Mercados: hoje tem payroll, Powell e reforma de Bolsonaro
Mercados seguem atentos à agenda política no país e no exterior
Bom dia, investidor! Sob o fantasma da recessão nos Estados Unidos, o Relatório de Emprego (payroll) de dezembro (11h30) testa os nervos e eleva o suspense para a fala do presidente do banco central americano, Jerome Powell (13h15) em painel econômico. Aqui, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou uma reforma light da Previdência, com a redução da idade mínima proposta por Michel Temer.
Mais leve que a do Temer
Sobre a Previdência, o presidente sinalizou uma reforma mais branda que a sonhada. Na primeira entrevista após a posse, disse ao SBT que a "ideia inicial" do governo para aprovar a matéria é estabelecer de forma gradativa idade mínima para aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres.
O presidente explicou que o objetivo é aumentar em um ano a idade mínima atual (60 anos para homens e 55 para mulheres), assim que a reforma previdenciária for aprovada no Congresso, e em mais um ano em 2022.
Sobraria para o próximo presidente do Brasil (depois dele) reavaliar uma eventual transição para 63 ou 64 anos.
No início de dezembro, Bolsonaro já havia manifestado a intenção de elevar em “dois anos a mais para todo mundo” a idade mínima, na proposta que agora se consolida como uma versão mais leve do que a do ex-presidente Michel Temer.
O projeto de reforma enviado pelo ex‐presidente prevê 65 anos para homens e 60 para mulheres. Seja como for, para o presidente eleito, a reforma ideal é aquela “que passa na Câmara e no Senado, não a que está na minha cabeça ou na da equipe econômica”. Vamos ver se o mercado vai engolir este pragmatismo político e enxergar o copo mais cheio ou vazio.
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O investidor, que chegou a sonhar com um ajuste fiscal rigoroso, pode colocar em xeque a disciplina pretendida. A boa notícia é que Bolsonaro quer usar parte do texto que já está na Câmara, desfazendo a confusão recente armada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que se atrapalhou ao dizer que a reforma não aproveitaria nenhuma sugestão de Temer.
Evita‐se, assim, que o texto volte à estaca zero e atrase o tempo de tramitação. Na urgência do tema, o governo tem pressa, mas falta ainda definir o modelo de votação, se através de bloco único ou de forma fatiada.
Bolsonaro não esclareceu este ponto e a expectativa é de que a decisão seja tomada semana que vem.
A volta da vagarosa
O Ibovespa até chegou a testar um ajuste durante o pregão, mas recobrou as forças na reta final, com Petrobras motivada pelas declarações do novo presidente do MME sobre a cessão onerosa.
Bento Albuquerque disse que, no prazo de 100 dias, a União e estatal devem concluir a negociação do crédito devido à empresa pela cessão onerosa de áreas no pré‐sal em 2010 e que “é certo” que a companhia é credora. O projeto autoriza a Petrobras a transferir até 70% dos direitos de exploração de petróleo do pré-sal na área cedida onerosamente pela União para outras petroleiras.
Ele chegou a afirmar que o leilão de excedente pode acontecer no 2º semestre, para dizer em seguida que a data da concorrência ainda é estudada. Também agradaram seus comentários sobre a autonomia da Petrobras.
Assegurou que "não haverá interferências do governo na área de óleo e gás", nem na política de preços de paridade internacional praticada pela estatal, embora analise redução no preço dos combustíveis à população.
Os comentários foram feitos após participar da cerimônia de posse do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que disse que ser preciso um "sonoro não para os subsídios". As ações da estatal esticaram o rali recente. PN, que já havia disparado 6% na véspera, subiu mais 2,45%, para R$ 24,65. ON (+2,06%) fechou a R$ 27,20. Também Eletrobras ampliou o gás com a agenda de privatização: ON deslanchou mais 5,98% e PNB, +6,01%. Ainda os bancos renovaram o fôlego (Bradesco PN, +1,01%, a R$ 40,78, e Itaú PN, +1,65%, a R$ 37,61).
Segundo o Valor, Bolsonaro assinará decreto que permita ao Banco Central ter poder para liberar a entrada de capital estrangeiro em instituições financeiras no País, sem necessidade de autorização do presidente da República.
Prove do seu veneno
Os efeitos colaterais da guerra comercial declarada contra os chineses já foram citadas pela Apple para cortar a previsão de receita trimestral, com o presidente americano, Donald Trump provando agora de seu próprio veneno.
Tendo a gigante de tecnologia como vilã do dia, as bolsas de NY encerraram a segunda sessão do ano com fortes perdas e com o índice de volatilidade Vix, o chamado “índice do medo”, disparando 10,25%. As ações da high tech desabaram perto de 10%. Em Wall Street, o Nasdaq teve o maior tombo, de 3,04% (6.463,50 pontos), seguido por Dow Jones (‐2,83%, a 22.686,42 pontos) e S&P 500 (‐2,47%, aos 2.447,94 pontos).
Os mercados globais já abriram sob a forte pressão negativa com o anúncio da Apple de que está vendendo menos na China e de que, como reflexo, terá de reduzir, pela primeira vez em 15 anos, a previsão de receita.
Horas depois, um dado negativo reforçou a suspeita de que a desaceleração global pode estar mais perto do que se pensava. O índice ISM de atividade industrial recuou a 54,1 em dezembro, quando se estimava 57,9. O indicador ruim do ISM enterrou a tentativa de recuperação das bolsas europeias (Londres, ‐0,62%, Frankfurt, ‐1,55%, Paris, ‐1,66%, e Madri, ‐0,37%), que chegaram a mostrar algum fôlego junto com as cotações do petróleo.
O barril teve mais um dia de forte volatilidade, caindo mais de 2% pela manhã. Ficou na gangorra, alternando altas e baixas, e no fim avançou: Brent fechou cotado a US$ 55,95, alta de 1,89%, e WTI subiu 1,18%, a US$ 47,09. Após o fechamento, o Instituto Americano do Petróleo (API, na sigla em inglês) estimou recuo de 4,5 milhões de barris nos estoques semanais. Hoje (14h), o Departamento de Energia deve reportar queda de 2,5 milhões. Às 16h, saem os dados da Baker Hugues sobre poços e plataformas.
Com a aversão global ao risco de recessão nos EUA, os investidores correram para a segurança do iene (107,59/US$) e dos Treasuries. O juro da Note de dez anos caiu para 2,557%, contra 2,654% na véspera.
Por aqui, o otimismo com Bolsonaro e a fraqueza do dólar no exterior derrubaram a moeda americana abaixo do patamar de R$ 3,80, com queda de 1,23%, a R$ 3,7579, na menor cotação desde novembro. Quebrada esta barreira de suporte, o que se comenta entre os especialistas em câmbio é que o dólar pode seguir na direção dos R$ 3,70 a R$ 3,65, para quem sabe voltar a R$ 3,55, se passar uma reforma fiscal séria.
O fim das remessas ao exterior tira a pressão do câmbio neste início de ano e a influência do movimento do investidor estrangeiro, que tem reduzido posições compradas, também ajuda a justificar o real apreciado.
Agenda
Nos EUA, a previsão para o payroll é de abertura de 176 mil vagas de trabalho em dezembro, acima do mês anterior (155 mil). A taxa de desemprego deve cair a 3,6%, de 3,7%, e o salário médio/hora deve subir 0,3%.
Às 12h45, sai a leitura final do PMI/Markit composto, que deve vir em 53,6 em dezembro, igual ao dado preliminar e abaixo do resultado de novembro (54,7). O mesmo indicador sai na zona do euro.
Mas o destaque do dia no bloco europeu é a inflação ao consumidor (CPI) preliminar de dezembro.
Aqui, o IPC‐Fipe fechado do mês passado (5h) deve desacelerar a 0,12% na mediana de pesquisa Broadcast.
Sem horário confirmado, é esperada para hoje uma coletiva do futuro secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, que adiantou que o desenho final da reforma da Previdência sai em fevereiro.
No Rio de Janeiro, Paulo Guedes se encontra às 11h com o presidente da CVM, Marcelo Barbosa.
Shutdown
Durante a madrugada, a Câmara dos EUA, liderada agora pelos democratas, aprovou um pacote orçamentário (sem o muro do México), que garante o fim do impasse da paralisação parcial do governo. A proposta segue para o Senado, mas Trump faz jogo duro e já avisou que vai vetar a iniciativa democrata.
Guerra
A China confirmou a visita de uma delegação americana na próxima semana, nas primeiras negociações frente a frente desde que Trump e o líder chinês concordaram no G‐20 com a trégua de 90 dias.
Curtas
Vazamento em plataforma desativada da Petrobras derramou 1,4 mil litros de óleo cru no litoral/RJ. O acidente formou uma mancha de 31 quilômetros no mar e está sob investigação.
Ainda no noticiário da estatal, Assembleia Geral Ordinária (AGO) será realizada dia 25/4.
Na Oi, o prazo para a integralização do valor das novas ações ON no aumento de capital foi prorrogado para dia 9.
A Taesa aprovou aquisição de 100% do capital de linhas de transmissão que pertenciam à Âmbar, braço da J&F.
A direcional Engenharia captou R$ 258 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
O BTG Pactual liderou em 2018 ranking de fusões e aquisições no Brasil (41 negócios, movimentando US$ 12,2 bi).
O Banco Inter fez sua primeira emissão de Letra Imobiliária Garantida, no montante de R$ 12 milhões.
No Blackrock, o gestor brasileiro radicado nos EUA Will Landers está deixando a gestão de ativos da América Latina. Comenta‐se no mercado que o futuro do executivo pode ser a BTG Asset Management.
A Locamerica teve aprovada pelo Cade, sem restrições, a compra do controle da NTC Serviços.
Na Cia. Hering, a Dynamo Administração de Recursos reduziu de 5,76% para 4,89% a sua participação.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
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