O Congresso Nacional, na figura de seus líderes Rodrigo Maia, na Câmara, e Davi Alcolumbre, no Senado, tenta mostrar maior protagonismo e responsabilidade diante das pautas de interesse nacional, como a reforma da Previdência e e a já acenada reforma tributária. Mas isso não se reflete na opinião da população.
Segundo pesquisa do Datafolha, apenas 16% da população considera o Congresso ótimo ou bom, uma queda sensível com relação aos 22% que tinham essa avaliação em abril e que tinha marcado a melhor leitura para início de legislatura em comparação com sondagens semelhantes feitas em 2007 e 2015.
O que subiu, em mesma proporção, foi o percentual daqueles que consideram o Congresso ruim ou péssimo. De 32% em abril para 38% agora em julho. A avaliação regular se manteve em 41%.
Os números captados pelo Datafolha são semelhantes aos obtidos pela XP Ipespe, que mostra 12% de ótimo e bom, 43% de regular e 45% de ruim ou péssimo.
O dado que chama atenção na pesquisa é o cruzamento dessa avaliação com a percepção sobre o governo Jair Bolsonaro. Quem considera o governo ótimo ou bom tem visão mais positiva sobre o Congresso, apesar do certo distanciamento que Bolsonaro tenta manter da política e dos políticos.
A pesquisa mostra que 26% dos que aprovam Bolsonaro consideram o Congresso ótimo ou bom. Entre os que desaprovam o presidente, apenas 10% têm essa avaliação positiva com relação a deputados e senadores.
Em outra pesquisa, o Datafolha mostrou que 33% da população classifica o presidente como ótimo ou bom, outro terço dá nota regular e o terço final diz que ele é ruim um péssimo.
Quanto maior a escolaridade, maior a insatisfação. Dos entrevistados com ensino fundamental, 32% dá nota ruim/péssimo, percentual que sobe a 47% entre aqueles com nível superior.
A confiança no Congresso só não é menor que nos partidos políticos. Apenas 7% dizem confiar muito no Congresso e 4% (quase margem de erro) nos partidos.
Foram entrevistadas 2.086 pessoas entre os dias 4 e 5 de julho em 130 municípios. A margem de erro de 2 pontos percentuais.