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Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Mercados

Exterior não atrapalha e dólar testa R$ 3,70

Depois de uma pausa na semana passada dólar parece ter retomado ajuste de baixa

Eduardo Campos
Eduardo Campos
16 de outubro de 2018
13:03 - atualizado às 15:26
Imagem: Shutterstock

Com um ambiente menos carregado no exterior, o dólar marca o segundo pregão de baixa nesta terça-feira, mas parece haver “briga” de comprados e vendidos na linha de R$ 3,70. Na análise técnica, especialistas sugerem R$ 3,68 como suporte importante para a cotação da moeda americana.

No fim da semana passada, o dólar teve um breve ajuste de alta, indo a R$ 3,77, em meio a notícias desencontradas da equipe de Jair Bolsonaro sobre reformas e privatizações e uma acentuada piora no mercado externo, onde a preocupação com o rumo dos juros nos Estados Unidos levou as bolsas americanas a amargarem os piores pregões do ano.

Por volta das 13 horas, o dólar comercial era negociado a R$ 3,7183, queda de 0,54%, depois de marcar R$ 3,6918 da mínima do dia.

Segundo o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, o dólar carregava um prêmio especulativo elevado em função das eleições e a expectativa era de que houvesse uma devolução. Junto com isso há um alívio global da moeda americana frente outras divisas emergentes.

Para o economista, a realidade dos fatos entra com um pouco mais de força na formação de preço, depois desse movimento duplo, formado por eleições e também uma alta do global do dólar que ocorreu cerca de 30 dias atrás. O DXY, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de moeda, ronda a linha dos 94 pontos depois de operar a 97 pontos.

Para Vieira, ainda há prêmio na cotação do dólar, que teria espaço para ir a R$ 3,55. E a velocidade do movimento segue ligada, mas de forma mais equilibrada, tanto à questão eleitoral quanto externa.

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Em relatório a clientes a GO Associados avalia que o dólar deve testar o rompimento de R$ 3,70, com ambiente positivo no exterior. Além disso, a queda das projeções de mercado para o câmbio fortalece o cenário de Selic estável e 6,5% ao ano na reunião de 31 de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A mediana no Focus para 2018 cedeu de R$ 3,89 para 3,81, e para 2019 o prognóstico recuou de R$ 3,83 para R$ 3,80.

No lado político, a GO apresentou uma atualização no seu modelo de probabilidade para o vencedor das eleições, computando os resultados da pesquisa Ibope, que mostrou Bolsonaro com 59% das intenções de voto, ante 41% para Haddad. O mapa de probabilidades mostra Bolsonaro com chance de vitória em 97,25%.

Pares emergentes

Outras moedas emergentes também têm desempenho positivo ante o dólar nesta terça-feira. Liderando a lista de valorização está o peso colombiano, seguido pelo rand sul-africano, e o peso chileno. O real está em quarto nesse ranking de moeda selecionadas, seguido pelo won sul-coreano e a rúpia indiana.

Olhando no ano, a única moeda com valorização ante o dólar é o peso mexicano. Todas as demais pedem valor. O peso argentino cai quase 50%, seguido pela lira turca, com baixa de 34%

Comprados e vendidos

As posições no mercado futuro, referentes ao pregão de segunda-feira, mostram uma breve movimentação de venda de dólares e contratos de cupom cambial (DDI, juro em dólar) pelos investidores estrangeiros. A posição comprada, que tinha fechado a semana em US$ 38,643 bilhões, caiu para US$ 37,639 bilhões ontem.

Na ponta oposta, os bancos reduziram a posição vendida em US$ 650 milhões, para US$ 17,650 bilhões. Enquanto os fundos de investimento compraram US$ 357 milhões, diminuindo a posição vendida para US$ 22,327 bilhões.

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