Receio com a Previdência derruba Ibovespa pelo 3º dia; dólar sobe a R$ 3,85
O noticiário político continuou trazendo preocupação aos mercados e recolocou o Ibovespa na faixa dos 94 mil pontos

Uma leve dor de cabeça. Nada muito grave, só um incômodo.
Hoje cedo, quando eu comecei a falar com analistas e operadores, as conversas iam mais ou menos nessa linha: o noticiário referente à reforma da Previdência e à articulação política trazia algum desconforto ao mercado, mas nada muito dramático.
Só que essa leve dor de cabeça foi piorando e piorando ao longo do dia. E o que era apenas um incômodo sem importância acabou virando uma senhora enxaqueca: o Ibovespa fechou o pregão em queda de 1,25%, aos 94.754,70 pontos — a terceira sessão consecutiva no campo negativo —, e o dólar à vista subiu 0,86%, a R$ 3,8564.
Um olho em Brasília...
O aborrecimento do início do dia estava relacionado a um novo foco de tensão na articulação política. O mercado repercutia a notícia de que deputados do Centrão estariam manobrando para votar a PEC do Orçamento Impositivo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara antes da proposta de reforma da Previdência.
Assim, cresceu o temor de que o cronograma de tramitação da reforma na CCJ poderia sofrer atrasos, com a votação do texto da Previdência ficando para depois do feriado da Páscoa. "A bolsa já abriu de mau humor por causa desse movimento do centrão, isso já criou um mal estar", disse um operador.
Mas o impacto dessa notícia era relativizado no início do dia. Analistas e agentes do mercado financeiro ponderavam que o eventual atraso na tramitação da proposta ainda não era concreto — e, após cair na terça e na quarta-feira, o Ibovespa tinha espaço para entrar em rota de recuperação.
Leia Também
...e outro em Nova York
No entanto, a preocupação ganhou corpo depois de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmar que "falta o governo organizar o diálogo com o Parlamento" para a reforma da Previdência continuar avançando — e a fala trouxe nova onda de pessimismo em relação à articulação política. "Precisamos melhorar o encaminhamento", disse Maia, durante evento com investidores em Nova York.
A partir da declaração do presidente da Câmara, o desempenho do Ibovespa piorou ainda mais, chegando a tocar os 94.173,36 pontos na mínima do dia (-1,86%) — a menor pontuação intradiária desde o dia 3.
"A bolsa está mostrando certa fragilidade nos últimos dias. As dúvidas em relação à reforma, as palavras do Maia, a possibilidade de o centrão querer adiar a votação na CCJ... isso tudo deixa o mercado cauteloso", diz um analista que prefere não ser identificado.
Exterior pesado
Como se não bastasse a tensão local, o exterior também não trouxe ventos favoráveis aos ativos brasileiros nesta quinta-feira. No mercado de câmbio, o dólar ganhou força em relação a quase todas as moedas de países emergentes, como o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano e o rublo russo — e o real foi no embalo.
Os mercados acionários globais também mostraram alguma cautela: o Dow Jones caiu 0,05% e o Nasdaq recuou 0,21% — o S&P 500 terminou o dia estável. Na Europa, o Stoxx 600 teve alta de 0,06%.
A indefinição em relação ao Brexit, somada aos dados fracos de inflação na China, divulgados nesta manhã, contribuíram para dar certo tom de cautela às negociações no exterior. "Houve certa precaução antes dos dados da balança comercial chinesa, que devem ser divulgados nesta madrugada", diz Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial Research.
As curvas de juros também foram afetadas pela onda de cautela: os DIs para janeiro de 2020 avançaram de 6,465% para 6,48%, e os para janeiro de 2021 subiram de 7,06% para 7,13%. Entre as curvas longas, as com vencimento em janeiro de 2023 tiveram alta de 8,16% para 8,24%.
Petróleo em queda
A Petrobras teve mais um dia de noticiário corporativo agitado, mas o tom negativo do petróleo no exterior pressionou o desempenho dos papéis da empresa nesta quinta-feira.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a estatal prepara uma operação para vender até 30% de sua participação na BR Distribuidora. A petroleira estaria em conversas avançadas com bancos e investidores financeiros para se desfazer de sua fatia por meio de uma emissão de ações (“follow on”), na B3.
Apesar disso, os papéis PN da Petrobras caíram 2,71%, enquanto os ativos ON recuaram 1,3% — lá fora, tanto o petróleo WTI (-1,59%) quanto o Brent (-1,25%) fecharam em queda.
Já as ações ON da BR Distribuidora viraram para o campo negativo no fim da manhã, terminando a sessão com perda de 1,97%.
Gangorra
Os papéis PN da Cemig lideraram os ganhos do Ibovespa na sessão de ontem, com alta de 4,26%. Mas, hoje, as ações da estatal mineira fecharam no campo negativo, recuando 1,43%.
E isso porque a Polícia Federal deflagrou hoje a Operação E o Vento Levou, que tem como objetivo apurar o desvio de dinheiro da Cemig Geração e Transmissão por meio de um aporte de R$ 850 milhões na Renova Energia S.A.
Bancos no vermelho
Sem notícias positivas no cenário doméstico, as ações do setor bancário continuam sendo penalizadas. Itaú Unibanco PN caiu 2,32%, Bradesco PN recuou 1,59% e Banco do Brasil ON teve perda de 1,13%. Vale lembrar que esses papéis possuem participação relevante na composição do Ibovespa e, assim, a queda em bloco desses ativos pressiona o índice como um todo.
Disputas no varejo
Tanto o Magazine Luiza quanto a B2W confirmaram que estão avaliando a compra da Netshoes — rumores a respeito do interesse das varejistas começaram a circular no início da semana.
E em meio às confirmações, as ações das empresas apresentam desempenhos distintos nesta quinta-feira: enquanto Magazine Luiza ON caiu 1,6%, B2W ON subiu 5,32% — a maior alta do Ibovespa hoje.
Dólar mais barato do que em casas de câmbio: estas 7 contas digitais te ajudam a ‘escapar’ de impostos absurdos e qualquer brasileiro pode ‘se dar bem’ com elas; descubra qual é a melhor
Analisamos sete contas em dólar disponíveis no mercado hoje, seus prós e contras, funcionalidades e tarifas e elegemos as melhores
Bitcoin (BTC) não sustenta sétimo dia seguido de alta e passa a cair com inflação dos EUA; Ravecoin (RNV) dispara 63% com proximidade do The Merge
O ethereum (ETH) passa por um período de consolidação de preços, mas o otimismo é limitado pelo cenário macroeconômico
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
Os rumos das moedas: quais devem ser os próximos passos do dólar, do euro e do real
Normalmente são os mercados emergentes que arcam com o peso de um dólar forte, mas não é o que ocorre dessa vez
Você trocaria ações da sua empresa por bitcoin? Michael Saylor, ex-CEO da Microstrategy, pretende fazer isso com o valor de meio bilhão de dólares
Desde o começo do ano, o bitcoin registra queda de mais de 50% e as ações da Microstrategy também recuam 52%
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
Práticas e acessíveis, contas em dólar podem reduzir custo do câmbio em até 8%; saiba se são seguras e para quem são indicadas
Contas globais em moeda estrangeira funcionam como contas-correntes com cartão de débito e ainda oferecem cotação mais barata que compra de papel-moeda ou cartão pré-pago. Saiba se são para você
Inter, C6, Avenue, Wise, Nomad… saiba qual é a melhor conta em dólar – e veja os prós e contras de cada uma
Analisamos sete contas em dólar disponíveis no mercado hoje, seus prós e contras, funcionalidades e tarifas e elegemos as melhores
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje
Esquenta dos mercados: Dia de payroll mantém bolsas no vermelho, enquanto Ibovespa surfa onda da nova pesquisa Datafolha
Sem maiores indicadores para o dia ou agenda dos presidenciáveis, o Ibovespa fica à mercê do cenário exterior
Esquenta dos mercados: Cautela volta a prevalecer nas bolsas do exterior e ‘onda vermelha’ continua; Ibovespa reage ao Orçamento para 2023
Sem maiores indicadores do dia para a agenda dos presidenciáveis, o Ibovespa fica à mercê do cenário exterior
Esquenta dos mercados: Inflação derrete bolsas no exterior com perspectiva de juros elevados; Ibovespa aguarda dados de desemprego hoje
Na nova rodada da pesquisa Genial/Qaest, os candidatos Lula e Bolsonaro mantiveram suas posições, mesmo com o início da campanha
Esquenta dos mercados: Busca por barganhas sustenta alta das bolsas pela manhã, mas crise energética e cenário externo não ajudam; Ibovespa digere pesquisa Ipec
No Brasil, a participação de Roberto Campos Neto em evento é o destaque do dia enquanto a bolsa digere o exterior
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho antes da semana de emprego nos EUA; Ibovespa digere debate presidencial
No Brasil, os números do Caged e da Pnad Contínua também movimentam a bolsa local esta semana
Esquenta dos mercados: Dia mais importante de Jackson Hole se junta a dados de inflação e pressiona bolsas internacionais; Ibovespa reage à sabatina de Lula
Sem maiores indicadores para o dia, os investidores acompanham a participação de Roberto Campos Neto e Paulo Guedes em eventos separados
Esquenta dos mercados: É dada a largada em Jackson Hole e as bolsas internacionais tentam emplacar alta; Ibovespa acompanha números de emprego hoje
No panorama doméstico, a sequência de sabatinas do dia do Jornal Nacional tem como convidado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Esquenta dos mercados: Ibovespa aguarda dados de inflação hoje enquanto exterior espera por início de Jackson Hole
A expectativa é de que ocorra uma deflação nos preços na leitura preliminar de agosto; será a segunda queda seguida