Mercados: BC volta aos leilões com dólar a R$ 3,92
Há uma semana fora do câmbio, o Banco Central quebrou o silêncio e, coincidindo com a piora das tensões externas, chamou para hoje dois leilões de linha

Bom dia, investidor! O exterior pesado contagiou os emergentes, derrubou o Ibovespa abaixo dos 86 mil e puxou o dólar acima dos R$ 3,92, exigindo a atuação do Banco Central. Há uma semana fora do câmbio, o BC quebrou o silêncio e, coincidindo com a piora das tensões externas, chamou para hoje dois leilões de linha, com a oferta total de até US$ 1 bilhão.
As operações serão realizadas às 12h15 (contratos para vencimento em 04/02/19) e às 12h35 (06/03/19). O sintoma de problemas na liquidez, questionados por alguns "traders", é a pressão da taxa do cupom do casado (juro em dólar) de curtíssimo prazo, que segue ao redor de 5%, acima da média de 3% em tempos mais calmos.
Outros profissionais acreditam que a volta do BC pretende cobrir as remessas de final de ano e tem o objetivo de aliviar o dólar neste momento de maior pressão, evitando que as cotações possam buscar os R$ 4. Fechou a R$ 3,9223 (+0,69%), ontem, emplacando a quinta alta consecutiva, após romper R$ 3,94 na máxima (R$ 3,9459), no quadro deflagrado pela desaceleração global e pela reviravolta do Brexit.
O “revés humilhante” da primeira-ministra britânica, Theresa May, como classificou o Financial Times, com a decisão de adiar, em cima da hora e por tempo indeterminado, a votação no Parlamento da saída do Reino Unido da União Europeia pode custar a cabeça da premiê. Ela ainda corre o risco de receber uma moção de censura e ser tirada do poder.
May descartou um segundo plebiscito e ameaçou com um “hard Brexit”, na saída desordenada, que é hoje o fantasma que ronda a Europa. A libra quase furou a marca de US$ 1,25 (fechou a US$ 1,2561). O dólar também levou a melhor contra o iene (113,19/US$) e o euro (US$ 1,1361), enquanto os investidores seguem na torcida por uma pausa do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos apertos do juro para salvar os EUA de uma recessão.
Hoje
O "timing" de uma parada estratégica no ciclo de aperto poderá ser testado pelo índice de preços ao produtor (PPI) de novembro (11h30), que deve interromper a alta de 0,6% em outubro e registrar deflação (‐0,1%).
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Pressão
Goldman Sachs e Deutsche Bank passaram a projetar, desde ontem, mais três (e não quatro) altas do juro em 2019, com o fôlego da atividade em xeque e as dúvidas sobre a inflação. Último do ano, o aumento na semana que vem está contratado, mas a chance de nova elevação em março já é menor do que 50%, segundo o Goldman, que vê uma pausa naquele mês e retomada das altas em junho.
Deutsche Bank revisou em baixa sua projeção para o PIB americano do ano que vem, de 2,5% para 2,4%, mas a estimativa ainda é considerada otimista, se comparada aos prognósticos de um período recessivo.
O risco de menor crescimento global se viu combinado à cautela com a sobrevivência de May para reforçar apelo à proteção dos Treasuries. Em Wall Street, as bolsas passaram grande parte do pregão com as incertezas no radar, mas bancaram uma reação na reta final, despertada pelo setor de tecnologia (Facebook, +3,22%, e Twitter, +1,83%).
Em sessão volátil, o Nasdaq, que chegou a cair 1,30%, reverteu o pessimismo à tarde para fechar em alta de 0,74%. Dow Jones subiu 0,14%, após ter caído mais de 2%. Também o S&P 500 zerou toda a perda de 1,89% e teve leve avanço de 0,18%.
Aposta
A BlackRock acredita em portfólios mais defensivos em 2019, como utilities (serviços de utilidade pública) e consumo básico, tradicionais refúgios de segurança, para enfrentar a perda de ritmo da expansão econômica e lucros corporativos menores.
Descolado da virada positiva em NY, o Ibovespa perdeu mais de dois mil pontos, furou o patamar dos 87 mil, para fechar abaixo dos 86 mil (na mínima de 85.914,71), em queda firme de 2,5%. Análise gráfica da corretora Itaú BBA indica que o índice passa a ter como próximo suporte os 84.900 pontos. No curtíssimo prazo, a proximidade do vencimento do índice Futuro, amanhã, traz volatilidade adicional.
Maior vilã do dia, Petrobras atraiu vendas em massa (PN, ‐5,37% e ON, ‐4,96%,). Foi pior que o petróleo, com o Brent a US$ 59,97 (‐2,75%) e o WTI a US$ 51,00 (‐3,06%). Hoje, o relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) com perspectivas para a energia pode agitar o mercado de petróleo, que sentiu o baque das commodities e do dólar forte com crescentes dúvidas sobre a economia global.
Em dia de leilão da Amazonas Energia, as ações da Eletrobras recuaram (ON, ‐1,94%, e PNB, ‐1,27%). Houve apenas um único lance, feito pelo consórcio formado pelas empresas Oliveira Energia e Atem.
Baixou o astral
Com o cenário externo mais adverso, o investidor esperava contar com sinais mais firmes do futuro governo para enfrentar os desafios. Mas o que se percebe é um aumento do desconforto. Se já havia incertezas em relação às chances das reformas, os ruídos políticos recentes, incluindo as brigas do PSL e o caso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), elevaram as desconfianças sobre a governabilidade do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
A desarticulação política para avançar na agenda econômica é vista com preocupação pelo mercado. De um lado, Bolsonaro deixou rolar solto o barraco, mesmo envolvendo o seu filho Eduardo. De outro, Gustavo Bebbiano, futuro secretário‐geral, acabou mostrando certo amadorismo na bronca pela mídia. “Pato novo não mergulha fundo. É a hora de o PSL, de cada um, botar a mão na consciência e baixar a bola”. Bebianno, que se estranha com os filhos do presidente eleito, foi além e também criticou Carlos Bolsonaro por seus posts no Twitter contra seu braço direito, o deputado Julian Lemos: “Roupa suja se lava em casa”.
Já a história do Coaf, que envolve o ex‐assessor do terceiro filho de Bolsonaro, Flávio, está sendo mal conduzida, a ponto de provocar declarações constrangedoras do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro e do futuro vice-presidente, General Hamilton Mourão. Após Mourão dizer que “o ex‐assessor precisa se explicar”, Moro defendeu a mesma coisa, ontem, afirmando que “os fatos têm de ser esclarecidos (pelo motorista)”. Mas cadê Fabrício Queiroz, que ninguém sabe ninguém viu? A sensação que fica é que Bolsonaro e os filhos, que teriam ascendência para mandar o motorista falar, estão esperando a poeira baixar. Pode baixar, mas, do ponto de vista político, o estrago está feito.
Na mídia, a coisa continua rendendo, como na revista Época, que levantou um total de 13 imóveis no Rio de Janeiro, de propriedade da família Bolsonaro, com valor de mercado em torno de R$ 15 milhões.
Copom
O Comitê de Política Monetária promove o primeiro dia de reunião, com o mercado amplamente precificado para a aposta de que a Selic não sairá do piso histórico de 6,5% amanhã, diante da inflação ancorada e atividade enfraquecida.
Cessão vagarosa
No Estadão, o tribunal de Contas da União (TCU) deve julgar amanhã a análise da revisão do contrato fechado entre a União e a Petrobras, abrindo caminho para o Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE) marcar o megaleilão do pré‐sal na reunião do dia 17.
A definição da data, que pode ser em meados de junho de 2019, é o primeiro passo para o leilão e servirá como deadline para que União e Petrobras fechem acordo sobre a revisão do contrato de cessão onerosa.
A expectativa é que o TCU possa dar sinal verde para a assinatura do aditivo, mesmo sem a aprovação do projeto de lei pelo Senado, que destrava a negociação de revisão do acordo. O leilão dos excedentes poderá arrecadar em torno de R$ 100 bilhões em bônus de assinatura, além de gerar arrecadação futura para a União, uma vez que a licitação ocorreria no modelo de partilha de produção.
Curtas
A Cesp informou transferência do controle para consórcio SP Energia e pagamento da primeira tranche.
A Energisa informou que a Ceron e a Eletroacre solicitaram Revisão Tarifária Extraordinária junto a Agência Nacional de Energia Elétrica.
A Brasiliana informou que foi feito o resgate das ações de emissão da AES Elpa que remanesceram de OPA.
São Martinho e Cosan anunciaram cisão total e incorporação das parcelas cindidas da Usina Santa Luiza.
Marcopolo aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio de R$ 0,09/ação. O conselho de administração aprovou ainda aumento de capital por subscrição privada, com emissão de PN.
A Even informou que a Ruane, Cunniff & Goldfarb Inc. passou a deter 9,16% do total de ações ordinárias.
A Notredame Intermédica informou que a BlackRock passou a deter 5,30% do total de ações ordinárias.
A Saraiva suspendeu o pagamento de dividendos que aconteceria semana que vem.
O Grupo Pão de Açúcar adquiriu a James Delivery, de entrega de produtos via pedidos por aplicativo.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
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