‘Incentivo a carro na Argentina ajuda o Brasil’
Assim como o governo brasileiro, o ministro argentino Dante Sica também defende reformas no Mercosul que permitam negociações comerciais entre países do bloco e terceiros sem que todos os membros estejam de acordo
A cinco meses das eleições presidenciais, o governo argentino de Mauricio Macri lançou um novo plano para tentar impulsionar sua debilitada economia. Na noite de terça-feira, anunciou que fechou parceria com o setor automotivo para oferecer descontos na venda de carros, que caíram 56% em maio. Segundo o ministro da Produção e do Trabalho, Dante Sica, não se trata de uma medida eleitoreira, mas de uma decisão tomada para melhorar a atividade econômica sem alterar o equilíbrio fiscal.
A medida, diz ele, pode também favorecer o Brasil, que tem visto uma queda em suas exportações para o país vizinho. Na véspera da visita do presidente Jair Bolsonaro à Argentina, Sica recebeu o Estado e afirmou que a convergência na política econômica dos dois países deve ajudar na redução da incerteza dos investidores. Assim como o governo brasileiro, Sica defendeu reformas no Mercosul que permitam negociações comerciais entre países do bloco e terceiros sem que todos os membros estejam de acordo - o que é proibido hoje. A seguir os principais trechos da entrevista.
O governo Macri anunciou um programa para impulsionar o setor automotivo que prevê desconto na venda de carros, em uma parceria entre setor público e privado. Não é uma medida intervencionista para um governo que pretende ser liberal?
Mantemos um programa econômico que procura estabilizar a economia, recuperar o valor da moeda e combater a inflação. Por outro lado, adotamos um pacote de medidas para impulsionar e melhorar a competitividade da economia. Também sofremos crises que geraram impacto na atividade e nos salários. Em março, houve um pico inflacionário (4,7%) que castigou um pouco mais todos os consumidores. Dentro do nosso programa e mantendo a disciplina fiscal, adotamos medidas que gerem algum alívio na demanda. Em março e abril, trabalhamos em um pacote que permitiu melhorar alguns preços de bens, não como uma política anti-inflacionária, mas basicamente como uma melhora no poder aquisitivo, mantendo o preço de alguns bens com um compromisso muito importante do setor privado. Na semana passada, trabalhamos com os bancos para que eles pudessem diminuir a taxa de juros. Agora, vimos o impacto que estava tendo a taxa de juros e as expectativas na demanda de carros e fizemos um esforço com o setor para dar um incentivo e tentar gerar uma melhora na confiança. Nosso programa econômico continua sendo consistente. Somos muito ortodoxos na política fiscal e monetária, que foi o que todos os governos que derrotaram a inflação fizeram. Por outro lado, utilizamos todas as ferramentas que nos permitem nos integrar ao mundo, melhorar a competitividade e, em alguns casos, aliviar as situações de impacto da crise.
Mas são medidas que Macri antes criticava, de intervenção na economia.
O que criticávamos eram intervenções que modificavam o comportamento dos mercados, como foi o caso do congelamento das tarifas elétrica e de gás durante mais de uma década, das restrições para a compra e a venda de dólares ou para importar e exportar. Respeitamos a concorrência dos mercados, não geramos medida que possa distorcer o mercado e, em alguns assuntos pontuais, adotamos políticas que gerem um alívio para o consumidor e alguma melhora na atividade. Mas são medidas pontuais e temporárias.
Leia Também
Medidas tomadas pensando nas eleições presidenciais em outubro?
Não. Medidas tomadas pensando nos consumidores e trabalhadores e no impacto que a crise teve nos últimos meses.
Qual o impacto se espera da medida anunciada na terça? A indústria brasileira automotiva também está sofrendo com a crise argentina. Pode haver um alívio?
Deve dar impulso nas expectativas e no emplacamento de carros. No último mês, tivemos uma queda forte (de 56%) no emplacamento. Pensamos que uma medida dessa pode dar impulso para que o mercado comece a se recuperar. Do que se vende de carros na Argentina, 70% são importados e 55% do Brasil. Portanto, sim, isso pode ajudar no Brasil também.
Analistas dizem que, se as eleições fossem hoje, a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner ganhariam, principalmente por causa da crise econômica...
Nós não temos essa opinião. A percepção está mudando e a imagem do presidente, melhorando. Até agora, o presidente estava sozinho no terreno eleitoral. Nos próximos 15 dias, vão se confirmar as alianças políticas e começaremos a ter uma visão mais sólida das intenções de voto. A estabilidade nos mercados, a percepção por parte dos consumidores da queda da inflação, as obras que fizemos, tudo isso começará a aparecer na conversa. Claramente vamos ganhar as eleições. As pesquisas que começam a ser feitas agora, depois que o kirchnerismo definiu sua chapa, mostram uma melhora importante na imagem do presidente.
O governo Bolsonaro defende reformas no Mercosul. Para a Argentina, como o Mercosul deve ser?
Nos últimos 20 anos, o Mercosul avançou muito pouco na área institucional e de negociações internacionais. Se fechou sobre si mesmo e sobre o mercado brasileiro, que, quando colapsou, gerou uma caída muito forte no PIB da região. Isso também fez com que os países perdessem competitividade. Nossa visão, e que é compartilhada com o Brasil, é que temos que adequar o Mercosul à mudança que há internacionalmente. O Mercosul tem de ter uma estratégia de negociação internacional mais agressiva, o que significa finalizar as negociações que estão se arrastando há anos, como a de livre comércio com a União Europeia, e aí começar negociações novas, com a Coreia do Sul e a Indonésia, por exemplo. Também temos que discutir ter flexibilidade no bloco: se alguns países quiserem ir a alguma negociação e o resto do bloco não quiser, pelo menos dar a liberdade para que alguns possam começar a avançar nessas negociações. O ideal é que avancemos os quatro países juntos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
B3 (B3SA3) e Mills (MILS3) pagam mais de R$ 2 bilhões em dividendos e JCP; confira prazos e condições
Dona da bolsa brasileira anunciou R$ 415 milhões em JCP e R$ 1,5 bilhão em dividendos complementares, enquanto a Mills aprovou dividendos extraordinários de R$ 150 milhões
2026 será o ano do Banco do Brasil (BBAS3)? Safra diz o que esperar e o que fazer com as ações
O Safra estabeleceu preço-alvo de R$ 25 para as ações, o que representa um potencial de valorização de 17%
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk