CVM absolve ex-conselheiros que liberaram Eike Batista da ‘put’ de US$ 1 bilhão na OGX
Adriano Salvi, Jorge Rojas e Roberto Paulino foram acusados pela área técnica da CVM de violarem seu dever de diligência

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu três conselheiros independentes da antiga OGX que liberaram o então acionista controlador da companhia, Eike Batista, de exercer o contrato de opção que o obrigaria a injetar US$ 1 bilhão na petroleira - a chamada cláusula "put".
Adriano Salvi, Jorge Rojas e Roberto Paulino foram acusados pela área técnica da CVM de violarem seu dever de diligência ao abrirem mão dos recursos sem aprofundar as investigações dos fatos.
Os três foram eleitos ao conselho em novembro de 2013, poucos meses após a renúncia de todos os membros independentes que os antecederam. Pelo contrato, caberia a eles bater o martelo sobre o exercício ou não da cláusula. A decisão de não exigir a "put" foi anunciada em fato relevante no dia 18 de novembro de 2014, tendo como base pareceres elaborados por juristas contratados em comum acordo entre a companhia e o empresário.
Para esses juristas, havia condições previstas no contrato da "put" que não se confirmaram e, portanto, a empresa não poderia exigir a opção. Uma delas seria a alteração do plano de negócios divulgado em junho de 2011, em face dos problemas enfrentados pela petroleira. Uma das cláusulas do contrato falava em necessidade de capital para a realização do plano de negócios vigente na data da assinatura da "put".
Segundo a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM, responsável pela acusação, independentemente dos pareceres, os administradores deveriam ter se aprofundado na análise das condições do contrato. A área técnica avaliou que fatos como a destituição de toda a diretoria, que chegou a determinar a execução da "put", entre outros pontos, deveria ter sido interpretada como um red flag (alerta vermelho).
Para o corpo técnico da CVM, o contrato assinado entre Eike e a OGX não dispunha diretamente que uma mudança no plano levaria à extinção da obrigação. Em depoimento, ex-diretores e conselheiros da OGX afirmaram que a menção ao "plano de negócios vigente" era uma referência genérica.
Leia Também
O relator do caso, diretor Carlos Rebello, entendeu no entanto que os pareceres emitidos pelos juristas contratados analisaram a questão do ponto de vista contratual e estavam aptos a dar suporte aos conselheiros na decisão. Não houve, em sua análise, sinal de alerta que os obrigasse a realizar investigações adicionais.
Rebello levou em conta ainda a decisão da CVM em maio, quando o colegiado multou Eike Batista em R$ 95,7 milhões por ter negociado ações da OGX com uso de informação privilegiada a respeito da cláusula de validade "put". Segundo a autarquia, o controlador da petroleira já sabia - ao contrário dos demais investidores - que não iria cumprir o compromisso. O colegiado concluiu no julgamento que o contrato de opção da OGX era bastante claro e vinculava o exercício do plano de opção ao "plano de negócios vigente".
O presidente da CVM, Marcelo Barbosa, destacou em manifestação que ao analisar casos envolvendo o dever de diligência dos administradores, a CVM deve levar em conta os procedimentos adotados na tomada de decisão. O fato de nenhum dos acusados ter levantado dúvidas com relação aos pareceres dos juristas, frisou, não significa que eles não realizaram sua análise da maneira devida. Para Barbosa, a acusação não comprovou que a atuação dos conselheiros acusados foi insuficiente.
"Especialmente quanto à adequação das informações que suportam a tomada de uma decisão negocial, não entendo ser possível apenar o administrador por não ter buscado todas as informações existentes (...), mas apenas quando for possível verificar que não consideraram as informações necessárias para a formação de convicção dentro de um critério de razoabilidade", disse Barbosa.
Maxi Renda (MXRF11) sobe após CVM recuar e encerrar polêmica sobre a distribuição de dividendos do fundo imobiliário
O FII é um dos destaques da indústria, que respira aliviada após a xerife do mercado de capitais reconhecer a regularidade do pagamento de proventos com base no “lucro caixa”
CVM recua e libera distribuição de dividendos do fundo imobiliário Maxi Renda FII (MXRF11) com base no ‘lucro caixa’ — relembre o caso
A xerife do mercado de capitais reconheceu “a existência de obscuridade e contradição” na decisão original
CVM rejeita oferta milionária dos irmãos Batista para encerrar processo envolvendo as contas da JBS (JBSS3); entenda
Acusados de abusarem do direito de seus cargos para aprovarem as próprias contas, os empresários ofereceram um total de R$ 6 milhões
Nelson Tanure entra na mira de investigação da CVM por suposto insider trading na compra da Alliar (AALR3)
Vale lembrar que o empresário, que já detinha cerca de 36% das ações da Alliar, tratou a compra diretamente com um grupo de 50 acionistas donos de 53% do capital social da empresa
E agora, Petrobras (PETR4)? CVM abre processo após demissão do general Silva e Luna; saiba o motivo da ação
Há cerca de um ano, a xerife do mercado abriu processo semelhante após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, pelo Facebook, o substituto do economista Roberto Castello Branco, então comandante da empresa
É dividendo que você quer? Mais de 150 fundos imobiliários distribuem dinheiro hoje; MXRF11, FII no centro da polêmica sobre proventos com a CVM, também está na lista
Na lista ainda há presenças como a do Urca Prime Renda (URPR11), o fundo imobiliário mais rentável do ano passado
Maxi Renda (MXRF11) entra com pedido oficial para que CVM reconsidere decisão sobre distribuição de dividendos
O fundo também destaca que provavelmente encerrou o ano com lucros acumulados, mas os números de 2021 ainda precisam passar por auditoria
RBR admite que pode ficar sem distribuir dividendos com mudança de entendimento da CVM; veja quais fundos imobiliários pagam proventos hoje
Ao contrário de outros gestores, que buscam tranquilizar os investidores a respeito da questão, a RBR admitiu que pode ser afetada se novo entendimento entrar em vigor
Mercado mais dinâmico? CVM deve publicar em até 30 dias novas regras de agentes autônomos; veja o que muda
A previsão foi feita pelo deputado federal Neucimar Fraga (PSD-ES), relator da MP sobre a taxa de fiscalização do mercado de capitais. A autarquia, no entanto, não se compromete com prazos.
De olho em brasileiros que estão fora do País, CVM afrouxa regras e dispensa investidor de registro
O objetivo da resolução 64 é possibilitar que os investidores pessoas físicas estrangeiros – e não empresas – obtenham código operacional e CPF de maneira a habilitá-lo a aportar no mercado nacional
CVM suspende decisão sobre distribuição de dividendos do fundo imobiliário Maxi Renda FII (MXRF11)
Fundo imobiliário ainda precisa apresentar pedido de reconsideração do julgamento do colegiado da CVM, que pode ou não ser aceito pela autarquia
CVM diz que decisão sobre distribuição de dividendos do MXRF11 pode valer para outros fundos imobiliários; como isso afeta o investimento em FIIs?
A “xerife” do mercado de capitais confirmou que o novo entendimento pode se estender a outros fundos com características similares às do MXRF11
Conselheiro pede vista e Anatel adia decisão sobre venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo; OIBR3 tem forte queda
Ações da Oi seguiam em disparada antes do pedido de vista; Anatel voltará a discutir a venda em 10 de fevereiro
Servidores iniciam manifestação e prometem greve para fevereiro, mas Mourão diz que não há espaço para reajustes
Na peça aprovada no Congresso em Dezembro foi incluída uma previsão de R$ 1,7 bilhão para reajustes de salários do funcionalismo, contudo, a a categoria que seria beneficiada não foi especificada
Por que a BR Partners (BRBI11) e a 3 Tentos (TTEN3) preparam ofertas irrisórias de ações – e a Dotz (DOTZ3) estuda trilhar o mesmo caminho
Empresas buscam driblar – dentro das regras – as normas que restringem o acesso de investidores não-qualificados às ações
Xerife no protesto? Superintendentes da CVM se juntam a outros servidores federais e pedem reajuste salarial em carta aberta
No documento, os superintendentes afirmam ter recebido com indignação a decisão do governo federal de prever aumentos apenas para algumas categorias do serviço público
CVM abre processo envolvendo Petrobras após notícia de acordo no mercado de gás
O processo trata da supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados e foi iniciado pela Gerência de Acompanhamento de Empresas
Dane-se a CVM: Bolsonaro volta a falar sobre redução de preços de combustíveis
Presidente ignora processo aberto pela CVM e recorre à queda nos preços do petróleo lá fora para justificar revisão nas bombas
O IPO do cheque em branco chega ao Brasil: Alvarez & Marsal quer fazer oferta pública para lançar Spac na B3
Modalidade existe há mais de 20 anos nos EUA, mas ainda é inédita no Brasil; entenda como funciona
CVM investigará a Petrobras (PETR4); processo foi aberto após Bolsonaro prometer queda no preço dos combustíveis
O presidente, que é um dos críticos mais ferrenhos da política de preços da estatal, afirmou que a Petrobras anunciará a redução nos valores ainda nesta semana