), o banco Goldman Sachs revisou para cima as projeções para o crescimento da economia neste ano e no próximo. Agora, a instituição projeta uma expansão de 1,2%, ante os 1,0% para o PIB em 2019.
Já para o ano que vem, a equipe de analistas liderada por Alberto Ramos estima uma alta de 2,3%, ante os 2,2%. Entre os motivos para a maior expectativa de crescimento estão os ajustes feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Hoje, o órgão revisou os dados de 2018 que antes mostraram uma expansão de 1,1% e agora foram ajustados para 1,3% - mesmo percentual observado em 2017. Além disso, o IBGE ajustou os percentuais de expansão do primeiro e segundo trimestres deste ano.
Para ele, um dos pontos que devem trazer maior expansão em torno do consumo privado do quarto trimestre são os estímulos anunciados pelo governo, como os saques do FGTS e do PIS/PASEP.
Já no ano que vem, Ramo diz que a aceleração do crescimento em 2020 deve ser sustentada pelo impulso mais firme do crédito, acomodação monetária e condições financeiras mais favoráveis com taxas de juros mais baixas, assim como melhoras no consumo e na confiança dos empresários.
Apesar dos dados um pouco mais positivos, o analista ponderou que o investimento privado ainda está muito baixo. De acordo com ele, o indicador está 23,2% abaixo do pico atingido no segundo trimestre de 2013. Já a formação bruta de capital está agora no mesmo nível do terceiro trimestre de 2018. |
Ele também destacou que, nos 11 trimestres de retomada da economia brasileira após os anos de 2015 e 2016, o PIB per capta do Brasil se manteve 7,9% abaixo do pico, o que mostra que essa é a recuperação mais longa da histórica. Além disso, o consumo privado per capta ainda está 5,8% abaixo do quarto trimestre de 2014, quando atingiu o pico do ciclo.
No relatório, Ramos também destacou que o carregamento estatístico (carry-over) para o PIB de 2019 é agora de 1%. Já no ano que vem, ao considerar os dados do terceiro trimestre, o percentual é de 0,4% Já para 2020, considerando até os dados do terceiro trimestre, é de 0,4%. Porém, Ramos menciona que esse número pode subir para 0,9% depois de apresentados os dados do quarto período do ano.