O Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou uma nova edição do seu “World Economic Outlook” onde faz uma breve revisão para baixo nas projeções de crescimento econômico mundial, que deve ser de 3,2% em 2019 e 3,5% em 2020, 0,1 ponto menor que o estimado em maio.
O que chama atenção é a baixa contribuição da América Latina nesse total. A projeção de crescimento para região caiu de 1,4% para magros 0,6%. Quem puxa a média para baixo somos nós, que devemos crescer 0,8%, projeção em linha com a do Banco Central e do mercado por aqui. Até abril, o FMI acreditava em 2,1%. Ainda na região, o México também teve projeções colocada para baixo, de 1,6% para 0,9%.
Para 2020, o cenário é de recuperação. O Brasil deve crescer 2,4%, enquanto o México deve registrar avanço de 1,9%.
Quem deve continuar sustentando o crescimento mundial, segundo o FMI são os emergentes da Ásia, com crescimento de 6,2% neste ano e de 6% no próximo. Entre os desenvolvidos, o crescimento projetado é de 1,9% neste ano, recuando a 1,7% em 2020.
Riscos
O FMI alerta que os riscos às projeções são de baixa e incluem novos embates dentro da guerra comercial e tecnológica (que envolve notadamente EUA e China) e uma redução nos investimentos.
O corpo técnico do órgão também alerta para movimentos de aversão ao risco em âmbito mundial, algo que pode expor vulnerabilidades financeiras construídas ao longo de uma década de juros baixos.
Também estão na lista pressões desinflacionarias e o limitado espaço da política monetária para atuar contra cenários de desaceleração.
Visão do FMI
Para o FMI, ações nacionais e multilaterais são “vitais” para melhor o crescimento mundial. Essas ações devem buscar reduzir as tensões comerciais e resolver tratados de comércio internacionais, como Reino Unido e União Europeia e EUA, México e Canadá.
Os países não devem utilizar tarifas ou metas de balanços comerciais bilaterais como substitutos ao diálogo como forma de pressões para reformas macroeconômicas.
Com debilidade da demanda e inflação sob controle, o FMI vê com “apropriada” a adoção de políticas monetárias acomodativas em países emergentes e desenvolvidos que mostram expectativas de inflação bem ancoradas (caso brasileiro).
A política fiscal deve ter objetivos múltiplos, como estimular demanda, proteger os mais vulneráveis, impulsionar o crescimento via gastos que suportem mudanças estruturais, além de assegurar a sustentabilidade das contas públicas no médio prazo.
Se o crescimento se mostrar mais fraco que o estimado, as políticas macroeconômicas terão de se tornar mais estimulativas. A prioridade, segundo o FMI, é ampliar a inclusão social e lidar com potenciais restrições ao crescimento.