A Gol e a Latam vão entrar na briga pelos ativos da Avianca. A companhia aérea mudou o seu plano de recuperação judicial e prevê a divisão da empresa em sete partes. Nesta manhã (3), a Gol e a Latam disseram que vão fazer proposta por ao menos uma das empresas por um valor mínimo de US$ 70 milhões. Quem procurou as empresas aéreas para fechar o acordo foi o fundo Elliot, um dos principais credores da companhia.
O novo plano será submetido à assembleia de credores marcada para próxima sexta-feira, dia 5. Se aprovado, as sete Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), estruturas criadas para vender partes da Avianca. Seis delas vão conter os direitos de uso dos horários de pouso e decolagem nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont, os chamados "slots", e uma delas terá os ativos referentes ao sistema de milhagem da Avianca, o programa Amigo.
A proposta é uma reação das duas maiores empresas aéreas do país para evitar que a terceira colocada, a Azul, compre sozinha a Avianca e ganhe participação no mercado brasileiro. A Azul fez uma proposta de US$ 105 milhões pela Avianca em 11 de março- em fatia equivalente a seis partes da empresa. A companhia tinha assinado um acordo preliminar com os sócios da Avianca. Procurada, a Azul não se pronunciou.
É uma má notícia para os investidores da Azul, que levou uma rasteira das concorrentes. A ação da companhia abriu o pregão desta quarta-feira em baixa e chegou a cair 2,81%, mas já se recuperou e estava em alta no fim da manhã.
Disputa de mercado
Com a recuperação judicial da Avianca, está em jogo a divisão da participação de mercado do setor aéreo brasileiro e espaços nobres nos aeroportos mais rentáveis.
Mesmo afetada pela crise e pela pressão de credores, a Avianca fechou o mês de janeiro com 11% de participação de mercado no setor aéreo brasileiro, de acordo com dados da Anac. Um fonte de mercado me disse que os slots que serão vendidos pela Avianca respondem por algo em torno de 60% da sua operação.