CPMF digital e impeachment agitam mercado
Declarações de Guedes embalaram Ibovespa ontem, mas criação de “CPMF digital” causa ruído, enquanto exterior digere aprovação de impeachment de Trump na Câmara

Faltando poucos dias para o fim do ano, o noticiário político volta a influenciar o mercado financeiro. As declarações do ministro Paulo Guedes (Economia) ontem serviram de impulso ao Ibovespa, que teve outro recorde, já na casa dos 114 mil pontos. Mas também causou ruído a fala dele sobre um imposto sobre transações financeiras digitais, que seria criado para desonerar a folha de pagamentos das empresas.
Ainda não há nada definido, mas a ideia de tributar a nova economia digital e a digitalização do sistema financeiro, nos moldes de uma “CPMF digital”, pode prejudicar a inovação e o avanço tecnológico da economia brasileira, além de impedir ganhos de produtividade. E, por mais que não seja um imposto sobre o consumo, a proposta tende a afetar o comércio eletrônico e as transferências e pagamentos feitos por meio de aplicativo de bancos.
Com isso, os negócios locais ainda devem ecoar a fala de Guedes, embora quaisquer novidades sobre o tema devem ficar para 2020, quando o governo deve apresentar uma proposta para a reforma tributária. A ideia é de que haja uma proposta única, negociada, portanto, com a Câmara e o Senado. Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que pretende aprovar a mudança no sistema de tributos logo após o carnaval.
Já no exterior, Donald Trump tornou-se o terceiro presidente dos Estados Unidos a sofrer processo de impeachment, após a Câmara do país aprovar o processo, sob a acusação de abuso de poder e obstrução de Justiça. O caso segue agora para o Senado, de maioria republicana. Por isso, é pouco provável que Trump caia. Tanto que, enquanto os deputados democratas votavam a matéria, ele fazia comício, mostrando-se despreocupado com o impeachment.
No mercado financeiro, os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, oscilando entre leves altas e baixas, sem um rumo definido, o que penaliza a abertura do pregão europeu. O dólar e as commodities também estão de lado. Na Ásia, a Tóquio e Hong Kong caíram, enquanto Xangai ficou estável, com os investidores digerindo também a decisão do Banco Central do Japão (BoJ), que não trouxe mudanças na política monetária.
BC em foco
No Brasil, o Banco Central volta à cena hoje, logo cedo (8h), quando publica o relatório de inflação referente ao quarto trimestre deste ano. Mas o documento não deve trazer novidades em relação ao conteúdo já exposto na ata da reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na última terça-feira.
Leia Também
Ou seja, o BC deve manter a postura cautelosa, em meio ao cenário ainda benigno para os preços - apesar dos recentes choques - e à recuperação gradual da atividade doméstica. Por isso, o destaque no chamado RTI hoje fica com a estimativa da autoridade monetária para o PIB brasileiro em 2020 e a previsão para a inflação nos diferentes cenários.
Com isso, os investidores tentam montar o quebra-cabeças, já que não houve consenso sobre o tom da mensagem do Copom em relação à condução da Selic. Enquanto uma parte percebeu uma postura suave (“dovish”), outros viram um BC mais duro (“hawkish”). Mas entre pombos e falcões, a autoridade monetária “tucanou” e ficou em cima do muro.
Por ora, a leitura mais precisa é de que a atividade econômica, os efeitos defasados da política monetária, o cenário de inflação e transformações no mercado de crédito livre e de capitais reforçam a tese de juros básicos baixos por um período prolongado. A dúvida é se a Selic estaciona em 4,50% ou se cai um pouco mais, antes de parar de vez.
A questão é que os sinais recentes de ganho de tração da atividade combinados com a melhora da eficiência no mercado de crédito e o repique inflacionário podem antecipar o movimento de alta da Selic, já para o fim de 2020. A divulgação da prévia deste mês da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA-15), amanhã, deve esquentar esse debate.
Antes disso, os comentário do presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante entrevista coletiva sobre o RTI, às 11 horas, pode calibrar as apostas em relação ao rumo da taxa básica de juros no início do ano que vem. As chances de corte na primeira reunião do Copom de 2020, em fevereiro, têm perdido força e já são menores que 50%.
Dia de agenda nos EUA
Hoje, a agenda econômica está carregada apenas nos Estados Unidos. Às 10h30, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país; o índice regional sobre a atividade industrial na Filadélfia em dezembro e o saldo em conta corrente no terceiro trimestre. Depois, às 12h, é a vez de dados sobre o setor imobiliário no mês passado.
Ainda no mesmo horário, serão conhecidos os indicadores antecedentes dos EUA em novembro. Ainda no exterior, merece atenção a decisão de política monetária do Banco Central da Inglaterra (BoE), às 9h. Já no Brasil, saem a prévia deste mês da confiança da indústria (8h) e os dados do Caged sobre o emprego formal em novembro (14h).
Bitcoin (BTC) toca US$ 104 mil, ethereum (ETH) dispara e criptos miram novos patamares com sinais de trégua comercial
Alívio geopolítico nesta semana eleva o apetite por risco, aproxima o bitcoin de novos recordes e impulsiona o ethereum a uma alta de 26,71% em sete dias
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Como o ator Mel Gibson pode salvar a Austrália das garras de Trump
Apesar de ter desempenhado papéis de peso em filmes como Máquina Mortífera e Mad Max, é outra condição que credencia o astro de Hollywood a tentar convencer o presidente norte-americano dessa vez; entenda essa história
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Bitcoin (BTC) volta aos US$ 100 mil e mercado cripto mira novos recordes
Anúncio de acordo comercial entre EUA e Reino Unido, somado ao otimismo com uma possível negociação entre Trump e Xi Jinping, impulsiona criptomoedas a patamares não vistos há meses
Trump anuncia primeiro acordo tarifário no âmbito da guerra comercial; veja o que se sabe até agora
Trump utilizou a rede social Truth Social para anunciar o primeiro acordo tarifário e aproveitou para comentar sobre a atuação de Powell, presidente do Fed
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Duas ações para os próximos 25 anos: gestores apostam nestes papéis para sobreviver ao caos — e defendem investimentos em commodities
No TAG Summit 2025 desta quarta-feira (7), os gestores destacaram que a bolsa brasileira deve continuar barata e explicaram os motivos para as commodities valerem a pena mesmo em meio à guerra comercial de Trump
Chora mais quem pode menos: os bastidores do encontro de EUA e China que pode colocar fim às tarifas
Representantes de Washington e de Pequim devem se reunir no próximo sábado (10) na Suíça; desfecho das conversas é difícil de prever até mesmo para Trump
Vem coisa boa aí: Nvidia dispara com chance de revogação de restrições aos chips por Trump
Governo norte-americano estuda não aplicar a chamada regra de “difusão de IA” quando ela entrar em vigor, no próximo dia 15, animando o mercado de chips de inteligência artificial
Bitcoin (BTC) sobrevive ao Fed e se mantém em US$ 96 mil mesmo sem sinal de corte de juros no horizonte
Outra notícia, que também veio lá de fora, ajudou os ativos digitais nas últimas 24 horas: a chance de entendimento entre EUA e China sobre as tarifas
Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump
Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
A exuberância americana continua: para gestores, empresas mais valiosas do mundo são dos EUA e valem o investimento
Especialistas afirmam durante o TAG Summit que as empresas americanas podem sair fortalecidas da guerra comercial travada pelo presidente norte-americano
Copom deve encerrar alta da Selic na próxima reunião, diz Marcel Andrade, da SulAmérica. Saiba o que vem depois e onde investir agora
No episódio 221 do podcast Touros e Ursos, Andrade fala da decisão de juros desta quarta-feira (7) tanto aqui como nos EUA e também dá dicas de onde investir no cenário atual
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Banqueiros centrais se reúnem para mais uma Super Quarta enquanto o mundo tenta escapar de guerra comercial permanente
Bastou Donald Trump sair brevemente dos holofotes para que os mercados financeiros reencontrassem alguma ordem às vésperas da Super Quarta dos bancos centrais
Trump anuncia tarifas de 100% sobre filmes estrangeiros, e ações de Netflix, Disney e Paramount caem
O republicano defendeu tarifas como uma questão de “segurança nacional” para salvar Hollywood
Orçamento de Trump para 2026 propõe cortar mais de US$ 17 bilhões em energias renováveis e pesquisa climática
A proposta também impõe reduções severas em iniciativas ligadas à diversidade e inclusão, enquanto prevê aumento significativo nos investimentos em defesa e segurança interna.