Ibovespa fecha em alta e volta aos 96 mil pontos, puxado pelo exterior
Dados animadores da economia chinesa trouxeram otimismo aos mercados globais. Esse ambiente, somado à calmaria em Brasília, deu forças ao Ibovespa e tirou pressão do dólar à vista

Os mercados brasileiros tiveram uma segunda-feira bastante tranquila. O Ibovespa operou em alta desde o início do dia, sem passar por maiores instabilidades, e o dólar à vista recuou mais de 1%, também sem enfrentar grandes turbulências.
Não, não é pegadinha de primeiro de abril.
As fortes emoções da semana passada continuam frescas na memória do mercado: o noticiário político frenético, os embates entre governo e Congresso, o receio de uma recessão econômica global... tudo isso continua no radar. Mas, hoje — por coincidência, o dia da mentira —, essas preocupações deram uma folga.
Como resultado, o Ibovespa fechou em alta de 0,67%, aos 96.054,45 pontos, marcando a terceira sessão consecutiva no campo positivo — é a primeira vez desde 21 de março que o principal índice da bolsa brasileira termina o pregão na faixa dos 96 mil pontos.
E o dólar? A moeda americana também teve um dia de alívio, terminando o dia em queda de 1,06%, aos R$ 3,8746. Na mínima, chegou a tocar os R$ 3,8649 (-1,3%)
Lá fora, otimismo
Grande parte dessa calmaria se deve à China: o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do país — um indicador importante da atividade industrial — subiu de 49,9 em fevereiro a 50,8 em março. O resultado surpreendeu os analistas, que previam ligeira queda, a 49,8.
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O dado animou os mercados e aumentou a confiança de que as medidas adotadas pelo governo chinês para aquecer a economia local estejam surtindo efeito. E os sinais de reação da indústria da China diminuíram as preocupações — ao menos, por hoje — em relação ao desaquecimento da economia global.
"Os números da China contrariaram o que vinha saindo nas últimas semanas", disse um operador. "Esses dados animaram o mercado e puxaram o minério de ferro para cima — e isso ajudou a Vale e as siderúrgicas por aqui".
As bolsas globais respiraram aliviadas: o Dow Jones subiu 1,27%, o S&P 500 avançou 1,15% e o Nasdaq teve alta de 1,29%. Na Europa, o Stoxx 600 teve ganho de 1,21% e, na Ásia, a maioria dos mercados acionários fechou o dia no campo positivo.
Esse alívio também foi sentido nos mercados globais de câmbio: com o estresse menor, houve uma corrida por ativos de risco, como as moedas emergentes, que ganharam força em relação ao dólar — e o Real aproveitou a festa.
Aqui dentro, calmaria
Por aqui, a segunda-feira foi marcada por uma relativa falta de novidades no front político. Por enquanto, segue a trégua entre governo e Congresso — e, sem focos de preocupação vindos do noticiário local, o mercado pode acompanhar o tom mais positivo do exterior.
No entanto, analistas ainda recomendam cautela em relação ao cenário político, ressaltando que a tramitação da reforma da Previdência ainda irá percorrer um longo caminho no Congresso — assim, novos períodos de turbulência não estão descartados.
"Ainda vamos ter muita volatilidade pela frente", diz um operador, ressaltando que eventuais notícias indicando desentendimentos entre governo e Congresso podem reverter a trégua vista hoje. "Mas, enquanto não acontece nada, o mercado surfa a onda do exterior".
Pedro Paulo Silveira, economista da Nova Futura, lembra que o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparecerá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na próxima quarta-feira para falar sobre a reforma da Previdência, e a perspectiva de diálogo entre o ministro e os deputados traz alguma confiança ao mercado.
"O mercado havia colocado um desconto elevado na semana passada, em meio à crise, e agora está corrigindo", diz Silveira. Ele ressalta, no entanto, que o tema da Previdência segue inspirando cautela. "Enquanto ela não for aprovada, vai demandar muita atenção".
Nessa mistura de otimismo externo e calmaria local, as curvas de juros acompanharam o dólar e fecharam em baixa, com destaque para a ponta longa. Os DIs com vencimento em janeiro de 2023, por exemplo, recuaram de 8,24% para 8,13%, e os para janeiro de 2025 caíram de 8,75% para 8,65%.
Na ponta curta, as curvas de juros com vencimento em janeiro de 2020 tiveram queda de 6,52% para 6,495%, e os DIs para janeiro de 2021 foram de 7,14% para 7,05%.
Vale e siderúrgicas comemoram
As empresas de mineração e siderurgia foram só sorrisos nesta segunda-feira, em meio às notícias de aquecimento da atividade industrial da China — o país asiático é um dos maiores consumidores de minério de ferro e aço do mundo.
E, na esteira do otimismo, o preço do minério teve novo dia de alta firme, subindo 2,17% no porto chinês de Qingdao.
Esses fatores, somados, criaram as condições ideais para uma sessão de ganhos do setor de mineração e siderurgia na bolsa. As ações PN da Gerdau subiram 6,21% e lideraram os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira — os papéis PN da Metalúrgica Gerdau (+6,19%), ON da CSN (+4,12%) e ON da Vale (+3,28%) apareceram logo em seguida.
Eletrobras e Cade
As ações da Eletrobras também apareceram entre os destaques positivos da sessão — os papéis PNB subiram 2,61% e os ON tiveram alta de 1,53%. Mais cedo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) aprovou a aquisição, pela Alupar, da participação de 49% da Eletrobras na Transmissora Matogrossense de Energia (TME).
Sabesp esfria
O secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou hoje que o governo estadual não acredita ser viável que a venda ou capitalização da Sabesp seja concluída ainda neste ano. E os papéis da empresa de saneamento reagiram rapidamente às declarações.
Mais cedo, as ações ON da Sabesp chegaram a subir 3,45%, mas, após a fala de Meirelles, perderam rapidamente a força, chegando a tocar o campo negativo — ao fim da sessão, fecharam em alta de 0,38%.
Kroton vai mal
As ações ordinárias da Kroton tiveram mais um dia de perdas no Ibovespa, terminando em queda de 2,36%, o pior desempenho do índice nesta segunda-feira. No pregão anterior, os papéis já haviam recuado 2,84%.
Na última sexta-feira, a gigante do setor de educação reportou lucro líquido de R$ 269,3 milhões no quarto trimestre de 2018, uma queda de 31,1% na base anual. Os resultados não consideram os números referentes à operação da Somos Educação.
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