Que bordoada! Dólar sobe 4,3% na semana e fecha R$ 4,1666
Virada começou na quarta-feira depois que estrangeiros não compareceram ao leilão da cessão onerosa, frustrando expectativas de fluxo

Todos conhecem a frase atribuída ao economista Edmar Bacha que nos diz que: “O câmbio foi inventado por Deus para humilhar os economistas. Nunca se sabe para onde ele vai.” Não lembrei de frase melhor para descrever o que aconteceu no mercado de dólar nesta semana.
Aquela percepção de que a linha dos R$ 4 seria finalmente furada foi frustrada de forma impressionante. Os vendidos, que apostam na queda do dólar, foram devorados por uma arrancada que começou na quarta-feira, depois que as empresas estrangeiras não compareceram ao esperado leilão da cessão onerosa.
Somente naquele pregão, uma alta de 2,2%, maior desde março. A quinta-feira chegou a ensaiar uma correção, mas terminou com novo ajuste de alta, modesto, de 0,25%. Chega a sexta-feira e o caldo entorna, com uma alta de 1,8%, para R$ 4,1666. Na semana, a puxada foi de 4,3%, maior alta semanal do ano ou, melhor dizendo, desde a penúltima semana de agosto de 2018 (4,84%).
Me dê motivo
No lado do leilão do pré-sal, a expectativa frustrada foi com relação ao fluxo de dólares para o país. Discutimos essa questão em detalhes nessa nota aqui, mas o ponto é que a saída de dólar já passa dos US$ 20 bilhões no ano, e não há mais evento no radar que sugira alguma entrada mais firme. De fato, novembro e dezembro são meses de saída, pois empresas e investidores fecham balanços e remetem resultados.
No lado externo, o dólar também voltou a ganhar força. O DXY, que mede o comportamento da moeda ante uma cesta de moedas, teve alta 1,15% na semana. Por lá, o que se observou foram investidores saindo dos títulos e voltando a assumir posição nas bolsas, que não por acaso voltaram a registrar novas máximas históricas. O sinal é de EUA relativamente mais forte que as demais economias.
Por aqui, nesta sexta-feira, o fim do pregão foi tomado pelo medo, sentimento que no mercado de câmbio quer dizer compra. A grande discussão era se o culpado pela piora nos mercados era a soltura do ex-presidente Lula ou não. Veja a cobertura completa de mercados.
Leia Também
Bom, eu firmei minha em nota divulgada mais cedo, dizendo que Lula não faz preço, faz é muito barulho e é isso que devemos ver nos próximos dias. Discursos inflamados, redes sociais em polvorosa, convocação de manifestações e afins. Mas acredito que o ruído político não será capaz de abortar a retomada da atividade, nem de mudar o perfil reformista do Congresso e da sociedade. Como diz um amigo, esse é o típico mercado Tim Maia, me dê motivo!
Nada fala mais alto que o dinheiro e as oportunidades de ganhá-lo, ainda mais quando o consenso parece guiado pelas emoções e não pela razão. O lendário gestor da Oaktree, Howard Marks, diz que é possível que nunca saibamos para onde vamos, mas é sempre bom saber com clareza onde estamos.
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano