A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,51% no mês de novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta sexta-feira (6).
Segundo o IBGE, o avanço registrado — maior para o mês desde 2015 — tem a disparada nos preços das carnes como principal razão. O grupo alimentação e bebidas, ao qual o item pertence, teve alta de 8,09%.
O aumento nos preços das carnes acontece por conta da maior demanda do produto pela China e a desvalorização do real frente ao dólar. A moeda americana subiu 5,77% em novembro, a R$ 4,2407. "Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos”, diz o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.
Nesta quinta, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese) também atribuiu como razões para a alta dos preços do item o período de entressafra bovina e o custo de reposição do bezerro.
Em outubro a inflação avançou 0,10%, segundo o IBGE. O acumulado do ano foi para 3,12% e o dos últimos doze meses, para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2018, a taxa foi de -0,21%.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte.
Inflação por período
- Novembro: 0,51%
- Outubro: 0,10%
- Novembro de 2018: - 0,21%
- Acumulado no ano: 3,12%
- Acumulado em 12 meses: 3,27%

IPCA calibra a Selic
A alta generalizada dos preços já era esperada pelo mercado financeiro, que segue atento ao índice em especial por causa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que acontece na próxima semana — e decide sobre a taxa básica de juros, Selic, hoje em 5%.
A dinâmica é: inflação alta costuma levar o BC a aumentar os juros, enquanto uma inflação mais baixa e controlada dá espaço pra redução dos juros. Mas no próximo encontro do Copom, ao menos, um corte de meio ponto percentual já é esperado.
A dúvida é quanto a novos cortes. Parte do mercado defende o fim do ciclo que começou em julho, evitando uma pressão adicional sobre o real.