🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Queda firme

O panorama global passou por um alívio nesta semana — e o dólar levou uma surra

Números mais fracos que o esperado do mercado de trabalho dos EUA deram força aos ativos de risco no mundo. Com isso, o dólar teve queda firme e o Ibovespa subiu

Victor Aguiar
Victor Aguiar
6 de setembro de 2019
10:37 - atualizado às 10:57
Dólar fraco
O dólar saiu com um olho roxo da briga com o real nessa semana - Imagem: Shutterstock

O dólar à vista subiu ao ringue ostentando um cartel invejável: a moeda vinha de sete semanas consecutivas em alta, saltando do nível de R$ 3,75 em meados de julho para o patamar de R$ 4,18 na última segunda-feira (2). A divisa começava a exalar aquela aura dos lutadores imbatíveis, que vencem a luta antes mesmo do primeiro gongo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas, como todos sabem, ninguém é imparável — basta lembrar de uma certa noite em 1990, quando o desconhecido James Douglas nocauteou o então invicto Mike Tyson, para espanto do mundo. Pois, assim como Tyson, o feroz dólar foi à lona quando menos se esperava.

Depois desses sete rounds na ofensiva, a moeda americana começou a dar sinais de cansaço no oitavo assalto. E os mercados aproveitaram para encaixar uma combinação de golpes: um jab de dados fortes na China, um direto rápido de menores tensões em Hong Kong, um cruzado potente de alívio na guerra comercial.

E, com o dólar já tonto, o golpe fulminante foi desferido nesta sexta-feira (6): os números mais fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos em agosto, o que ampliou a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) irá continuar cortando os juros do país para estimular a economia.

Esse gancho certeiro fez o dólar à vista cair 0,73% na sessão de hoje, a R$ 4,0801, acumulado uma queda de 1,51% na semana. Essa foi a maior baixa semanal da moeda americana desde o intervalo entre 8 e 12 de julho, quando a divisa recuou 2,09% — foi a semana em que a reforma da Previdência foi aprovada pelo plenário da Câmara em primeiro turno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As bolsas globais, que estavam na torcida, também comemoraram: por aqui, o Ibovespa subiu 0,68% nesta sexta-feira, aos 102.935,43 pontos, acumulando ganhos de 1,78% desde segunda-feira. Nos Estados Unidos, o Dow Jones (+0,26%) e o S&P 500 (+0,12%) fecharam o pregão em alta, enquanto o Nasdaq (-0,17%) caiu.

Leia Também

Confira comigo o replay da sequência de golpes que levou o dólar ao chão nesta semana.

Jab certeiro

No meio da semana, um dos fatores que vinha trazendo desconforto aos mercados — as tensões sociais em Hong Kong — teve um desdobramento importante: o governo local decidiu retirar a lei de extradição que vinha causando os protestos na ex-colônia britânica, diminuindo bastante a intensidade das manifestações populares.

A ilha de Hong Kong goza de relativa independência em relação à China continental, e essa lei de extradição era vista como uma tentativa de interferir na liberdade de expressão dos residentes. A explosão dos protestos, assim, era vista como um potencial fator de instabilidade no continente asiático.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além disso, Hong Kong é um dos grandes centros financeiros da Ásia — o Hang Seng é um dos principais índices acionários do continente. Assim, a escalada nas tensões e as incertezas quanto ao que poderia acontecer eram mais um fator de estresse aos mercados.

Desta maneira, a retirada dessa lei foi um primeiro golpe no dólar, com os agentes financeiros mostrando-se mais propensos a assumir riscos a partir do episódio.

Direto potente

O jab de Hong Kong foi sucedido por um direto cortante: no mesmo dia, dados econômicos da China indicaram a recuperação do setor de serviços do país, reduzindo as preocupações do mercado quanto a uma possível desaceleração econômica do gigante asiático em função da guerra comercial.

É claro que os temores quanto aos impactos decorrentes das disputas entre Pequim e Washington não estão descartados. Mas o avanço surpreendente do setor de serviços chinês em agosto trouxe um alento aos agentes financeiros, que se preparavam para ver uma deterioração maior da economia do país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O tema da desaceleração econômica, combinado com a guerra comercial, é um dos grandes fatores de preocupação dos mercados globais. Assim, o sinal de força por parte da China foi bem recebido nas mesas de operação — e derrubaram um pouco mais o dólar.

Cruzado na hora certa

Um terceiro golpe — este bastante potente — foi desferido a partir do front da guerra comercial: também nesta semana, os diálogos entre Estados Unidos e China avançaram, com os governos de ambas as partes marcando uma nova rodada oficial de negociações para outubro. A data exata ainda não foi definida.

Por mais que esse novo encontro estivesse originalmente previsto para este mês, os mercados temiam que, em meio às novas elevações de tarifas por ambos os lados, a relação entre Pequim e Washington estivesse deteriorada num nível que inviabilizasse novos diálogos. Assim, esse avanço foi comemorado pelos agentes financeiros.

Novamente, tudo é uma questão de sinalização: o mercado não trabalha com um cenário em que Estados Unidos e China cheguem a um acordo definitivo em outubro, ou que a guerra comercial termine num futuro próximo. Mas, ao menos, os governos dos dois países indicam que não querem a continuidade da escalada das tensões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse terceiro golpe tirou o equilíbrio do dólar. Faltava pouco para o nocaute.

Gancho matador

E o soco final veio nesta sexta-feira, com dados abaixo do esperado do mercado de trabalho dos EUA. Ao todo, foram criadas 130 mil novas vagas de emprego em agosto, decepcionando os analistas, que projetavam a geração de 150 mil postos no mês.

Esse resultado fortaleceu a percepção de que o Fed terá que cortar juros na reunião deste mês, de modo a estimular a economia do país — antes, havia a percepção de que o mercado de trabalho local ainda estava forte, o que limitaria o espaço para mais estímulos monetários.

Com isso, o dólar à vista chegou a cair ao nível de R$ 4,05 na mínima do dia — no exterior, a moeda americana perdeu terreno em relação às divisas de países emergentes. Essa reação ocorre porque, com os juros mais baixos nos Estados Unidos, a rentabilidade dos ativos americanos tende a cair.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assim, os agentes financeiros precisam buscar alternativas com risco maior para obterem retornos mais atrativos — e as moedas de países emergentes, como o real, o peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno e o rand sul-africano, entre outras, acabam atraindo um fluxo maior de investidores.

Um economista com quem conversei mais cedo acredita que, com os dados mais fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o Fed tende a promover mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do país, mesmo movimento da reunião de julho. "Um corte de 0,50 ponto seria um exagero, seria muito forte", diz.

Com tudo isso em mente, os mercados aguardavam ansiosamente pelo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no início desta tarde. Contudo, mesmo com a desaceleração do mercado de trabalho americano, o executivo não deu sinais mais efetivos de mudança de avaliação.

Em sua fala, Powell limitou-se a dizer que a autoridade monetária vai atuar de maneira apropriada para sustentar o crescimento da economia americana. O tom neutro assumido pelo presidente do Fed, no entanto, não tirou o ânimo dos mercados, que continuam mostrando maior disposição ao risco nesta sexta-feira — levando o dólar à lona.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Juros curtos queda

Os DIs de curto prazo acompanharam o movimento do dólar à vista e fecharam no campo negativo. Além da percepção de que o Fed tende a cortar as taxas na próxima reunião, o mercado também repercute o resultado da inflação oficial no Brasil, medida pelo IPCA.

O índice fechou o mês de agosto em alta de 0,11%, desacelerando em relação ao avanço de 0,19% medido em julho. Assim, com o dólar mais baixo e a inflação sob controle, os mercados sentem-se confortáveis para apostar em mais cortes na Selic por parte do Banco Central (BC).

No vértice curto, as curvas com vencimento em janeiro de 2020 caíram de 5,36% para 5,33%, e as para janeiro de 2021 recuaram de 5,38% para 5,37%. No longo, os DIs para janeiro de 2023 avançaram de 6,43% para 6,45%, e as com vencimento em janeiro de 2025 avançaram de 6,98% para 7,00%.

Festa dos bancos, parte 2

Assim como no pregão anterior, os bancos subiram  em bloco e deram força ao Ibovespa, recuperando-se do fraco desempenho visto no início da semana. Itaú Unibanco PN (ITUB4) teve ganho de 3,14%, Bradesco PN (BBDC4) valorizou 4,19%, Banco do Brasil ON (BBAS3) teve alta de 4,07% e as units do Santander Brasil (SANB11) avançaram 2,40%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

MRV sob pressão

Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para os papéis ON da MRV (MRVE3), que caíram 2,89% e apareceram entre os piores desempenho do índice — na semana, as ações já acumularam baixa de mais de 10%.

Nesta semana, a companhia anunciou um investimento de até US$ 255 milhões na AHS Residential, que constrói imóveis pra alugar nos Estados Unidos. Mas a operação têm provocado mal-estar no mercado, já que a AHS é controlada pela família Menin, principal acionista da MRV.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PROVENTOS E MAIS PROVENTOS

Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025

18 de dezembro de 2025 - 16:30

Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira

ONDA DE PROVENTOS

Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall

18 de dezembro de 2025 - 9:29

A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão

HORA DE COMPRAR

Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo

17 de dezembro de 2025 - 17:22

Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic

TOUROS E URSOS #252

Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade

17 de dezembro de 2025 - 12:35

Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva

ESTRATÉGIA DO GESTOR

‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú

16 de dezembro de 2025 - 15:07

Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros

RECUPERAÇÃO RÁPIDA

Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander

16 de dezembro de 2025 - 10:50

Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores

RANKING

Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI

15 de dezembro de 2025 - 19:05

Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno

SMALL CAP QUERIDINHA

Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais

15 de dezembro de 2025 - 19:02

O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50

HAJA MÁSCARA DE OXIGÊNIO

Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa

15 de dezembro de 2025 - 17:23

As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores

HORA DE COMPRAR?

Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema

15 de dezembro de 2025 - 16:05

Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem

TIME LATAM

BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México

15 de dezembro de 2025 - 14:18

O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”

LEVANTAMENTO

A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação

15 de dezembro de 2025 - 6:05

2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque

CHUVA DE PROVENTOS CONTINUA

As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%

15 de dezembro de 2025 - 6:05

Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano

LEI MAGNITSKY

Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque

12 de dezembro de 2025 - 17:14

Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição

GIGANTE NA ÁREA

TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora

12 de dezembro de 2025 - 11:31

Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões

VERSÃO TUPINIQUIM

BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)

11 de dezembro de 2025 - 19:21

O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic

COM EMOÇÃO

Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem

11 de dezembro de 2025 - 17:01

Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros

FIIS HOJE

JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje

11 de dezembro de 2025 - 14:31

Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas

O TEMPO ESTÁ ACABANDO

Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever

10 de dezembro de 2025 - 15:00

Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial

DEVO, NÃO NEGO...

Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista

10 de dezembro de 2025 - 12:01

A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar