O mercado brasileiro seguiu com o tom positivo, marcado por bolsa em alta e dólar em queda. Mas o comportamento do juro americano pode abreviar ou tirar brilho da festa local.
A taxa do papel de 10 anos, referência mundial em termos de custo de dinheiro, subiu para a linha de 3,18% nesta quarta-feira, patamar que não era registrado desde meados de 2011.
Quanto maior o juro por lá, menos atrativos ficam os ativos de risco no mundo. Por isso, o movimento que se desenha nos EUA deve acabar se refletindo em algum grau por aqui.
O dólar comercial, que fez mínima a R$ 3,823, moderou o ritmo de baixa no período da tarde, mas terminou o dia com queda de 1,28%, a R$ 3,88. Já a bolsa se manteve firme, encerrando com alta de 2,04%, a 83.273 pontos. Na máxima, o Ibovespa foi a 85.442 pontos.
Em Wall Street, essa alta do juro não assustou Dow Jones, que teve breve alta de 0,2%, e marcou nova máxima de 26.828 pontos. Os pares S&P e Nasdaq subiram 0,07% e 0,32%, respectivamente.
A alta do juro americano aconteceu depois de uma sequência de notícia positivas no lado econômico. Entre elas, a criação de 230 mil postos de trabalho em setembro, segundo dados da ADP. O resultado veio acima do esperado pelo mercado.
Com a economia surpreendendo positivamente, aumentam as dúvidas sobre o ritmo de ajuste do juro pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano. Por ora, o BC acena mais um aperto em 2018 e outros três em 2019.
Operando junto com o juro americano esteve o dólar no mercado internacional. O DXY, que capta o comportamento da divisa americana ante uma cesta de moedas, mostrou valorização 0,6%, na linha dos 96 pontos, patamar não visto desde o fim de julho.