‘A Bolsa ainda é nossa maior aposta para o ano’, diz diretor de investimentos do Itaú
Cláudio Sanches diz que as ações têm muito o que se beneficiar de um cenário interno favorável, que tende a ficar ainda mais interessante caso o mundo, cresça menos daqui para a frente
O diretor de investimentos do Itaú Unibanco, Cláudio Sanches vem recomendando o investimento em ações na Bolsa de Valores desde o começo do ano.
Ele diz que as ações têm muito o que se beneficiar de um cenário interno favorável, que tende a ficar ainda mais interessante caso o mundo, de fato, cresça menos daqui para a frente.
Mas o problema é que o cenário que Sanches havia traçado não contava com o agravamento da crise argentina, com uma guerra comercial tão prolongada entre Estados Unidos e China, nem com os recentes embates do Jair Bolsonaro com países europeus.
"As coisas são assim, elas acontecem, e a gente adaptou um pouco nosso cenário. Mas a Bolsa continua sendo nossa principal recomendação para 2019", disse o executivo.
Em entrevista ao jornal Estadão, Sanches comentou esse e outros assuntos. Confira:
A Bolsa, que vem recebendo fortes recomendações de investimento, foi a pior aplicação em agosto. O que dizer ao investidor agora?
Leia Também
Continuamos apostando em Bolsa. Acho até bom que a Bolsa caia em um determinado mês para que as pessoas não se esqueçam que esse é um investimento que oscila. Mas a Bolsa continua sendo a nossa principal recomendação.
Depois de toda oscilação de agosto, vocês reduziram o peso das ações na recomendação?
Sim. Temos quatro perfis de investidores: conservador, moderado, arrojado e agressivo. Para cada um deles tem um pedaço de Bolsa. Estamos pedindo para investirem em um fundo de renda variável e não necessariamente na Bolsa, já que aplicar diretamente em ações exige um acompanhamento muito de perto. Para o cliente mais conservador, tiramos a renda variável como principal recomendação e, no lugar, colocamos fundos multimercado que ainda tenham renda variável, mas que tenham por trás um gestor que consiga se defender nesse momento de oscilação. Para os outros perfis nós continuamos tendo a renda variável como sendo o principal. Tem espaço para a Bolsa subir até o final do ano.
Vocês ainda esperam o Ibovespa com 130 mil pontos neste ano?
Diria que hoje estejamos mais com 120 mil do que 130 mil pontos (o relatório mais recente do banco projeta a Bolsa a 125 mil pontos no final do ano).
O que atrapalha mais o nosso mercado: Donald Trump ou Jair Bolsonaro?
(Risos) A volatilidade está vindo muito mais de fora do que de dentro. Há no Brasil um Congresso atuante como talvez nunca tenhamos visto, engajado em fazer reformas e mudanças econômicas. No cenário externo, a guerra comercial de Trump com a China gera muito mais volatilidade do que de fato direciona o preço dos ativos para um lado ou para o outro. Eu diria que é um problema muito mais no caminho do que no (preço) final.
Qual a avaliação sobre o futuro da economia e os impactos da política econômica do atual governo nos preços dos ativos?
No momento em que você tem reformas econômicas andando, inflação bastante controlada e uma taxa de juros básica que, espera-se, pode chegar a até 5% no final do ano, isso é muito positivo. Estamos falando de um possível juro real de 1%. Com isso, o cliente terá de tomar risco e o que está acontecendo agora é uma transformação dos clientes para buscar esse risco.
O que pode atrapalhar esse cenário positivo?
A economia precisa crescer. O Brasil não tem uma quantidade de ativos suficientes para atender a toda a demanda que possa surgir. O crescimento fará as empresas emitirem debêntures, trará mais ações ao mercado. Se isso não acontecer, não vamos conseguir gerar produtos que entreguem rentabilidade com risco adequado. Outra coisa que pode atrapalhar é ter no cenário internacional algum estresse muito grande, que saia do jogo Estados Unidos e China e passe para alguma coisa que, de fato, se torne real.
E a crise Argentina?
O mercado brasileiro reagiu com tranquilidade à declaração de reestruturação da dívida da Argentina. Um eventual impacto na economia brasileira pode ocorrer caso a crise na Argentina aumente a percepção de risco sobre os mercados emergentes em geral, mas esse não é o nosso cenário base.
O ouro fechou o mês com uma valorização próxima de 18%. Quem não comprou ouro ainda tem tempo para comprar ou a oportunidade já passou?
Aqui no Itaú não temos uma classe de recomendação de ouro. Esse é o tipo de ativo que as pessoas investem quando está tudo muito ruim. Acho que investir diretamente em contratos de ouro é para aquele cliente agressivo e que acompanha muito bem mercado. Se o mercado de ações é complexo, o mercado de commodity é ainda mais complexo.
O ministro Paulo Guedes disse que pretende acabar com a isenção para LCI (letra de crédito imobiliário) e LCA (letra de crédito agrícola). Isso sacramenta o fim desses investimentos?
Sem o benefício fiscal (da isenção do imposto de renda), esses produtos viram um CDB. Pensando no investidor, ele não tem nenhuma vantagem em comprar esse produto com o IR incluído. Esse dinheiro vai parar em um fundo DI, pode ir para o CDB, pode ir eventualmente para um crédito corporativo.
Qual o futuro da renda fixa no País?
Se o Brasil de fato voltar a crescer, se o governo encontrar o equilíbrio financeiro, a tendência da renda fixa é ficar cada vez menos interessante. No limite, temos o mercado americano, onde a taxa de juros de longo prazo de um produto de renda fixa é 0,25%, coisa pífia. Isso leva as pessoas a buscarem alternativas, basicamente a economia real. Esse é um pouco do discurso que está sendo feito: o investimento da economia real e não no dinheiro parado.
* Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo
3 surpresas que podem mexer com os mercados em 2026, segundo o Morgan Stanley
O banco projeta alta de 13% do S&P 500 no próximo ano, sustentada por lucros fortes e recuperação gradual da economia dos EUA. Ainda assim, riscos seguem no radar
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50