Fed deve subir juros nesta quarta, mas o que interessa é o que vem depois
Wall Street, Faria Lima e nós do Seu Dinheiro vamos acompanhar a decisão do Banco Central americano em busca de pistas sobre o rumo das taxas de juros por lá

O Federal Reserve (Fed), banco central americano, deve promover nova elevação na taxa básica de juros na tarde desta quarta-feira. O consenso de mercado é de novo ajuste de 0,25 ponto percentual, que leva o juro básico para o intervalo entre 2% e 2,25% ao ano.
Até aí, jogo jogado, pois o comportamento da atividade e da inflação não são obstáculos à continuidade do processo de normalização das taxas de juros. O que vai ditar a formação de preços nos mercados depois das 15 horas são as indicações sobre os próximos passos da política monetária americana. Suspeitas de ajuste mais rápido ou mais prolongado podem trazer "calor" às mesas de negociação.
O que está no preço, até o momento, é mais um ajuste de 0,25 ponto em dezembro. E outros três apertos ao longo de 2019 e mais um em 2020, com juro indo a 3,25% a 3,5%. No pregão de ontem, surgiram algumas apostas de alta também em 2021, mas o movimento ainda precisa de maior consolidação.
O que pode mudar é a sinalização de como os próximos ajustes, para além do de dezembro, podem ser feitos. Até o momento o Fed tem ditado uma alta por trimestre, combinando o aperto com a divulgado do seu “gráfico de pontos” e com a entrevista coletiva do presidente Jerome Powell. Ano que vem, as entrevistas acontecerão após todos os encontros do Fed.
No gráfico dos pontos (dot plot) entrarão, pela primeira vez, projeções sobre 2021. Um dos focos recai sobre qual será a estimativa do colegiado para a taxa de desemprego. Para 2019 e 2020 a mediana é de 3,5%. Mudanças serão encaradas como aceno sobre o rumo da atividade econômica. Para os juros em 2021 não se prevê mudança.
No comunicado não são antecipadas grandes alterações. Para os analistas da Continuum Economics, o Fed deve indicar que o crescimento segue “forte” e a frase que afirma uma “estância de política monetária acomodativa” deve sair do texto. Mas isso não é indicação de que o ajuste terminou.
Leia Também
China será a grande vencedora do desarranjo econômico global provocado por Donald Trump, diz Panamby Capital
Para a entrevista, a expectativa é de que Powell reafirme o comunicado e suas declarações feitas no seminário de Jackson Hole, no fim de agosto, onde defendeu a atual estratégia de ajustes graduais no juro básico. Essa seria a melhor estratégia levando em conta dois riscos. Se subir cedo demais, o Fed pode atrapalhar o crescimento. Se agir tarde demais há um superaquecimento da economia.
O nosso Banco Central (BC) também tem como cenário base uma “normalização gradual da política monetária nos países centrais”.
Inflação
O Fed não tem meta formal de inflação, mas sabemos (e ele também diz) que mira a linha dos 2%. A medida utilizada é um índice de preços ao consumidor que tira energia e alimentos da conta, gerando um núcleo de preços. Na última leitura, referente a agosto, esse núcleo estava exatamente em 2%, quando medido em 12 meses.
Na semana passada, o “The Wall Street Journal” trouxe artigo mostrando que há um debate entre os responsáveis pelas políticas monetárias globais se essa meta de 2%, também adotada na Europa, ainda é relevante. Há defensores de metas maiores, como até 6%, de metas menores e até abaixo de zero (deflação).
Esse debate também acaba se inserindo nas discussões com relação à taxa neutra de juros – aquela que promove crescimento sustentado com baixa inflação – e que é perseguida por todos os BCs do mundo. Há um debate sobre até que ponto essa taxa neutra não caiu nos EUA e em outros lugares em função de fatores como demografia, menor crescimento econômico e maior taxa de poupança.
No fim, o que se discute é se o Fed e outros BCs podem acabar subindo menos os juros do que se pensa ou se calcula com modelos que não levam em conta essas “inovações” da política monetária. Por aqui, o importa para a taxa neutra de juros é a realização de reformas e demais ajustes que garantam a sustentabilidade do gasto público.
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Apple e Amazon superam expectativas no primeiro trimestre, mas uma decepciona no guidance e a outra sinaliza pagamento de dividendos
As gigantes de tecnologia divulgaram seus resultados no primeiro trimestre do ano e deram previsões do que esperar daqui para a frente
Microsoft (MSFT34) dispara 9% em Nova York após balanço superar expectativas de lucro e receita no primeiro trimestre
O impulso para os ganhos da empresa de tecnologia vieram de novos contratos para a divisão de nuvem Azure
Elon Musk demitido da Tesla? WSJ diz que conselho deu início a busca por substituto, mas montadora nega; entenda
A Tesla tem sido alvo de boicotes devido à aproximação do bilionário com o governo Trump. Conselheiros estariam insatisfeitos com a postura de Musk e a repercussão nos lucros e valor de mercado da montadora
Ozempic na mira de Trump? Presidente dos EUA diz que haverá tarifas para farmacêuticas — e aproveita para alfinetar Powell de novo
Durante evento para entregar investimentos, Trump disse entender muito mais de taxas de juros do que o presidente do Fed
China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril
Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.