Ibovespa acumula ganho de 1,78% na semana; dólar vai a R$ 3,87
Apesar de alguma turbulência em Brasília nos últimos dias, a semana termina com uma percepção mais positiva em relação à articulação política — e isso deu força aos mercados

Acompanhar o dia a dia dos mercados é lembrar constantemente de um mantra: as coisas mudam rápido e as verdades absolutas podem ser derrubadas em pouquíssimo tempo.
Vejamos o comportamento do Ibovespa nesta semana: na terça-feira, os temores de que a proposta de reforma da Previdência poderia passar por um processo de desidratação no Congresso colocaram o índice no campo negativo.
Na quarta-feira, os desentendimentos entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara pioraram ainda mais o sentimento dos mercados.
E hoje, apenas dois dias depois, como está o Ibovespa?
Muito bem, obrigado: o índice terminou o pregão desta sexta-feira em alta de 0,83% aos 97.108,17 pontos — o maior nível de fechamento desde 20 de março. Com o avanço de hoje, o Ibovespa fechou a semana com ganho acumulado de 1,78%.
O dólar à vista mostrou tendência semelhante: hoje, encerrou em alta de 0,38%, a R$ 3,8718, mas, na semana, a moeda americana acumulou queda de 1,13%.
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O que mudou?
Em termos concretos, pouca coisa — a proposta de reforma da Previdência segue em análise na CCJ, sem grandes avanços na tramitação. Mas, em termos de percepção de risco, há uma melhora sensível no ambiente.
"Na quinta-feira, o Bolsonaro já veio com um discurso de aproximação, conversando com os líderes partidários", lembra Filipe Villegas, analista da Genial Investimentos. "Isso ajudou e, no fim das contas, apesar do estresse, a bolsa está mais animada, acreditando mais no poder de articulação do governo".
Assim, apesar de toda a turbulência do meio da semana — e da infame discussão entre Guedes e o deputado Zeca Dirceu na noite de quarta-feira — a semana terminou com um clima mais ameno.
Mas, obviamente, esse otimismo não é eterno. "Nessa faixa entre 95 e 100 mil pontos, fica evidente que a bolsa fica muito sensível a qualquer tipo de notícia, especialmente as negativas", diz Villegas. "O mercado segue mais confiante, mas, ao mesmo tempo, com o pé atrás".
Afinal, as coisas mudam rápido e as verdades absolutas podem ser derrubadas em pouquíssimo tempo.
Ajuda do exterior
Mas nem só de Brasília vive o mercado: lá fora, a semana foi de noticiário agitado — e o clima foi de otimismo.
Dados fortes da indústria chinesa impulsionaram os mercados globais no início da semana, diminuindo a tensão em relação ao crescimento econômico no mundo. E, ao longo da semana, sinais de que Estados Unidos e China estariam mais próximos de um acordo comercial também serviram para melhorar o humor no exterior.
Hoje, dados mais fortes que o esperado do mercado de trabalho americano trouxeram otimismo renovado às negociações: o Dow Jones fechou em alta de 0,15%, o S&P 500 avançou 0,46% e o Nasdaq teve ganho de 0,59%.
Nessa onda de notícias favoráveis, chama a atenção o desempenho do S&P 500, que acumulou alta de 2,05% na semana e teve hoje o sétimo pregão seguido de alta.
Sextou?
Por aqui, declarações dadas pelos principais atores políticos ao longo da manhã, somadas ao tom positivo visto nas bolsas americanas, deram ânimo ao Ibovespa.
Guedes, por exemplo, disse a uma platéia de empresários em Campos do Jordão (SP) que é preciso fazer "já" a reforma da Previdência — e que ela tem de ser potente. O ministro também fez afagos à classe política, afirmando que Bolsonaro tem dado apoio e está mostrando "grandeza extraordinária".
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, também estiveram no evento e deram declarações mostrando maior sintonia entre governo e Congresso — o que aumenta a confiança do mercado em relação à tramitação da reforma da Previdência.
"Considerando tudo, foi um dia de agenda bem positiva para os mercados brasileiros", diz Victor Cândido, economista-chefe da Guide Investimentos. "O tom lá fora é positivo e, aqui dentro, melhorou um pouco mais o humor [em relação ao cenário político]. É normal que a bolsa dê uma puxada".
Assim, o Ibovespa aproveitou para romper a barreira dos 97 mil pontos: fechou em alta de 0,83%, aos 97.108,17 pontos. Já o dólar à vista ainda mostra certa reticência, buscando indícios mais concretos de avanço nas discussões da reforma — como resultado, a moeda americana subiu 0,38%, a R$ 3,8718.
Já as curvas de juros aproveitam o ambiente de tranquilidade e fecharam em queda: os DIs com vencimento em janeiro de 2020 caíram de 6,501% para 6,47%, e os com vencimento em janeiro de 2021 recuaram de 7,06% para 7,03%. Entre as curvas longas, as para janeiro de 2023 foram de 8,18% para 8,14%.
Petrobras ganha terreno
As ações da Petrobras fecharam em alta nesta sexta-feira, beneficiadas pelo tom positivo do petróleo WTI (+1,58%) e Brent (+1,35%) no exterior. As ações ON da estatal subiram 2,23%, e as PN avançaram 1,09%.
Ao longo do dia, a expectativa em relação à venda de 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG) também influenciou os papéis— logo após o fechamento dos mercados, a Petrobras confirmou que o grupo francês Engie e do fundo canadense Caisse venceram a disputa pelo ativo, com um lance de US$ 8,6 bilhões.
Bancos sobem em bloco
O ambiente interno menos estressado atraiu compradores para as ações do setor bancário — tais ativos têm mostrado grande sensibilidade ao noticiário político a respeito da reforma da Previdência. Hoje, os ganhos do segmento foram capitaneados por Itaú Unibanco PN (+2,16%) — Bradesco PN (+0,83%) e Banco do Brasil ON (+0,57%) também subiram.
Olhos atentos à Avianca
As ações PN da Gol fecharam em queda de 1,25%, em meio à indefinição da assembleia de credores da Avianca que decidirá sobre o plano de recuperação judicial da empresa. Fora do índice, os papéis PN da Azul caíram 3,45%.
A assembleia decidirá sobre o novo plano de recuperação judicial da Avianca: a proposta que está na mesa prevê a criação de sete UPIs (Unidades Produtivas Isoladas), que serão levadas a leilão judicial, em data ainda não definida.
Na última quarta-fera, a Gol e a Latam entraram na briga pelos ativos da Avianca e propuseram, cada uma, US$ 70 milhões por ao menos uma das UPIs — no mês passado, a Azul fez uma proposta de US$ 105 milhões pela Avianca.
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